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24 Agosto 2018 | Fernanda Mendes

Gramado Film Market discute futuro das salas de exibição e novas plataformas

Estavam presentes exibidores da Cinépolis, Itaú Cinemas e GNC Cinemas

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Integrantes do Cinema do Brasil, APEX e Festival de Berlim (Foto: Festival de Gramado)

Nos dias 21 e 22 foi realizado o Gramado Film Market, espaço para discussão sobre o mercado de cinema durante o Festival de Gramado. Nesta edição foram debatidos três temas: plataformas de exibição, internacionalização de conteúdos ibero-americanos e o futuro das salas de exibição.

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Luiz Gonzaga de Luca, da Cinépolis, Adhemar Oliveira, do Itaú Cinemas, e Ricardo Difini Leite, da GNC Cinemas, se reuniram para falar sobre o futuro do mercado de exibição. Ambos acreditam que apesar das concorrências com o VOD e o streaming, o cinema deve permanecer como um dos passeios preferidos do público.

Segundo o site Tela Viva, Gonzaga explicou que o grande glamour dos filmes ainda é o sucesso nas salas de cinema. “O próprio VOD depende do cinema. O que desperta o interesse do público por determinado filme é o sucesso que ele fez nas salas de cinema. Isso é tão real que a própria Netflix tentou estabelecer parcerias para lançar seus originais no cinema, mas as negociações não foram para frente. A Amazon também está trabalhando nesse sentido", contou.

Os executivos também contaram que o investimento em tecnologia é algo crucial, pois um dos fatores que ainda atraem o público para às salas escuras é a alta tecnologia que diferencia a experiência de assistir a um filme em casa. A regra é colocar o consumidor como protagonista do mercado e atender às suas demandas.

Sobre a distribuição de salas no Brasil, que hoje totaliza um número de 3.200 telas, Ricardo Difini Leite, da GNC, acredita que o número ainda é pequeno se comparado à quantidade de habitantes do País. Para Gonzaga, o cenário ideal seria de 12 a 15 mil salas. "Não há aumento de economia que não envolva mudanças nos pontos de venda. No caso do nosso mercado, nas salas de cinema. É isso que gera mercado", explicou.

Já Adhemar de Oliveira, do Itaú, acredita que a junção dos mercados de streaming e exibição tradicional podem se unir em um futuro próximo. "Acredito que as redes de cinema, futuramente, terão suas próprias plataformas, que funcionarão com sistema de assinaturas e, entre outras ações, oferecerão a possibilidade de pagar pelos filmes para vê-los em casa."

Outros debates

No quesito “internacionalização das produções brasileiras”, foram realizados setes encontros para oferecer dicas de como se posicionar no mercado internacional. “Estudar a produção de outros países e fazer autorreflexão são fundamentais. Não adianta só ter um bom assunto se o filme for ruim. Em Cannes, o Brasil disputa duas ou três vagas com todos os países latino-americanos. É de fato uma dificuldade”, avalia Rodrigo Teixeira, diretor que já emplacou filmes no Festival de Berlim.

O diretor-presidente da ANCINE, Christian de Castro, também participou do encontro. Ele abriu a programação abordando oportunidades da produção VOD para o Brasil, que trabalha em um projeto de lei que assegure que parte dos lucros de grades empresas do segmento em operação no país seja destinado ao fomento do audiovisual nacional. Mas Castro aproveitou também a presença massiva da imprensa no Festival de Cinema de Gramado para conceder uma coletiva, explicando os novos critérios de seleção de projetos dos novos editais da agência, que causou certa polêmica nos últimos dias.

O encontro também promoveu o Concurso Interativo Trailers, Clipes e Webdocs. Foram 56 conteúdos inscritos e apenas três vencedores. Para exibir os conteúdos vencedores, o Canal Brasil disponibilizará por dois meses os vídeos em seu canal oficial do YouTube.

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