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11 Janeiro 2017 | Vanessa Vieira

Ásia e América Latina lideram lista de mercados com mais pirataria off-line

Relatório norte-americano aponta principais ameaças à propriedade intelectual na mídia digital e física

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(Foto: Disque Denúncia)

O órgão governamental dos EUA, U.S. Trade Representative – USTR (Representante de Comércio dos EUA, em tradução livre), divulgou um relatório sobre os mercados online e off-line do mundo que mais oferecem risco à economia do país por meio da pirataria de propriedade intelectual.

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Como entretenimento audiovisual, o cinema é uma das principais indústrias afetadas pela pirataria. Em comunicado oficial em resposta ao relatório, o CEO da Motion Pictures Association of America – MPAA, Chris Dodd, defendeu que esse crime é extremamente prejudicial para o cinema, reforçando que esse é um dos principais setores econômicos do país.

“Essa indústria emprega 2 milhões de norte-americanos, paga mais de US$ 121 milhões em salários, gerando US$ 16,3 bilhões em exportações”, explica o executivo. Para ele, a pirataria mina a economia criativa e a competitividade dentro do setor audiovisual.

Pirataria no meio digital

O mais recente relatório “2016 Out-of-Cycle Review of Notorious Markets” da USTR é comparado ao documento de 2015, que também estabeleceu uma lista de “mercados notórios” no consumo de produtos piratas para os quais os EUA passa a olhar com mais atenção.

No meio online, considerado pelo relatório como a mídia que mais contribui para esse tipo de crime, são encontrados “mercados” que recebem tanto os serviços legítimos de distribuição de conteúdo, quanto os materiais ilegais. Porém, entre 2015 e o fim de 2016, a USTR apontou algumas “vitórias” contra a pirataria no meio digital como a derrubada de sites populares pelos conteúdos ilegais como o KAT, derrubado por uma ação de agências dos EUA e de outros países, e o Torrentz.eu, que fechou voluntariamente. Outros websites fechados em 2016 foram Cuevana.tv (assim como os sites anteriores Solarmovie.is e Mp3skull.com) e o maior site de download de arquivos da Ucrânia, o Ex.ua. Boa parte desses websites já foram citados nos relatórios da entidade norte-americana.

Quanto aos principais locais online de pirataria de 2016, a USTR aponta em primeiro lugar o 4shared.com, que também oferece serviços legais de distribuição e armazenamento de conteúdo e é particularmente popular no Brasil. Já foram solicitadas mais de 50 milhões de exclusões de propriedade intelectual ilegal desde 2011. Também são inclusos o Beevideo.tv, o Extratorrent (que aparece na lista desde 2013), Gongchang.com, Movshare Group (que opera com sete endereços). Ao todo, 21 sites foram citados.

Além disso, o órgão governamental também destaca o mais novo método de pirataria conhecido como “stream ripping”, que deslegitima vários serviços legais de streamings e tudo porque é uma maneira de “roubar” um conteúdo que é distribuído legalmente por esses serviços. Depois de “roubado”, o material é distribuído de maneira ilegal, geralmente ainda pelo meio online. Esse método tem afetado principalmente o setor musical, por enquanto.

Para o cinema, quem tem afetado bastante é o torrent, uma maneira de compactar e transmitir conteúdo online por meio de uma espécie de comunidade digital, que nem sempre é utilizada de modo ilegal. De acordo com o portal TorrentFreak, o filme mais pirateado de 2016 por meio de torrent é Deadpool, seguido por Batman Vs. Superman: A Origem da Justiça, Capitão América – Guerra Civil, Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força e X-Men: Apocalipse.

Fecham o top 10 de longas mais pirateados Warcraft –  OPrimeiro Encontro de Dois Mundos, Independence Day: O Ressurgimento, Esquadrão Suicida, Procurando Dory e O Regresso.

Off-line ainda ativo

Apesar de o digital ter se tornado o principal meio para a pirataria, no estudo da USTR se destacam os mercados da Ásia e da América Latina como os mais presentes na listagem de locais físicos conhecidos pela pirataria off-line. Enquanto a Ásia tem doze mercados listados com destaque para a China, com seis, a América Latina fica com cinco locais. Entre eles estão o Brasil (Galeria Pagé, Mercado Popular 25 de março), Paraguai (Ciudad del Este) e Argentina (La Salada), além de dois do México (Tepito e San Juan de Dios).

De outras regiões aparece apenas a África, com dois locais da Nigéria: Computer Village Market, Ikeja, e Oke-Arin & Apongbon Markets.

Veja o relatório completo.

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