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20 Fevereiro 2017 | Vanessa Vieira

Festival de Berlim 2017 teve forte presença e prêmios para a América Latina

O chileno “Una Mujer Fantástica” levou um Urso de Prata e o brasileiro “Pendular” ganhou prêmio da crítica internacional

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Sebastián Lelio e Gonzalo Maza receberam o Urso de Prata de Melhor Roteiro por "Una Mujer Fantástica", do Chile (Foto: Berlinale 2017)

Entre 9 e 19 de fevereiro foi realizada na Alemanha a 67ª edição do Festival de Berlim ou Berlinale, que foi marcado por protestos políticos e movimentação na área de negócios, além das mais de 400 obras exibidas e dos prêmios: o Urso de Ouro e os sete Ursos de Prata. Como já é tradição, o evento foi palco para discussões sobre gênero, sexualidade, imigração, refugiados, racismo e outros assuntos que mantém o festival como um dos mais politizados do mundo.

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O principal troféu, Urso de Ouro, dedicado ao melhor filme do evento, foi para o húngaro On Body and Soul, que chegará ao Brasil com distribuição da Imovision, sendo esta a quinta vez em sete anos que a empresa traz para o País o grande vencedor do festival. Dos sete prêmios secundários, um foi para uma produção latino-americana: o chileno Una Mujer Fantástica, que ganhou o Urso de Prata de Melhor Roteiro e também o prêmio Teddy de Melhor Filme, este último dado por uma crítica independente. Fora da competição principal, na qual também concorreu o longa brasileiro Joaquim, outros prêmios foram entregues incluindo o troféu da Fédération Internationale de la Presse Cinématographique – FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema, em tradução livre), que foi recebido pelo brasileiro Pendular, de Julia Murat. O longa foi exibido dentro da mostra Panorama, uma das mais importantes do festival. [Atualizado em 22/02/2017, às 11h55]

Além disso, uma coprodução brasileira por meio da produtora RT Features com Itália e França que chamou a atenção do público foi Call Me By Your Name. Outro filme brasileiro exibido no festival foi Como Nossos Pais, protagonizada por Maria Ribeiro. "Estamos aqui em Berlim mostrando a diversidade do cinema brasileiro em filmes completamente diferentes. É a terceira vez que participo do Festival de Berlim e posso dizer que desta vez aconteceu praticamente uma ocupação brasileira por aqui", comentou a atriz. [Atualizado em 21/02/2017, às 11h25]

Aliás, neste ano, o Brasil teve participação recorde no evento, com 12 obras, sendo nove longas e três curtas-metragens. Isso sem contar as 43 empresas brasileiras na área de mercado, o European Film Market – EFM, representadas no estande do programa Cinema do Brasil, com apoio da ANCINE. Aliás, oito das 12 participações brasileiras nas mostras do festival são obras de empresas associadas à companhia. O Cinema do Brasil também promoveu durante o evento algumas sessões especiais de filmes brasileiros como Reza a Lenda e Pequeno Segredo. Outra novidade de mercado para o Brasil é que a agência de vendas Film Factory adquiriu os direitos de Uma Espécie de Família, uma coprodução da Bossa Nova Films com a produtora argentina Campo Cine e a francesa Bellota Films.

E não foi só o Brasil que marcou a presença da América Latina no evento, afinal, dos 250 profissionais reunidos pelo Berlinale Talents (evento paralelo com entrada limitada), 79 eram latino-americanos. Desses, 39 eram mexicanos, 10 brasileiros e 5 da Argentina. Tanto o México quanto a Argentina também contaram com mais de cinco filmes nas mostras do festival. O Chile também levou três obras para exibir em Berlim.

Outro destaque do México foi a escolha do EFM de colocar o território como foco da iniciativa “País em foco”.

Política no festival

Durante a 67ª Berlinale, o principal assunto político foi o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, que recebeu críticas de cineastas, atores e outros presentes no festival e de várias partes do mundo. Da América Latina o alvo de manifestações foi o Brasil, com artistas protestando em relação à troca do diretor-presidente da ANCINE e contra o atual governo.

Ásia em foco

Além da América Latina, que teve boa presença no festival, e do espaço especial para a África dentro do EFM, outra região bastante comentada em Berlim foi a Ásia. Da Coreia do Sul, On The Beach At Night Alone foi premiado com o Urso de Prata de Melhor Atriz, entregue para Kim Minhee. As produções sul-coreanas também chamaram a atenção por seu crescente consumo por parte do público japonês, o que levou à venda de pelo menos sete títulos para distribuidoras do Japão no EFM.

Da China, o estúdio Huayi Bros se posicionou durante o festival, com declaração oficial apontando cada vez mais apostas em possíveis blockbusters chineses.

Conclusão diferente

O Festival de Berlim é conhecido por sua politização e pelos filmes “de arte”, no entanto, dessa vez escolheu Logan para encerrar sua programação. O filme da Fox traz, pela última vez, Hugh Jackman no papel do mutante Wolverine e traz um tom diferente dos filmes de super-herói, com mais violência e temática adulta. O ator principal, Hugh Jackman, participou da première e depois veio ao Brasil para divulgar o longa.

Veja também como foi o Berlinale de 2016 e de 2015.

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