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26 Julho 2017 | Vanessa Vieira

"Pluft - O Fantasminha" será um filme nacional competitivo, segundo diretora

Com uso de 3D e filmagens subaquáticas, Rosane Svartman aposta em cunho comercial do longa que terá distribuição da Paris e Downtown

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Ator de prepara no set de filmagem do longa (Foto: Elisa Bessa - Paris Filmes | Downtown)

Produzido pela Raccord e com Paris Filmes e Downtown Filmes na distribuição, o longa Pluft – O Fantasminha deve levar aos cinemas uma nova adaptação da obra clássica da brasileira Maria Clara Machado, já interpretada em diversos teatros do País e do mundo. A produção, inclusive, conta com equipe 100% brasileira e, segundo a diretora, Rosane Svartman, promete ser um lançamento completo, pronto para competir com os grandes blockbusters das férias.



Inovação e tecnologia

A cineasta, que já comandou longas infantis como Tainá – A Origem (Sony, 2013), falou ao Portal Exibidor durante as filmagens de Pluft na Escola Superior de Bombeiros em Franco da Rocha (SP), no fim de julho. Por lá, as gravações foram bem diferentes do que geralmente se vê no País, pois graças a essa locação o filme contará com um efeito especial diferenciado: filmagens subaquáticas a 6 metros de profundidade.

Isso porque o título conta a história de um fantasminha, Pluft, e sua nova e assustadora amizade com uma menina, Maribel. A parte que envolve o “mundo fantasma” era uma preocupação tanto para Rosane quanto para Cacá Mourthé, herdeira da obra de Maria Clara, que só permitiu a venda dos direitos da peça após aprovar a técnica que seria utilizada para representar esse universo. “Ela falou que não era para colocar alguém transparente e achei que ela tem toda a razão porque quando as crianças forem ver o filme e ao lado tiver outras opções, esses filmes potentes de férias, não vai ter uma legenda falando que o nosso é uma produção brasileira e, por isso, nosso ‘truque’ é baratinho”, comenta a cineasta.

Assim, buscando um modo que representasse o lúdico dos fantasmas com qualidade de imagem, a equipe do filme sugeriu a ideia de filmar embaixo d’água todos os fantasmas, garantindo, assim, um efeito visual mais complexo. Para conseguirem realizar esse feito, a Raccord teve de achar uma piscina compatível, contratar mergulhadores e fotógrafos subaquáticos e inovar no método de iluminação por falta de soluções no País, além de toda a equipe de imagem ser praticamente o dobro do tradicional por conta da filmagem em 3D.

Estima-se que o orçamento do filme possa chegar a um total de R$ 10 milhões, sendo que ainda nas primeiras fases a Raccord buscou também pesquisa de público, leitura de roteiro junto a crianças, além de conversar com exibidores e distribuidoras.

Rosane afirmou também que materiais especiais para a estreia de Pluft também já estão em produção como duas experiências de realidade virtual que prometem entreter as crianças com a imersão nos cenários do filme.

Foco comercial

Quanto ao mercado de exibição, Rosane explicou que estão fazendo o melhor filme possível e sempre com a proposta de ser um longa competitivo. “Queremos trazer as famílias para o cinema, este é um filme que é pensado para ser um bom concorrente em todas as esferas, não só no conteúdo”.

Para Clélia Bessa, produtora executiva de Pluft, o filme será uma oportunidade de “atender toda a cadeia do cinema”. Isso porque a executiva acredita que este é um lançamento que pode ser “popular com qualidade”. Clélia defendeu, inclusive, que o longa é uma produção completa, com bons atores, pós-produção complexa, trilha sonora própria com nomes como Frejat e Marisa Monte, efeitos visuais e uso de 3D, além de contar como base a história com mais de 50 anos de Maria Clara. “Não estamos fazendo o filme para nós, mas sim para o público. Apesar de fazermos um longa com um clássico do teatro, nunca perdemos de vista o potencial comercial”.

Segundo a executiva, a parceria de anos com a Downtown Filmes também ajuda a manter esse foco para a produção. “A Downtown sempre trabalhou muito bem a campanha de seus filmes, então confiamos nisso. Nós esperamos também contar com a cumplicidade dos exibidores porque ‘Pluft’ tem potencial. Temos tudo para que o exibidor nos abrace”, declarou. A executiva classifica a produção não como infantil, mas como “para a família”.

Do outro lado da tela

O protagonista de Pluft é Nicolas Cruz, que já atuou em Ponte Aérea (Paris/Downtown, 2015) e hoje tem 10 anos. Para ele, as filmagens do fantasminha são completamente diferentes de todos os trabalhos de TV, cinema e teatro musical que já fez. “Eu acho que isso será um divisor de águas na minha carreira. Estou bem ansioso para o filme ir logo para o cinema, vi algumas cenas com pós-produção, está muito legal”, comentou.

Já Fabíula Nascimento, atriz que interpreta a mãe fantasma do Pluft, contou que todos os atores que fariam filmagens subaquáticas receberam treinamento especial e afirmou que tudo é feito com muita segurança. “Quando me convidaram para fazer a Mãe Fantasma eu achei irrecusável, ainda mais feito desse modo todo diferente. O cinema está em uma fase muito maravilhosa, estamos com cinema de gênero como comédia, drama, terror”.

A atriz tem também um programa sobre cinema no Canal Brasil, chamado O País do Cinema. Ela comentou que, nas conversas realizadas no programa, a maior dificuldade apontada pelo mercado é manter um filme nas salas de exibição. Fabíula acredita que o parque exibidor precisa abrir mais espaço para o cinema que vem de “dentro da casa”. A atriz espera também que, após o período na telona, o longa tenha uma vida prolongada em plataformas de VOD. “Mas nada é como o cinema, nada substitui”.

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