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22 Novembro 2017 | Vanessa Vieira

Governo dos EUA quer impedir compra da Time Warner pela AT&T

O Departamento de Justiça do país abriu um processo contra a aquisição

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(Foto: Wikimedia)

Nesta segunda-feira (20), o Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos abriu um processo contra a aquisição da Time Warner pela AT&T, anunciada em outubro de 2016 sob o valor de US$ 85 bilhões. A ação antitruste visa impedir a continuação do processo de compra, que teve avaliações positivas e negativas entre outras entidades governamentais do mundo.



Assim, o DOJ, que apontou esta como uma das maiores fusões da história estadunidense, declarou em seu processo que a união da maior distribuidora de programação televisiva do país com um dos maiores estúdios prejudicará consumidores e a competitividade do mercado. Isso porque poderia forçar canais a pagar mais por conteúdos muito populares, reduzindo a velocidade da inovação no meio, especialmente entre os novos modelos de distribuição de conteúdo que aumentam o poder de escolha dos consumidores. Além disso, o departamento acredita que a fusão vai “aumentar as contas” dos espectadores, forçando a preferência por canais que pertencem às empresas em questão.

A ação do DOJ tem sido elogiada por alguns grupos de consumidores e de roteiristas (Writers Guild of America – WGA West e East), que acreditam que a fusão seria prejudicial à competição no mercado e aos espectadores.

No entanto, há riscos até mesmo para o próprio departamento, que não tem histórico de combate a fusões que unem empresas de ramos diferentes como é o caso da AT&T, companhia de telecomunicação, e a Time Warner, de mídia e entretenimento. Em comunicado, o diretor jurídico da AT&T, David McAtee 2º, declara que a ação do DOJ é uma “mudança radical e inexplicável de décadas de jurisprudência antitruste”.

Ele ainda defende que fusões como a pretendida pela empresa são normalmente aprovadas porque “beneficiam os consumidores sem retirar do mercado nenhum competidor”. Para McAtee, não há motivos para a negociação das empresas ser tratada de maneira diferente. Assim, o executivo indica que a AT&T enfrentará o DOJ nos tribunais dos EUA.

Vale lembrar que, em novembro, o governo dos EUA tinha imposto mais condições para a aprovação da compra, exigindo que a AT&T se desfizesse de vários ativos, retirando a CNN, Turner Entertainment ou DirecTV. A empresa declarou que não pretendia atender a esse pedido.

Polêmica

Bloquear a aquisição foi uma das promessas de campanha do atual presidente Donald Trump, que tem divulgado em comunicados que a fusão não seria “boa para o país”. No entanto, o presidente é acusado de trabalhar contra a compra por conta de sua crítica ao canal CNN, da Time Warner, deixando em aberto críticas de intervenção governamental no trabalho do Departamento de Justiça. Inclusive, a AT&T poderá tentar usar de uma acusação dessas para enfrentar o processo do DOJ.

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