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09 Fevereiro 2018 | Fernanda Mendes e Vanessa Vieira

Diretor-presidente da ANCINE quer audiovisual entre os 5 maiores do mundo

Em entrevista ao Portal Exibidor, Christian de Castro comentou as bases de seu mandato na agência

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(Foto: ANCINE)

Já em janeiro último, a ANCINE começou o ano com novo diretor-presidente, Christian de Castro Oliveira, que fazia parte da diretoria colegiada da agência desde outubro de 2017. Agora, para concluir a série especial de entrevistas com a diretoria da ANCINE, o Portal Exibidor traz um bate-papo com o executivo.



Apesar de ter começado sua trajetória profissional no mercado financeiro em 1990, de Castro logo entrou no setor audiovisual com a fundação junto a parceiros da BSB Cinema Produções. Além disso, participou da criação do primeiro Funcine junto à Rio Bravo Investimentos, tendo sido também diretor de distribuidoras como Vereda Filmes e Lumière. Foi também assessor da diretoria da ANCINE e diretor comercial da RioFilme, entre outras experiências.

Antes de se tornar diretor-presidente da agência, de Castro já participava das câmaras técnicas referentes à exibição como a de acessibilidade e a de cota de telas. Além disso, na época, ele apontava sua atuação como “mediador” como um dos principais objetivos de seu trabalho. Agora, o profissional reforçou esse papel com foco no diálogo com o mercado audiovisual brasileiro.

Segundo o executivo, que conversou com o Portal Exibidor durante o 10º Prêmio ED, já são mais de 18 anos atuando no meio audiovisual. “O contato com os exibidores passou a ser mais intenso a partir do momento em que comecei a trabalhar na ANCINE e tem um aspecto mais industrial da cadeia”, comentou.

Confira a entrevista:

Como tem sido o contato com o mercado exibidor?

Ao longo da carreira já tenho uma relação muito intensa sobretudo com os distribuidores. Com os exibidores, foi a partir do momento que eu comecei a trabalhar, fui indicado na ANCINE. O contato com os exibidores passou a ser mais intenso e tem um aspecto mais industrial da cadeia. Existe uma agenda muito intensa com os exibidores e distribuidores que tentamos sempre trabalhar.

Chegamos no fim do ano com 3.220 salas, a tendência é de que neste ano ultrapassemos o número histórico dos anos 1970 de 3.275 e nós continuamos a expandir, sobretudo nas cidades de menor porte. Essa expansão do parque exibidor foi feita muito em cima de programas elaborados pela ANCINE como o RECINE, o Cinema na Cidade e outros.

Por que participar do Prêmio ED?

Para enxergar de maneira mais próxima essa relação entre distribuidor e exibidor. Essa importância do relacionamento está retratada em um evento como esse, no qual estão dois elos da cadeia audiovisual que são diretamente responsáveis pelo resultado e pela visibilidade do cinema, em especial o cinema brasileiro. O fato de termos uma distribuidora brasileira como a Paris Filmes, apesar de estar na premiação com dois filmes internacionais, mas sendo títulos independentes e não tão óbvios, mostra a capacidade de inovação e de adaptabilidade da empresa independente brasileira.

Tendo participado do Prêmio ED, o que me chama mais a atenção é essa força do mercado exibidor nacional, no qual todos se conhecem – são gerações de famílias que carregam este setor. Então tem todo um cuidado na hora de lidar e expandir.

Quais serão as bases do seu mandato?

Sempre procurar estar perto. Por isso que a minha vida desde o dia 3 de janeiro, que foi quando eu assumi, tem sido bem intensa. Procurando ouvir e falar com todo mundo... Uma característica da minha gestão que eu quero colocar é pautar sempre pelo diálogo, pela transparência, pela desburocratização, pela eficiência e pela eficácia. Acho que esses cinco pontos são uma bússola que queremos seguir.

Essa é uma característica dessa diretoria, não só eu, mas também o Alex Braga e a Débora Ivanov, que abriu o diálogo já na gestão dela. Então vamos procurar ter essa interação cada vez maior e transparente para todo mundo poder crescer junto porque todos que trabalham com o cinema e com essa cadeia o fazem porque escolheram fazer isso.

E os próximos passos e desafios?

Acho que tem bastante coisa a ser feita. Temos um mercado para crescer, o desafio das novas tecnologias, novas janelas entrando, o VOD provocando uma transformação no mercado, a grande consolidação no mercado internacional, como isso reflete no Brasil... São várias questões com as quais precisamos lidar.

Um outro objetivo é trazer cada vez mais o investimento privado para dentro desse jogo. A produção brasileira ainda roda muito em cima do incentivo fiscal.

Os clientes da ANCINE são a sociedade e a cadeia do audiovisual em especial. Precisamos procurar entender o que essas partes relacionadas esperam da agência para fazermos desse caminho algo mais suave e eficiente. Para que, em um horizonte de 10 anos, transformemos a indústria do audiovisual brasileiro e a coloquemos entre as cinco maiores do mundo.

Precisamos fazer crescer, dar facilidade e transparência, deixar o mercado mais fácil de ser operado, menos burocrático.

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