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12 Novembro 2018 | Janaína Pereira

RioMarket debate novos rumos do audiovisual

Evento é considerado um dos mais importantes do setor, e aconteceu durante a 20ª edição do Festival do Rio

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(Foto: Vinícius Magalhães/Firjan)

O RioMarket, área do Festival do Rio dedicada ao mercado audiovisual, aconteceu entre 5 e 10 de novembro, e contou com mais de 80 players do setor, brasileiros e internacionais. Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento deste mercado, o evento promoveu debates, seminários, workshops, masterclasses e roundtables, além de proporcionar oportunidades de negócios e capacitação para o mercado.

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Uma das palestras mais concorridas foi o painel Realidade Virtual, Realidade Aumentada: O Futuro é Agora, que contou com a presença dos criadores e produtores Marcelo Siqueira (Mistika), Francisco Almendra (Studio Kow), Marc Lopato (Diversion Cinema) e Liana Brazil (SuperUber). Para Francisco Almendra, a realidade virtual chegou para ficar. “A inteligência artificial fará grande parte do trabalho que precisa ser feito. Os computadores estão começando a reconhecer o mundo, mas o Brasil precisa se mexer para não ficar para trás”, comentou.

Liana Brazil frisou a preocupação com o lado humano, destacando que a realidade virtual não deve se distanciar das emoções. “Os trabalhos desenvolvidos são definidos para serem presenciais. Apesar de ser tecnologia, pensamos sempre em qual emoção e experiência queremos proporcionar”, disse.

 Representatividade feminina em debate 

O papel da mulher no mercado audiovisual também foi tema do RioMarket. Debora Ivanov, diretora da Agência Nacional do Cinema (Ancine), apresentou números que mostram a desigualdade de gênero do setor. “As mulheres são maioria e não minoria da população, segundo dados do IBGE. Mas, de 2009 a 2017, a participação feminina na direção dos filmes no Brasil nunca ultrapassou 25% do que é lançado nas salas de cinema”, revelou Debora, acrescentando que as mulheres têm maior presença nas obras de menor orçamento.

Se no Brasil a representatividade feminina no audiovisual é pequena, o mesmo não acontece em outros países. Evelyne Coulombe, do Consulado do Canadá, também participou do debate e explicou que a igualdade de gênero é uma prioridade do governo canadense. “A posição do primeiro-ministro Justin Trudeau sobre a questão em seu próprio gabinete provocou uma onda de interesse e a questão foi enraizada no Canadá. Entre os projetos de filmes que a agência federal Telefim Canada financiou no ano de 2017 e 2018, 44% tinham uma diretora, 46% apresentavam uma roteirista e 51% tinham uma produtora”, esclareceu Evelyne.

 O papel do audiovisual como ferramenta para educação e a profissionalização do setor também foi debatido no Rio Market. Segundo Fernando Rezende, coordenador de educação da Firjan SENAI, em 2010 o Mapa do Desenvolvimento revelou a carência de profissionais qualificados para a indústria audiovisual. Desde então a Firjan SENAI SESI, a Secretaria Estadual de Cultura, a RioFilme e os sindicatos Stic e Sicav firmaram um acordo de cooperação técnica para a criação de cursos de formação e capacitação de mão de obra para o setor. Com isso, em 2013 surgiu a única escola da rede SENAI SESI com todo portfólio voltado para o audiovisual.

"Criamos laboratórios e desenvolvemos um ensino baseado em competências, unindo teoria e prática, com situações desafiadoras para formar profissionais. Mantemos um banco de dados em que as empresas, como produtoras, alimentam com demandas e situações reais para aplicarmos em sala de aula", frisou Rezende.

O RioMarket também contou com a presença do cineasta francês Olivier Assayas que, além de participar de um debate sobre processo criativo, lançou seu novo filme Vidas Duplas no Festival do Rio. O diretor ainda anunciou que seu próximo longa, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, baseado no livro de Fernando Morais, será produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, da RT Features.

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