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19 Setembro 2017 | Natalí Alencar

2º Mediamorfosis aborda evolução das mídias e da tecnologia na produção de conteúdo

Encontro foi realizado na Unibes Cultural

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Plenária "Menos é melhor: como inovar em uma organização de mais de 200 anos de idade?" (Foto: Portal Exibidor)

A Unibes Cultural recebeu em São Paulo (SP) nos dias 15 e 16 de setembro a 2ª edição do Mediamorfosis, encontro para debater como a evolução das mídias e da tecnologia influencia a produção e o consumo de conteúdo.



“O mundo digital se resume em fazer tentativas, que podem ou não dar certo”, disse Mauro Garcia, da BRAVI.

Tansmídia, games e realidade virtual foram alguns dos temas, além de experiências e cases ligados ao audiovisual e à produção de conteúdo. O Mediamorfosis Brasil é uma realização do Brazilian Content. Confira alguns destaques:

 

Documentário no Peru usou internet e telefone para obter histórias

A diretora peruana Rosemarie Lerner, da Lucida Media, compartilhou com a plateia do Mediamorfosis os caminhos de produção do Projeto Quipu - Documentário Interativo. A proposta do documentário foi abordar uma questão complexa e pouco esclarecida no país que é a esterilização forçada de mais de 300 mil pessoas no Peru nos anos 90 durante o governo de Alberto Fujimori. Para colher as histórias, a diretora usou um sistema de telefonia em que as vítimas poderiam ligar e contar suas histórias que eram divulgadas na plataforma criada na Internet para o projeto. Um curta-metragem documental foi feito e disponibilizado no The Guardian. “Assim pudemos dar visibilidade ao assunto e também levar a audiência para a nossa plataforma web”, diz.

 

Série norueguesa focou nas redes sociais como principal ferramenta de divulgação

Julie Andem e Mari Magnus, criadoras da série norueguesa ‘Skam’, que conquistou a audiência jovem mundo afora, contaram como desenvolveram o projeto, que é um mix de blog e série dramática e usaram as redes sociais para promovê-la e engajar a audiência, chegando a um público muito maior do que o original: garotas norueguesas de 16 anos, que formam um grupo de aproximadamente 30 mil pessoas. No Brasil, a série tem um portal com mais de 86 mil fãs. A atração é um sucesso na China e chegou aos trending topics do Twittter. “Não esperávamos algo tão grande”, diz Mari. “Para nós as redes sociais são uma ferramenta de divulgação e storytelling”.

 

Projetos Transmídia na Eslovênia

Sara Bozanic, do Instituto de Desenho Transmídia da Eslovênia comentou o projeto Ukrainian Sheriffs, filme sobre uma cidade pequena no sul da Ucrânia que não tinha um departamento de polícia estruturado até que duas pessoas ficam encarregadas de cuidar da segurança pública. O target do projeto era a audiência internacional interessada em política, cultura e questões sociais. Além da série na web, havia portal e estratégia nas redes sociais. A produção foi a representante do país na disputa da vaga ao Oscar de melhor filme de língua estrangeira de 2017. Segundo Sara, na Europa, os melhores fundos para os projetos Transmídia estão na Holanda e na França.

 

Influenciadores digitais

“Do começo do YouTube para cá, demos voz a muita gente que não teria essa oportunidade”, relatou Eduardo Brandini, head de media e entretenimento do YouTube Brasil em sua fala inicial na mesa "O poder do vídeo online e dos influenciadores digitais".

Apoiado por números e estatísticas de audiência, explicou, entre outros pormenores, como funciona a monetização do site e a sua face como ferramenta de pesquisa. “A gente encara hoje o YouTube como uma plataforma de busca também, não só de vídeo. Muita gente vai direto no site para buscar seu conteúdo nesse formato”, conta. Brandini ressaltou que a plataforma foi a primeira a acreditar que seus produtores de conteúdo poderiam se tornar grandes sucessos individuais. “Os youtubers não têm views, têm fãs que os seguem por toda parte”.

Nelson Bottega, CEO e sócio-fundador da Rede Snack, reforçou esse discurso: “Os youtubers são os novos rockstars. Eles que estão influenciando comportamento ao criar uma comunidade com os fãs, compartilhando e dialogando diariamente”.

 

Realidade virtual

A gerente-executiva do Brazilian Content, Rachel do Valle, moderou o debate "Realidade virtual e games imersivos no Brasil", que expôs cases da tecnologia no país.

Ricardo Laganaro comentou suas experiências com vídeos 360° e tratou do momento vivido pela realidade virtual hoje. “VR não é modinha, já virou parte da cultura. Ajuda a criar empatia, até a ONU percebeu que é mais eficaz fazer um vídeo colocando o espectador dentro da barraca de um refugiado do que um em 2D com a Angelina Jolie pedindo dinheiro”, afirmou.

 

Inteligência artificial

Recém-nomeada executive delivery na IBM, onde exerceu a função de líder de cloud vídeo por cerca de um ano e meio, Fernanda Fronterotta apresentou o Watson, supercomputador desenvolvido pela empresa e que foi lançado à fama mundial em 2011, ao vencer humanos em um programa de TV nos Estados Unidos.

A profissional também ressaltou a importância do vídeo como linguagem. “O destaque do site da revista Time, que até outro dia tinha Magazine no nome, é hoje um vídeo”. Segundo ela, essa mídia democratiza e facilita o acesso do público.

 

Periódico argentino apostou no audiovisual

O jornal argentino La Nación, de 150 anos, decidiu investir no digital e no audiovisual para acompanhar os novos hábitos da audiência. O projeto do canal de LN+ foi conduzida pela New Sock, empresa de Damián Kirzner, criador do Mediamorfosis. “Foi uma evolução narrativa dentro de uma empresa jornalística tradicional”, disse Kirzner. O projeto incluiu a construção de cenários e sets de televisão dentro da redação, treinamento para os jornalistas melhorarem a performance na frente das câmeras e aprender a produzir na nova linguagem.

 

Renovação da produção midiática

Na plenária "Menos é melhor: como inovar em uma organização de mais de 200 anos de idade?", Christian Bennett, editor-executivo de jornalismo visual do Guardian, tratou das inovações implementadas no site do jornal, uma instituição de dois séculos, para atrair audiência. “Se você acredita no bom jornalismo não importa em qual linguagem você vai fazê-lo, vai conseguir passar sua mensagem em vídeo ou escrevendo”.

Ele contou que o jornal desenvolveu, há menos de um ano, um estúdio de VR, que tem produzido vídeos para o seu site, e versou sobre as produções de sucesso que se tornaram virais do Guardian.

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