Exibidor

Notícias / Cinemacon / Especial Evolução do Mercado

04 Julho 2018 | Natalí Alencar

"Vamos passar por uma onda de transformação", informa executivo da Barco

Em entrevista, Ricardo Ferrari fala sobre as mudanças ocorridas e como avalia os próximos passos

Compartilhe:

Ricardo Ferrari e Gisele Freitas, durante a CinemaCon2018 (Foto: Portal Exibidor)

Nos últimos dez anos, muitas mudanças ocorreram no mercado cinematográfico. Além das novas tecnologias e formatos, transformações também ocorreram em relação ao atendimento prestado e o ritual de ir ao cinema.

Há dez anos, por exemplo, o 3D começava a dar sinais de sua potencialidade; ainda não havia salas no formato VIP; a bilheteria ficava dentro de um "aquário" e não haviam "motion seats". Máquinas de autoatendimento também não faziam parte do lobby e a venda online sofria para dar certo.

O Portal Exibidor inicia hoje uma série com entrevistas especiais de executivos da exibição, distribuição e fornecedoras de tecnologias comentando essas mudanças, como avaliam o mercado atualmente e o que está por vir.

Ricardo Ferrari, da Barco, enxerga essa evolução como um processo natural que aos poucos foi se consolidando. Ele acredita que o mercado ainda passará por uma onda de transformação e que os serviços devem ser pensados para agregar mais facilidades ao exibidor. A empresa divulgou na última CinemaCon a criação da joint-venture Cinionic.

Confira a entrevista na íntegra abaixo e aproveite para reler a matéria publicada na Revista Exibidor, nº 29.  

Portal Exibidor - Como enxerga a evolução do mercado e quais mudanças foram mais marcantes?

Ricardo Ferrari - A Barco enxerga essa evolução como algo que ocorreu de uma maneira natural, necessária e bem absorvida por parte dos exibidores, apesar de que no começo houve uma relutância tanto por parte da indústria como por parte dos exibidores no que tange à incerteza, à tecnologia, agora houve uma acomodação e um entendimento da necessidade desta evolução. Tudo o que era um pouco abstrato no começo, agora se tornou claro e absorvível.

*Que marcos dessa evolução você comentaria, principalmente em relação à Barco?

O vasto portfólio tanto de xênon como de projetores Smart Laser, Flagship, RGB, propiciou ao cliente ter a condição, dentro da sua real possibilidade. Ele não foi obrigado a adquirir um projetor que fosse mais do que ele necessitava, de maior potência. O fato da Barco ter entendido a real necessidade do exibidor no que diz respeito a tamanho de tela, qualidade de imagem, permitiu ao exibidor fazer economias comprando equipamento adequado e não subutilizado.

*Quais são os planos de sua empresa para continuar inovando e trazendo outras contribuições?

Vamos passar por uma nova onda de transformação, HDR, Frame Rate, a nossa ideia é continuar trazendo inovações tecnológicas que permitem que o exibidor esteja apto a reproduzir aquilo que os estúdios solicitam. As pessoas têm que entender que as evoluções tecnológicas que os fabricantes trazem estão muito ligadas às solicitações dos estúdios, não é algo que nós fabricantes inventamos para poder vender. Simplesmente acompanhamos aquilo que efetivamente é solicitado pelos estúdios, nós somos a interface entre os estúdios e os exibidores. Não adianta a Barco ou qualquer outro fabricante vir com uma proposta tecnológica, sem que ela esteja aliada com o que os estúdios estão colocando no mercado. O exibidor não percebe que esses lançamentos de produtos tecnológicos estão diretamente ligados ao que os estúdios estão tendo como requerimento, não estamos inventando produtos, estamos seguindo tendências e tentando de uma maneira amena prover para o exibidor uma maneira de ter menos gastos.

*O que ainda precisa evoluir?

Temos trabalhado muito nisso, prever o futuro requer muita pesquisa e desenvolvimento, muita gente envolvida, a previsão dessa evolução no mercado, a gente vê como uma incógnita, mas arrisco dizer que é um pacote de serviços a serem oferecidos pelos clientes. Teremos uma oferta de serviços agregados ao produto, fazendo com que os exibidores tenham maior facilidade na adequação da tecnologia, não adianta oferecer um produto se não oferecer um serviço que permita com que o e exibidor se adeque a essa evolução tecnologia, temos que ter o ônus e o bônus. Se não fizermos isso, o exibidor não terá como absorver, será um custo extremamente desnecessário.

Compartilhe: