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Artigo / Mercado

27 Julho 2018

Parque exibidor ainda pode crescer no Brasil

A ANCINE vem atuando de forma consistente na implementação de uma política pública voltada para a expansão e modernização

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Em maio passado, a ANCINE lançou o Painel Interativo de Salas de Cinema, um quadro dinâmico que atualiza de forma permanente os dados do parque exibidor brasileiro. A ferramenta chegou junto a uma excelente notícia: o recorde histórico de número de salas de cinema em funcionamento no Brasil foi quebrado. Temos hoje 3.279 salas de exibição no País, superando as 3.276 salas registradas no longínquo ano de 1975.



Em um momento em que se multiplicam plataformas alternativas de consumo do audiovisual, essa tendência parece contra-intuitiva. Afinal de contas, a concorrência da Netflix e de outras formas de entretenimento audiovisual frequentemente leva analistas a fazerem previsões apocalípticas sobre o futuro das salas de cinema.

Como explicar, então, a tendência consistente de aumento do número de salas de cinema no Brasil? Três fatores explicam esse fenômeno:

  • 1 - A ANCINE vem atuando de forma consistente na implementação de uma política pública voltada para a expansão e modernização do parque exibidor:

O estímulo à digitalização, o Programa Cinema da Cidade, o RECINE, o Sistema de Controle de Bilheteria e o Prêmio Adicional de Renda – PAR Exibição contribuíram fortemente para a criação de um ambiente propício à abertura de novas salas. Com as novas operações de crédito e investimento a serem criadas no âmbito do PRO-INFRA, o empreendedorismo dos agentes do setor será ainda mais incentivado.

  • 2 - Apesar disso, o mercado de salas ainda é fortemente concentrado:

Apesar das ações elencadas no item acima, a distribuição geográfica das salas e o acesso restrito da população ao cinema na maior parte do País ainda refletem a concentração socioeconômica e a desigualdade regional. Basta dizer que, de cada dez salas em funcionamento, sete estão concentradas em cinco Estados das regiões Sudeste e do Sul (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná).

  • 3 - As empresas exibidoras investem cada vez mais em tecnologia:

Diante da concorrência das plataformas digitais, a necessidade de tornar a experiência do cinema mais atraente faz com que as empresas exibidoras se esforcem para se tornar mais competitivas. Dessa forma, aumenta o investimento em novos sistemas operacionais, em tecnologias mais avançadas de exibição e em estratégias mais arrojadas para atrair o espectador. Cabe destacar aqui a modernização da venda de ingressos, a aposta nas salas VIP, a automatização crescente das salas e a pesquisa e desenvolvimento de sistemas ligados à projeção a laser, às telas em LED e à Realidade Virtual, que em um futuro próximo poderão levar o espectador a uma experiência de imersão total no filme.

Com a abertura de mais e melhores salas, equipadas com o estado da arte em termos de tecnologia, a tendência é que o Brasil registre também um aumento de público, com mais brasileiros tendo acesso à experiência insubstituível do cinema. Para que isso aconteça, é preciso continuar apostando no diálogo, na transparência e na união em torno de objetivos comuns.

Angélica Coutinho
Angélica Coutinho

Angélica é servidora concursada e atual Superintende de Desenvolvimento Econômico da ANCINE. Formada em Jornalismo, trabalhou por 26 anos na área de audiovisual como diretora, roteirista e produtora. Ela tem mestrado e doutorado em Letras com foco em roteiro para Cinema e TV e recentemente concluiu sua pesquisa de pós-doutorado sobre Gêneros de Programas de TV.

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