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16 Julho 2018 | Vanessa Vieira

Estudo reforça dominação da Disney e Fox no mercado se compra for aprovada

Formando um “super-estúdio”, a empresa terá não só a maior bilheteria como também deve liderar Market Share e premiações

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Imagem meramente ilustrativa (Foto: Disney | Fox)

Que a compra dos estúdios de cinema da Fox pela Disney impactará o mercado, já é algo esperado tanto pela mídia quanto pelos players do setor, mundial e localmente como pode ser lido na análise do Portal Exibidor.



A novidade agora é um relatório especial da CNN Money, em parceria com o Box Office Mojo, para explicar o tamanho desse impacto em números. Isso inclui bilheteria e Market Share nos Estados Unidos, bem como previsão de dominação das principais premiações do cinema.

Consequências em 2018

Após movimentar o mercado e a imprensa com as negociações, com direito a propostas milionárias e disputa entre Disney e Comcast, estima-se que já em 2018 os números indicarão a presença massiva do “super-estúdio” Disney-Fox. Segundo o relatório, até o momento, as marcas somadas têm quase 50% de toda a bilheteria da América do Norte graças a lançamentos como Pantera Negra (com US$ 699 mi vindo dos EUA, de um total mundial de US$ 1,3 bi), Vingadores: Guerra Civil (com US$ 675 mi de US$ 2 bi), Deadpool 2 (com US$ 316 mi de US$ 730 mi) e Os Incríveis 2 (US$ 535  mi de US$ 856 mi).

Espera-se que, ao fim de 2018, esse Market Share da bilheteria norte-americana feche em cerca de 40%, mesmo com títulos como Han Solo: Uma História Star Wars rendendo abaixo do esperado. No caso, o filme teve bilheteria global de US$ 384 milhões com orçamento estimado em US$ 300 milhões.

Do lados dos pequenos exibidores locais, a CNN Money apontou que pode haver uma preocupação quanto à quantidade de grandes filmes lançados, dificultando os processos de programação.

Histórico das marcas

Em uma média dos últimos 5 anos, somando Disney e Fox, os estúdios têm 38% da arrecadação com lançamentos nos EUA, seguidos por Time Warner com 16%, NBC/Universal com 15%, Sony com 9%, Paramount com 7% e Lionsgate com 6% entre as companhias com maior share.

Além disso, a Disney tem também outro detalhe numérico interessante: casos como no do lançamento Star Wars: Os Últimos Jedi, do fim de 2017, que rendeu estimados 65% de sua bilheteria local (US$ 620 mi de US$ 1,3 bi) direto para os cofres do estúdio. O comum é que as companhias fiquem com até 55% das receitas.

Porém, deter a maior participação das rendas não é o único impacto esperado no mercado norte-americano pela CNN Money. Afinal, historicamente a Fox tem liderado as principais premiações do meio cinematográfica, com destaque para o Oscar e para o estúdio in-house Fox Searchlight, diferente da Disney, cujos prêmios mais comuns vêm geralmente das animações (destaque para a Pixar) e dos efeitos especiais.

Ou seja, além de dominar a bilheteria norte-americana, que no primeiro trimestre deste ano ficou como a segunda maior do mundo, o “super-estúdio” também estabeleceria sua preponderância nas premiações.

Leis e governo

Após a decisão judicial história que aprovou a compra da Time Warner pela AT&T, não foi surpreendente que a aquisição entre os estúdios não fosse considerada uma formação de truste a princípio.

Porém, a rapidez com que o departamento estadunidense anti-truste chegou a essa primeira conclusão foi questionada por veículos locais como no editorial do jornal The New York Times. Até porque o mesmo departamento mantém seu posicionamento contra a AT&T, procurando meios de entrar com recurso à decisão inicial.

Em resposta às críticas, a Disney tem apontado o share histórico de bilheteria da empresa somado ao da Fox entre 35% e 27%. Os números batem para anos anteriores, mas numérica e monetariamente estão muito abaixo dos quase 50% registrados em 2018 até agora. A empresa também se posicionou destacando que o share de renda é algo muito volúvel e imprevisível.

A decisão final do governo dos EUA sobre a aquisição Disney-Fox sairá em 27 de julho.

Outros impactos

- Streaming: espera-se que o “super-estúdio” una suas forças internas para competir com as maiores empresas do ramo como Netflix e Amazon.

- Janelas: do lado dos exibidores e especialmente da National Association of Theatre Owners – NATO há uma expectativa que essa união e o foco no streaming ajudem a manter a janela de lançamento no cinema.

- Criatividade: com o foco da Disney especialmente em blockbusters, a CNN aponta que mesmo as outras majors de Hollywood terão de desenvolver projetos ainda mais criativos e ambiciosos para concorrer com o conglomerado de estúdios, dando como exemplo o sucesso do terror Um Lugar Silencioso, da Paramount, que somou US$ 331 milhões mundialmente com apenas US$ 17 milhões de orçamento.

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