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18 Janeiro 2019 | Renata Vomero

Exibidores comentam impacto da violência no Ceará

Há duas semanas, Estado vem sendo alvo de ações criminosas em Fortaleza, na Região Metropolitana e no interior

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A cidade de Fortaleza, no Ceará (Foto: 1agenciadeviagens)

Desde janeiro o Estado do Ceará vem sofrendo uma grande onda de terror depois do governo criar a Secretaria de Administração Penitenciária e tomar medidas no intuito de cortar celulares, drogas e armas nas celas, além disso, o secretário Mauro Albuquerque anunciou que não reconheceria facções, portanto, o estado não separaria os presos de acordo com seus grupos dentro dos presídios.  A partir disso, criminosos começaram a atacar ônibus e outros diversos patrimônios, tanto públicos, quanto privados, em Fortaleza, na Região Metropolitana e no interior do Estado. Diante do agravamento da situação, o governo pediu auxílio da Força Nacional para tentar amenizar a violência nas ruas.

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Como consequência dessas ações criminosas, os setores hoteleiro e de comércio foram afetados. Segundo dados divulgados pelo G1, a taxa de ocupação hoteleira está 15% menor do que a estimada para o período, sendo que a previsão era de 85% e deve fechar o mês em torno de 70%, tais números foram divulgados pelo presidente da Associação dos Meios de Hospedagem e Turismo do Ceará (AMHT), Aldemir Leite. O comércio no Estado também sentiu diferença neste período, o Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas) estima uma queda de 80% nas vendas em janeiro, isto porque as pessoas estão circulando menos nas ruas, por medo e pela diminuição das frotas de ônibus. No entanto, Bóris Pontes, diretor do sindicato, enfatizou tratar-se apenas de um palpite frente aos dados que vem recebendo dos lojistas.

Outros serviços também podem ter sido afetados pela violência no Ceará, entre eles, os cinemas, que tradicionalmente contam com uma boa frequência de clientes durante as férias de janeiro. “Acreditávamos que teríamos um crescimento de 10% a 15% em relação a janeiro de 2018. No cenário atual, já estamos em comemoração se atingirmos os mesmos resultados do ano anterior”, comenta Marcio Eli, CEO do Centerplex Cinemas, que conta três complexos no Ceará (Via Sul Shopping, Grand Shopping Messejana e North Shopp Maracanaú).

Sobre os números e expectativas para o mês, o executivo detalha: “O atual cenário mexeu com a segurança do público de ir ao cinema. Para se ter uma ideia, dentro da nossa meta de janeiro, até o final desta primeira quinzena, a maioria dos cinemas da rede já atingiu 60% do estimado, com exceção do Ceará, que no mesmo período, atingiu apenas 40%. Entendemos assim que o cenário atual influenciou de forma significativa no resultado dos complexos. Já em relação ao time de colaboradores, o impacto foi menor e atribuímos isso ao fato de trabalharmos com cerca de 90% do quadro formado por colaboradores que moram no entorno dos cinemas”.

Os exibidores brasileiros seguem de mãos atadas, já que não conseguem desenvolver estratégias para solucionar uma questão que está além de sua área. “Infelizmente, nada prático pode ser feito, pois dependemos exclusivamente do poder público para trazer a segurança necessária para todas as áreas da cidade”, explica Eli, que lamenta: “O mês de janeiro historicamente figura entre o segundo e o terceiro melhor mês do ano. Sendo assim, representa uma parcela substancial no resultado anual da empresa”.

 No entanto, a delicada situação enfrentada pelo Ceará não afetou o funcionamento do Cinema do Dragão, de Fortaleza, que faz parte do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, instituição cultural criada pelo Governo em 1999. O tradicional Cinema do Dragão costuma levar o público as salas oferecendo programação gratuita ou a preços simbólicos.  Em nota, a assessoria de imprensa do centro comentou: “O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura informa que se manteve dentro do previsto o número de espectadores para o mês de janeiro, no Cinema do Dragão. O período de férias combinado com estreias esperadas pelo público, como a do filme Infiltrado na Klan (Universal), atraiu centenas de pessoas ao longo das primeiras semanas do mês".

Até agora, o cinema recebeu 1.833 espectadores, um número baixo em comparação aos outros anos que no mesmo mês tiveram 5.124 espectadores (2018) e 5.309 (2017). No entanto, eles apostam na Mostra Retroexpectativa 2018/2019 que começou ontem (17) e vai até dia 30 com a exibição de mais de 70 longas-metragens, para alcançarem as metas.

Procuradas pelo Portal Exibidor, as redes Arcoplex e UCI, que têm complexos no Estado, não se pronunciaram.

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