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25 Abril 2019 | Thais Lemos

Mulheres apresentam iniciativas para fomentar presença feminina no audiovisual

Evento reuniu representantes de diversas frentes para falar sobre perspectivas do setor

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(Foto: Portal Exibidor)

O debate sobre Mulheres no Audiovisual aconteceu ontem (24) na Rio2C, para debater o futuro e as perspectivas femininas no setor e contou com participação de Bárbara Sturm, diretora de conteúdo da Elo Company, Mariana Youssef, diretora do Paranoid e embaixadora brasileira do movimento Free the Bid, Débora Ivanov, diretora da Ancine, Solange Cruz, representante no Brasil do Worldwide Audiovisual Women’s Association (WAWA) e Laís Bodanzky, diretora-presidente da Spcine.



Cada representante explicou seu respectivo programa. O Selo Elas, da Elo Company e o Free the Bid foram apresentados, assim como aconteceu no evento Foco Nelas: Mulheres Diretoras no Cinema e na Publicidade, em São Paulo em março deste ano.

Solange diretora da Casablanca, falou sobre as medidas que a empresa toma para ter mais mulheres assumindo cargos que contam com muita presença masculina. “Ainda é difícil para mulher entrar na área técnica. Por exemplo, não temos o termo camerawomen, só cameramen”, relatou. Além disso, a executiva falou sobre o Worldwide Audiovisual Women's Association, que tem o objetivo de fomentar o audiovisual para mulheres. “Nada contra os homens, mas precisamos equilibrar a balança”, declarou Cruz.

Em seguida, Malu Andrade, uma das criadoras do grupo Mulheres no Audiovisual explicou o surgimento da associação, que aconteceu em uma reunião na Spcine com a presença de mulheres de diversas áreas do mercado audiovisual. “Criamos o grupo para ter um canal de comunicação e hoje em dia somos quase 20 mil mulheres”, contou Malu.

A idealizadora acredita na potência da rede, pois a partir dela nasceram outros grupos e coletivos, principalmente regionais, que começaram a ter força de atuação frente a política de cada região. “Em pleno século XXI, não faz sentido falar de projetos e conteúdos audiovisuais sem que as mulheres sejam contempladas, sem que mulheres negras sejam contempladas, aqui não é meu lugar de fala, mas quando falamos em feminismo, não podemos falar de um feminismo excludente”, declarou Andrade.

Durante a apresentação, aconteceu a entrega do primeiro Prêmio Diadorim, que oferece bolsa de estudo para roteiristas nos Estados Unidos. A vencedora foi Ana Julia Trevia, com o filme Blackstar.

Declaração

Durante o evento, Lais Bodanzky, presidente da Spcine, falou sobre a importância de assumir esse cargo. “Só depois que eu aceitei o convite, eu entendi o significado dele. Procurei dados de CEOs e descobri que apenas 15% das mulheres do mundo assumem esse cargo”, disse. “A princípio eu aceitei porque eu sei que sou capaz, mas é mais que isso. É um espaço que você pode ter um olhar de cima e tomar decisões que podem fazer efeito. Como mulher, eu não podia dizer não”.

Além disso, a presidente contou que é mantenedora da Semana ABC neste ano, e que pediu uma mesa para falar sobre Film Commision em São Paulo, que nasceu há 3 anos e já é a segunda maior Film Commision da América Latina. A ideia é levar apenas mulheres para debater sobre o tema. “Estamos aqui apara fazer e falar, ocupar todos os espaços e não só falar sobre o tema de mulher no audiovisual. Tem que partir da gente, fazer esse movimento para naturalizar a mulher em várias áreas”, completou.

Bodanzky também contou que, por conta de suas participações em debates sobre mulheres no audiovisual em diversos países, pode notar que o Brasil está a um passo a frente, e que é importante entender que o movimento nacional é inovador e importante, porque inspira outras iniciativas do mundo.

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