20 Setembro 2017 | Fernanda Mendes

Diretor de “Mãe!” divulga filme no Brasil: "O público quer ver algo diferente"

Elenco da produção conta com Jennifer Lawrence e Javier Bardem

Com um elenco de estrelas incluindo Jennifer Lawrence, Javier Bardem e Michelle Pfeiffer, o lançamento da Paramount Mãe! está fazendo carreira em diversos festivais como Cannes e Toronto. O longa estreou nos EUA na última sexta-feira, 15, ficando em terceiro lugar na bilheteria, e chega no Brasil nesta quinta, dia 21. Para divulgar a produção, o estúdio trouxe o cineasta Darren Aronofsky ao Brasil.

Autor de filmes intensos como Cisne Negro (2011) e Noé (2014), Aronofsky contou que a intenção foi produzir algo diferente de tudo aquilo que já fez em sua carreira de 20 anos no cinema. A história que traz diversas alegorias e metáforas faz uma análise profunda sobre a relação do homem com a natureza e a religião. Com poucos personagens (e nenhum com nome próprio) o filme é ambientado em apenas um cenário: uma casa isolada na floresta.

“Queria falar sobre a mãe de todos. Então peguei essa ideia e a transformei em ‘nosso lar’ porque todo mundo entende quando alguém vai na sua casa e apaga um cigarro no tapete, mas ninguém entende as tragédias que se passam em outros países. Tinha que ser o mais individual possível”, disse o diretor.

Na divulgação da produção, os teasers e trailers demonstravam a complexidade e mistério do enredo, que apesar do elenco bastante conhecido, não é comercial. O que o cineasta diz não se importar e até mesmo auxiliar na venda do longa. Aliás, apesar das críticas positivas da imprensa, a ferramenta CinemaScore que mede a opinião dos espectadores, divulgou uma nota F para o longa após a exibição neste fim de semana nos EUA. “É um filme difícil, sabia que ia gerar opiniões divididas, é intenso para as pessoas. O meu estilo é agressivo”, conta.

Meio-ambiente

Citando a Bíblia, Aronofsky conta que foi dito para o homem cuidar da Terra e dominá-la, mas isso foi não foi bem interpretado, por isso em Mãe! ele quis personificar a Terra e trazer a relação de Deus com o Planeta, representado por um casamento que começa a ruir.

Apesar do filme ter ares de um grande pesadelo, o cineasta não acredita que a produção seja desestimuladora. “Sou otimista, por trás desse filme quis trazer a esperança. Nos lugares mais escuros é onde encontramos a luz. Não estamos no capítulo final com a mãe natureza”.

Elenco

O filme marca também o retorno de Michelle Pfeiffer às telonas, que estava afastada desde 2013 quando atuou em A Família, de Luc Besson. Em Mãe!, o cineasta lhe deu o papel que representa a Eva, da Bíblia. Segundo ele, a ideia é que Eva deveria ser mais sapeca e Michelle a transformou em uma verdadeira “camundonga”.

Já Jennifer Lawrence, que tem uma imagem ligada a blockbusters como Jogos Vorazes e inclusive ganhou o Oscar de Melhor Atriz por O Lado Bom da Vida em 2013, fez um papel muito diferente de tudo aquilo que já realizou. “Ela reagiu tão bem ao material. Ela se conectou muito ao fazer o papel de um lar como o nosso planeta”.

A produção que começou a ser executada em 2015 também possui algumas curiosidades. Com um roteiro que foi escrito em apenas cinco dias, o filme teve 1.200 cenas gravadas e mais efeitos especiais que em Noé, por exemplo. Questionado sobre a parte mais difícil do longa, o diretor contou que os 30 minutos finais tiveram “um tom enlouquecedor” que nunca haviam experimentado antes. Somente esta parte da produção levou 25 dias para ser realizada.

Além disso, a casa, que é a parte essencial do filme, também teve particularidades que contribuíram na construção da trama. A ideia foi mostrar uma casa com ares vitorianos no meio do campo e com paredes diagonais, quartos com disposições diferentes, algo que fugisse da normalidade.

Com tantas polêmicas e chamando muito atenção da imprensa, Mãe! é diferente não só para o elenco e diretor, como também para o público. “Eu quero que os espectadores amem o meu trabalho. Sei que o público também quer ver algo diferente”.

Veja a galeria de fotos da coletiva de imprensa e da première no Brasil.