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20 Outubro 2016 | Vanessa Vieira

ANCINE agora apoia lançamentos de filmes com circuito exibidor superior a 100 salas

Novidade foi anunciada em evento no Museu da Imagem e do Som de São Paulo

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(Foto: Portal Exibidor)

A ANCINE realizou nesta quarta-feira (19), no Museu da Imagem e do Som – MIS de São Paulo (SP), o lançamento oficial da chamada pública PRODECINE 03/2016. A novidade amplia os recursos disponíveis para distribuição de filmes brasileiros no Programa Brasil de Todas as Telas, que já está em seu terceiro ano de atividade e é um “esforço de desenvolvimento conjunto do setor” segundo Manoel Rangel, diretor-presidente da agência.

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O executivo explicou que não se trata de uma nova chamada pública, mas sim de uma “repaginação” da PRODECINE 03 que já garantia investimentos na distribuição de filmes brasileiros nas telonas do País. A maior mudança é que a ANCINE passa a apoiar a distribuição de lançamentos maiores, com estreia em mais de 100 salas de cinemas simultâneas. Até o momento, essa linha da agência tinha foco apenas em pequenos lançamentos, mas agora também atenderá aqueles que são ainda menores do que os projetos apoiados anteriormente.

“É um apoio para dividir os riscos que o distribuidor corre e que o produtor suporta. Mas nossa premissa é de que não faz sentido substituir o investimento privado no setor”, comentou Rangel, que reforçou ainda que o mercado deve buscar se desenvolver e ampliar a busca pelo capital privado. Além disso, ele explica que é importante que os proponentes também apresentem seus investimentos na distribuição do título. Isso porque solicitar apoio público sem que a empresa (distribuidora e/ou produtora) tenha orçamento já definido para essa etapa do longa pesará muito na escolha das propostas.

Diferentemente dos R$ 5 milhões que disponibilizava, a PRODECINE 03 deste ano destinará um total de R$ 30 milhões a três modalidades, sendo que R$ 20 milhões serão destinados à modalidade A e R$ 10 milhões ficarão para as modalidades B e C. Lembrando ainda que as regiões Sul e Nordeste, por exemplo, são beneficiadas com cotas dentro desse valor. O prazo para lançamento após a retirada do valor é de um ano, com expectativa de retorno do investimento em sete anos.

Questionado se o parque exibidor ganharia algum benefício dentro dessa PRODECINE, Rangel afirmou que não diretamente, já que o cinema pode concorrer ao Prêmio Adicional de Renda, que contempla pequenos exibidores que cumpriram a cota de tela e apresentaram maior diversidade de títulos nacionais em suas telas.

A chamada pública publicará convocatória ainda hoje (20) e a ANCINE espera apoiar cerca de 100 lançamentos. Desses, estima-se que 40 terão circuito exibidor superior a 100 telas. Um detalhe importante é que a produtora e a distribuidora da obra apresentada não podem fazer parte do mesmo grupo econômico, com exceção das propostas enviadas à modalidade C.

Conheça as modalidades da PRODECINE 03/2016:

- A: investimento de até R$ 500 mil será disponibilizado para longas brasileiros com lançamento comercial simultâneo em pelo menos 100 salas de cinema pelo período mínimo de uma semana.

- B: até R$ 200 mil serão disponibilizados para obras que terão lançamento comercial simultâneo em pelo menos 10 salas de cinema por uma semana.

- C: aqui o valor do investimento chega a no máximo R$ 100 mil e é destinado aos longas que terão lançamento em até 10 salas, porém sem a necessidade de estreia simultânea.

Balanço do mercado brasileiro

Manoel Rangel também apresentou um balanço com números dos setores de exibição e distribuição de cinema no Brasil. Ele comemorou a marca de 98% de digitalização do parque exibidor e o crescimento contínuo do número de salas no País. Para ele, o Programa Cinema Perto de Você ajudou na expansão do circuito brasileiro tendo em 2015 o maior crescimento anual da quantidade de telas: 250. Até o fim de setembro, neste ano foram abertas 119 salas, chegando ao total de 3.125.

O executivo defendeu que é preciso ter um mercado exibidor forte, consolidado e baseado no empreendedorismo e no capital privado para manter o setor audiovisual sustentável. Rangel também comemorou a melhora na média nacional de habitantes por sala de cinema, que em 2010 era de 89 mil habitantes por tela e neste ano é de 66 mil. “O Brasil é capaz de ter mais salas do que tem hoje, mas esse é um resultado significativo”.

No setor de distribuição, o executivo apontou o crescimento no número de produções brasileiras lançadas no cinema anualmente, com 102 títulos lançados só em 2016. Outro ponto destacado foi o fato de que, desde 2013, mais de 80% dos longas nacionais são distribuídos por empresas brasileiras. Atualmente a taxa é de 86%. Entre as distribuidoras do País, Rangel destacou algumas que mais receberam recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA como a Downtown Filmes, que já recebeu R$ 17,8 milhões só pelo recurso de Suporte Automático entre 2013 e 2015.

Por fim, Roberto Lima, também diretor da ANCINE, convidou a todos para participarem da apresentação da agência na Expocine 2016, que será realizada em São Paulo entre 16 e 18 de novembro. Na convenção, a entidade pretende abordar o mercado exibidor e os incentivos para quem opera cinemas com diversidade de programação.

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