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14 Março 2018 | Fernanda Mendes

Patrícia Cotta sobre mulheres no cinema: "Não me parece haver uma desigualdade de gênero"

Gerente de marketing do Kinoplex falou sobre sua trajetória no mercado

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(Foto: Kinoplex)

No mês de março, quando é comemorado o Dia das Mulheres (8), o Portal Exibidor organizou uma série de entrevistas com executivas do mercado de cinema. A ideia é mostrar a evolução do espaço do sexo feminino nesta indústria e como as mulheres enxergam a diferença de gênero.



A primeira entrevistada é Patrícia Cotta, gerente de marketing do Kinoplex desde 2013. Graduada em Comunicação Social em 1990 e com especialização em Propaganda e Publicidade e MBA em Gestão Empresarial pelo IBMEC, a profissional possui mais de 20 anos de experiência na área de marketing e está no mercado de cinema há setes anos.

Falando sobre a sua visão do mercado, Patrícia explica que há bastante presença massiva das mulheres nas empresas e diz que nunca presenciou nenhum tipo de preconceito na indústria. “Não imagino que não tenhamos mais nada a evoluir nesse sentido, mas acredito que já tivemos muitas conquistas. É assim que me sinto”, completa.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Comente brevemente sua trajetória no mercado

Entrei para o mercado de cinema em janeiro de 2011. Nessa época, já trazia uma bagagem de mais de 20 anos na área de Marketing em diversos segmentos, mas nunca havia trabalhado nesse mercado. Já tinha uma experiência com entretenimento em TV e Internet, mas pouco a pouco fui descobrindo que cinema tem características singulares e contei com a ajuda de pessoas muito especiais, que me ensinaram muito sobre esse mercado. Eu sempre digo que nosso encontro foi uma troca e uma soma. A equipe me ajudou muito com sua experiência e eu trouxe alguns questionamentos que nos ajudaram a quebrar alguns paradigmas. Uma empresa centenária, que viveu todas as transformações do cinema, é uma grande escola, mas o mais importante foi encontrar uma empresa sempre aberta para mudanças, para o novo.

Quais desafios enfrentou ao longo do carreira por ser mulher?

A meu ver, o maior desafio em ser mulher ou, ao menos, o meu maior desafio, foi sempre encontrar o equilíbrio entre os diferentes papéis que assumi em minhas escolhas de vida. No meu caso, eu escolhi ser mãe e procuro participar ao máximo da vida dos meus filhos, estando sempre presente nos momentos importantes. Por outro lado, eu amo o que eu faço e a empresa onde trabalho e não me considero uma workaholic, mas tenho bastante compromisso com nossos resultados.  A gente trabalha com paixão. E equilibrar tudo isso é um exercício diário, não tem fórmula. A gente acerta em alguns momentos, mas também erra. Homem ou mulher, somos todos humanos. E nunca consegui ter um dia de 36 horas, seria bom. Há alguns anos atrás, recebi de uma professora um desenho da minha filha mais velha, onde ela estava dentro da casa com o pai e eu estava voando num avião e ela pedia ao Papai Noel para eu ficar mais com ela. Hoje, ela já é adulta e tem que equilibrar sua própria vida pessoal e profissional. Isso nos aproximou mais ainda, mas sempre que me lembro disso, eu me emociono.

Como você avalia que está o segmento de exibição hoje em relação ao trabalho das mulheres e a entrada delas no mercado?

Eu nunca sofri, nem nunca presenciei qualquer preconceito nesse mercado. Somos muitas mulheres e, pela minha visão, nossas opiniões são respeitadas. Não tenho uma avaliação numérica, mas conheço muitas mulheres no mercado de cinema e não me parece haver uma desigualdade de gênero. Não imagino que não tenhamos mais nada a evoluir nesse sentido, mas acredito que já tivemos muitas conquistas. É assim que me sinto.

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