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31 Outubro 2018 | Fernanda Mendes

Em entrevista, Ministro da Cultura fala sobre perspectivas para o setor em 2019

Para Sérgio Sá Leitão "gestão é a palavra-chave"

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(Foto: Ministério da Cultura/Divulgação)

No dia 28 de outubro Jair Bolsonaro foi eleito o novo presidente do Brasil e, com esta decisão, muitas mudanças vem pela frente em diversos setores. O Ministério de Cultura é, provavelmente, um dos alvos mais prováveis das futuras ações de Bolsonaro.

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Apesar de não ser certo o que acontecerá com a pasta, uma coisa é fato: a economia criativa é um mercado que tem muito potencial para o País. Por isso, em conversa exclusiva com o Portal Exibidor, Sérgio Sá Leitão, ministro da cultura, falou sobre o que espera para o ano que vem, principalmente para o setor audiovisual.

“A indústria audiovisual brasileira pode se tornar, em dez anos, uma das cinco maiores do mundo. Basta manter o investimento, melhorar a governança e aumentar a eficiência. Talento e capacidade não faltam”, conta.

Sobre o futuro do Ministério, Sá Leitão espera que o próximo presidente dê continuidade e aperfeiçoe ainda mais o trabalho realizado nos últimos anos. Deixando claro que o seu mandato termina em 31 de dezembro, o ministro quer deixar sugestões ao governo como a proposta de regulamentação da Condecine sobre o VOD.

Confira a entrevista na íntegra:

- Desde 2017 no mandato do MinC, qual seu balanço até agora do que fez pelo audiovisual?

Penso que avançamos muito na política de audiovisual. Menos do que eu gostaria, mas ainda assim muito. Fizemos um diagnóstico profundo do FSA e lançamos vários editais de investimento, totalizando um valor recorde: mais de R$ 1 bilhão. Há agora uma ênfase maior em mecanismos automáticos e de fluxo contínuo. E as linhas cobrem o conjunto do setor, incluindo mostras e festivais, capacitação, infraestrutura, coprodução internacional etc. É preciso avançar mais, com menos burocracia e mais eficiência.

- Com a chegada da Instrução Normativa pela acessibilidade de conteúdo nos cinemas, como o senhor enxerga essa mudança que impactará - já está impactando em alguns setores - todo o setor cinematográfico (produção, distribuição e exibição)?

É uma evolução necessária e positiva. Penso que haverá mais pessoas vendo filmes nos cinemas. O mercado vai crescer. E há a questão da responsabilidade social. O fundamental é que o setor abraçou a causa. E tudo foi feito em estreito diálogo. Estamos produzindo um case internacional que tem tudo para se tornar referência. O ganho de imagem para o setor será imenso. A sociedade vai reconhecer o esforço.

- O audiovisual é um setor importante economicamente e o MinC enxerga isto com bastante clareza. Quais as perspectivas para este mercado?

As perspectivas são de crescimento econômico e de aceleração das transformações em curso. Teremos também o advento de novas tecnologias disruptivas. A política pública e a regulação precisam acompanhar este processo. Temos que ser mais competitivos e mais abertos à inovação. Precisamos também melhorar os resultados. E mensurar regularmente o impacto econômico. Penso que nos próximos anos o setor vai contribuir ainda mais para a geração de renda, emprego e desenvolvimento.

- O senhor já esteve em conversações com a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro? Falaram sobre o futuro do ministério?

A transição começa agora. Estou otimista em relação a isso. Os números da economia criativa brasileira são significativos. Além disso, mostramos nos últimos dois anos que o Ministério da Cultura pode ser gerido com planejamento, rigor e eficiência, gerando resultados expressivos para o setor, para o governo e para o país. É uma área de investimento com alto potencial de retorno, sobretudo se conduzida de modo técnico e profissional. Gestão é a palavra-chave.

- Há diversos editais que estão em curso por meio da Secretaria do Audiovisual. Qual será o futuro deles agora em 2019?

A Secretaria do Audiovisual assumiu o compromisso de entregar os resultados de todas as linhas até o fim do ano. Estou acompanhando e cobrando. Os recursos seguem disponíveis e não dependem do ciclo orçamentário. O número de projetos superou em muito o planejado, o que me parece uma boa notícia. Esta é a razão principal da demora.

- Caso continue na gestão do Ministério, quer fazer mudanças para 2019 em relação aos incentivos para o audiovisual? Se sim, quais?

Não estou pensando nisso. Minha participação termina em 31 de dezembro. Estou focado em entregar os resultados esperados e fazer uma transição republicana. Espero que o novo governo dê continuidade ao que funcionou, aperfeiçoando e ampliando. Vou deixar algumas sugestões, como a proposta de regulamentação da Condecine sobre o VOD. A indústria audiovisual brasileira pode se tornar, em dez anos, uma das cinco maiores do mundo. Basta manter o investimento, melhorar a governança e aumentar a eficiência. Talento e capacidade não faltam.

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