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02 Janeiro 2015 | Fábio Gomes

Boca a Boca explica técnicas para medir a expectativa do público

Presidente da empresa destaca o tracking como a forma mais eficiente

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(Foto: )

Cada vez mais ferramentas capazes de medir a expectativa do público em relação aos futuros lançamentos surgem a fim de entender o gosto e o que atrai as pessoas aos cinemas. Por conta disso, durante a Expocine 2014 foi realizada uma palestra com Eric Belhassen, fundador e CEO do Boca a Boca, para apresentar aos exibidores, distribuidores e interessados as diferentes maneiras de compreender o que leva o espectador a entrar na sala para assistir um determinado filme.

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A empresa é conhecida por algumas singularidades, entre elas por ser a única que realiza teste qualitativo de roteiro no Brasil e, desde 2004, produz análises quantitativas e Focus groups de pré-lançamentos de filmes. Em 2005, tornou-se a única a realizar tracking no Brasil.

“A pesquisa mostra a tendência, mostrando como o filme vai. Não vai apresentar números exatos, mas mostra se o filme vai ter muito, médio ou vai ter pouco público”, afirmou Belhassen durante a palestra.

Existem algumas maneiras de avaliar o possível desempenho de um filme. A mais tradicional é o tracking. O principal objetivo é avaliar parâmetros de lançamento, analisando as evoluções de sua receptividade e seu potencial durante a campanha.

“Funciona de uma maneira rotineira. Toda semana temos um relatório de tracking mostrando tendências, mostrando como será o desempenho do filme”, explicou.

Para realizar a projeção, é realizada uma pesquisa face to face em seis cinemas no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Raramente as tendências indicadas pelo tracking dão errado. Então, há uma análise se há uma receptividade do público: vai querer assistir? Vai querer pagar? Vai querer ver na televisão?”, afirma. “Perguntamos para o público no início: ‘Qual o primeiro filme que você quer assistir?’ Então, mostramos pro distribuidor qual o potencial do filme e, às vezes, isso o ajuda a mirar mais baixo do que imaginava”, afirma.

Nas perguntas estão questões como “Já ouviu falar?, que mede o impacto da campanha; “Quero Ver?”, que mede a qualidade do material; se o filme é sua primeira opção, medindo a competividade do filme no mercado atual; e recall de cartaz e trailer, mostrando a visibilidade subjetiva do material.

Belhassen explica que existem alguns fatores que podem influenciar nos parâmetros do tracking como data de lançamento (proximidade de festas e feriados); clima; circuito; concorrência;, potenciais dos títulos concorrentes; pesos das campanhas rivais; força dos filmes já em cartaz; o efeito “carona” e o efeito “menos pior”.

Além disso, existe o impacto em plataformas e redes sociais, medindo ao mesmo tempo o buzz positivo ou negativo ao redor do filme. No Youtube, por exemplo, há a contabilização do número de views dos trailers e os comentários realizados pelos espectadores sobre o vídeo.

“No Facebook há a contabilização do número de likes e o PTAT, o People Talking About This (Pessoas falando sobre isso, em tradução livre). Quando as pessoas compartilham, parece que o filme vai estourar”, explicou o analista.

Existe há medição do número de tweets falando sobre o longa, com a importante contagem do número de re-tweets. “Por fim há o google search e a contabilização do número de buscas no Google”, completa.

Uma das ferramentas utilizadas para medição é o Movie Magic, um modelo matemático que ajusta o indicador com a bilheteria. “O Google tem um número de dados fenomenal, onde apresenta a evolução do box office contra o total de buscas do filme”, afirmou.

O buzz nas redes sociais, apesar de importantes, podem ser efêmeros. O analista finaliza mostrando que um dos problemas com essas ferramentas envolve a compra de mídia dentro destas plataformas. Se comparado com o tracking e seu modelo face to face, as redes sociais parecem menos eficientes. “O tracking é mais seguro e objetivo e apresenta um prazo maior”, completou Belhassen.

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