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10 Novembro 2017 | Fernanda Mendes

Google recebe mercado de cinema em evento sobre campanhas digitais

Dentre as pesquisas apresentadas, o YouTube se mostrou como a plataforma número um nas buscas em entretenimento

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Danilo Marinho, executivo de contas do YouTube, durante a apresentação da Google (Foto: Revista Exibidor)

A indústria de entretenimento enfrenta de tempos em tempos pressões diferentes e precisa se reinventar, manter-se atraente e enxergar sempre o futuro. Seja pela crise, pela grande oferta de conteúdo ou concorrência de diversas plataformas, uma coisa é certa: no setor do cinema todos querem fisgar o espectador.



Pensando nisso, a Google realizou um evento em sua sede no Brasil (São Paulo, SP), para apresentar pesquisas sobre o setor e mostrar as plataformas disponíveis para auxiliar o mercado nesta missão. Foram seis palestras que abordaram assuntos como o poder dos dados, a utilização do YouTube para as marcas e o comportamento e demanda dos espectadores na internet.

José Merched, líder da empresa na relação com os varejistas, contou que atualmente são 131 milhões de brasileiros conectados na internet e, portanto, é mais do que necessário que os estúdios tenham novas ações para acompanhar o meio online. Segundo as pesquisas, de 10 dos filmes de maiores bilheterias do País, houve apenas 18% de cobertura de respostas sobre estes conteúdos na internet. Ou seja, há muita demanda por interesse, mas pouca informação a respeito.

É aí que entra o Machine Learning, ferramenta de Inteligência Artificial do Google, que utiliza a habilidade das máquinas em aprender. Por meio dela é possível construir de maneira fácil anúncios dinamicamente, atrair audiências similares e focar a campanha de maneira mais assertiva.

YouTube

Na ferramenta de vídeos da Google, a ideia do Machine Learning tem uma performance ainda mais clara, pois a ferramenta consegue analisar quem assiste cada trailer, quem tem interesse e, então, compartilha aquele conteúdo para cada tipo de audiência. A ideia é que um mesmo trailer tenha diversos recortes dependendo do target. “Para Star Wars, por exemplo, pode ter um recorte do trailer focado no Luke Skywalker e este conteúdo será direcionado ao público da geração mais antiga. Para os novos espectadores talvez um vídeo com um corte que valorize a personagem de Rey, já que a bandeira do feminismo está em pauta atualmente”, exemplificou.

Somente no YouTube são 103 milhões de brasileiros logados, mas o que torna o site de vídeos ainda mais importante para a indústria de entretenimento é que este endereço eletrônico é a ferramenta número um de buscas neste assunto. Um dado que surpreendeu até mesmo a Google.

Outra informação atraente é que, entre as comunidades que integram o YouTube, a dos cinéfilos teve um crescimento de views de 142% entre 2015 e 2017. Uma grande oportunidade para as marcas falarem com o consumidor, preenchendo aquela lacuna de buscas sem respostas.

Estratégia

Juliana Lisboa, responsável por soluções no YouTube, ressaltou a relevância da orquestração de uma campanha não linear para o lançamento de um filme. A executiva sugere que a divulgação de um trailer comece alcançando o máximo de pessoas possíveis em menor tempo. A partir daí a campanha passa a ter dois caminhos: para aqueles que se interessaram, o estúdio pode lançar conteúdos aprofundados como bastidores, a fim de aproximar ainda mais o espectador do produto. Depois, anúncios de que o filme está em cartaz convertem esse interesse em compra efetiva. Já para os espectadores que não se interessaram pelo trailer, um outro caminho é lançar vídeos menores, com formatos diferentes e a utilização de influencers digitais para divulgá-los.

Youtuber

Dentre esses influencers, Gusta, do canal NomeGusta, esteve presente no evento. “Tenho vontade de fazer paródias de trailers e também viajar para mostrar as locações das filmagens”, contou, mostrando seus vídeos que conversam com o universo cinematográfico. O jovem tem 4,6 milhões de inscritos em seu canal.

Já Whindersson Nunes, maior influencer digital do País (24 milhões de inscritos), também faz sucesso com seus vídeos sobre filmes. O último, sobre IT: A Coisa (da Warner Bros.), possui 14 milhões de visualizações. “O moviegoer tem muito interesse sobre o assunto e está aberto para receber nossas informações. 51% das buscas no YouTube estão dentro de entretenimento e 30% das pessoas afirmam que é nessa rede em que ficam sabendo de novos filmes”, contou Debora Bonazzi, líder de mídia e entretenimento da Google.

Distribuidoras

O evento contou com representantes de majors como Disney, Warner, Fox, Paramount e Sony. Em entrevista ao Portal Exibidor, Claudine Bayma, diretora de marketing da Sony, explicou a importância do digital para a distribuidora. “Em qualquer campanha, nosso ponta pé inicial é no digital, pois conseguimos trabalhar targets específicos e também ter alcance nacional. A eficiência do meio é grande”.

Exemplos deste alcance foi a divulgação de Homem-Aranha: De Volta Ao Lar e Blade Runner 2049, que se tornaram a maior bilheteria de todos os tempos para o estúdio no País e a primeira bilheteria da América Latina, respectivamente.

Com sua equipe de vendas e agências parceiras também no evento, a executiva contou que a ideia é construir campanhas casadas entre digital, marketing e vendas. “Sempre participamos de encontros deste tipo, pois todo conteúdo nosso é produzido em relação à percepção do público neste meio digital”.

A Fox também estava com grande parte de sua equipe no evento. “É sempre interessante estar atualizado com dados e estar aqui é importante para analisar como utilizar essas tendências no lançamento dos nossos produtos”, afirmou Camila Pacheco, diretora de marketing. “O digital é parte fundamental das nossas campanhas, tanto que estamos aqui na Google quase uma semana sim, semana não”.

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