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17 Outubro 2018 | Thais Lemos

ANCINE investe em 42 longas para os próximos anos

Pelo primeiro ano, a agência contemplou cotas para gênero e raça

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(Foto: Divulgação)

A ANCINE divulgou na semana passada o resultado do Concurso Produção para Cinema 2018, o primeiro da agência que contempla cotas para gênero e raça. R$ 100 milhões foram investidos pelo Fundo Setorial do Audiovisual, sendo R$ 60 milhões destinados a Modalidade A, onde 22 projetos serão beneficiados e R$ 40 milhões para a Modalidade B, com 20 projetos contemplados.



A Modalidade A é voltada para a longa-metragem de ficção, documentário e animação. A Modalidade B é dedicada para projetos de perfil autoral e propósitos artísticos.

Projetos com direção de mulheres e negros surpreenderam na Modalidade B, e ficaram acima das cotas estabelecidos, onde 8 projetos são dirigidos por mulheres cisgênero ou transexuais. Cinco dos 20 projetos são dirigidos por diretores negros ou indígenas. Já na Modalidade A, 9 projetos contam com direção de mulheres e apenas um foi destinado para diretores negros, pois não houve demanda de projetos suficientes.  

Os indutores regionais foram aplicados nas duas modalidades, onde 30% dos recursos sejam destinados a projetos de produtores independentes localizados nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (CONNE), e 10% para projetos do Sul e estados de Minas Gerais e Espírito Santo (FAMES). FAMES bateu sua cota tanto na Modalidade A, quanto na Modalidade B, mas CONNE bateu sua cota apenas na Modalidade B.  

No total, os projetos contemplados atingiram 25% dos recursos.

Confira abaixo a relação dos recursos, considerando que o mesmo projeto pode cumprir mais de uma conta:

Modalidade A – R$ 60 milhões

CONNE – R$15.025.904,00

FAMES – R$12.200.000,00

Cotas de gênero: R$21.001.588,35

Cotas de raça: R$1.500.000,00 

Modalidade B – R$ 40 milhões

CONNE – R$13.234.397,88

FAMES – R$9.758.790.81

Cotas de gênero: R$17.804.058,50

Cotas de raça: R$10.575.087,81

Importância do Concurso

A desconcentração dos recursos do eixo Rio-São Paulo é importante para que obras de todo o país alcancem o grande circuito. Recentemente, o portal Bem Paraná analisou a distribuição de longas da região e, constatou que em um período de 18 anos, apenas 24 filmes do Paraná chegaram ao circuito comercial, levando 150 mil pessoas aos cinemas e gerando uma renda de R$ 950 mil.

Durante os anos de 1995 e 2017, 1,527 filmes foram lançados comercialmente, e a porcentagem que abrangem os longas do Estado é de 1,6%. Com a iniciativa de desconcentrar os recursos, mais da metade dos R$ 100 milhões foram destinados para produtoras fora do Sudeste.

Curtas-metragens

Recentemente, uma campanha durante premiações e festivais exigindo que a ANCINE avalie a pontuação para projetos de curtas-metragens. A campanha “Eu existo” tomou força em agosto, quando a agência divulgou uma lista de cineastas baseada em seu sistema de pontuação e não incluiu projetos de curtas.

Por meio desse sistema, realizadores com notas altas têm mais chances de receberem verbas de um edital de R$ 150 milhões. Profissionais que possuem obras de sucesso comercial levam vantagem, enquanto os curtas não são levados em consideração.

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