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10 Setembro 2021 | Renata Vomero

Celebrando 15 anos, Okna Produções se posiciona como força regional gaúcha aliada a olhar global do mercado

Produtora conquistou cinco importantes prêmios neste Festival de Cinema de Gramado

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(Foto: Divulgação)

Se voltarmos 15 anos no tempo, ali em 2006, vamos ver um Brasil construindo um audiovisual sólido por meio de políticas públicas e fomentos, pós criação da Ancine, ao lado de um processo de profissionalização do mercado. É neste cenário que nasce a produtora gaúcha Okna Produções, pelas mãos de Aletéia Selonk.



“Desde 2006, começamos trabalhando com as leis do audiovisual e leis locais, vimos de camarote o início da implementação do FSA. Fomos consolidando e aprendendo o sistema de fomento do audiovisual do Brasil, e se relacionando com isso. E depois veio a Lei da TV Paga que mudou tudo. Vem um filme na cabeça, o quanto a gente vê essa história começar e se consolidar, e vê um sistema que contribui para essa consolidação, que estava ali começando em 2006 e passa por essa trajetória de crescimento”, explicou Aletéia em entrevista ao Portal Exibidor. Ela também reforça que, junto a isso, houve um processo de crescimento dos cursos de cinema no Brasil nas universidades, incluindo no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, onde fica a sede da produtora. Desta forma, a empresa conseguiu rapidamente encontrar capital humano para gerir as diferentes frentes que uma produtora demanda.

Mas mais do que isso, com DNA focado em cinema autoral, sem deixar de se preocupar com as audiências, a Okna usou da expertise de sua equipe, formada exclusivamente por produtoras - além da Aletéia, com Graziella Ferst, Marlise Aúde e Nora Carús -, para juntar forças com empresas mais voltadas para a gestão criativa. Carimbando aí um DNA, além de autoral, também cunhado em parcerias e coproduções nacionais e internacionais, um dos caminhos mais fortes do audiovisual brasileiro atualmente.  Depois de viajar para festivais e entender o processo de internacionalização, veio o primeiro projeto fruto de uma parceria com o Uruguai, o Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira.

“A coprodução internacional é muito rica em vários aspectos, diversificação nas fontes de financiamento, viabilidade, mas não é fácil porque exige ainda mais profissionalização, são processos mais rígidos, um padrão rígido, precisa entregar um trabalho com o mesmo apelo e nível de qualidade internacional. O que enriquece muito isso é o intercâmbio de ideias e visões de mundo, quando tem vários produtores olhando para o projeto, melhora muito, você vê como pessoas de diferentes lugares olham para as nossas histórias. Isso também ajuda a colocar um produtor no mercado com mais confiança, com um leque a mais da compreensão de como essas tramas batem em diferentes culturas”, ressaltou Aletéia.

E aí entra em cena uma outra preocupação da produtora: a de trazer o olhar de dentro para fora e não só de fora para dentro. E isso se dá também já pela trajetória de Aletéia, nascida no Paraná, a profissional optou por se mudar para o Rio Grande do Sul e aproveitar o polo de cinema local, escapando do eixo Rio-SP, que para ela, depende da diversidade regional brasileira para se fortalecer.

“Estou há 15 anos batendo nesta tecla, que é a minha bandeira e do nosso audiovisual, que é a importância da regionalização do mercado, o Brasil é continental, a nossa indústria e o próprio eixo Rio-SP dependem dessa consonância em várias regiões do Brasil, justamente por nossas particularidades e visões tão originais, mas o desenvolvimento da regionalização contribui muito para o mercado como um todo”, explicou.

E nessa bandeira, ainda em um ano tão difícil, a Okna conseguiu conquistar cinco prêmios nesta edição do Festival de Gramado. Os Kikitos vieram pelos filmes A Primeira Morte de Joana, de Cristiane Oliveira, que levou os Kikitos de Prêmio da Crítica, Melhor Montagem e Fotografia. Já a coprodução uruguaia, A Teoria dos Vidros Quebrados, dirigido por Diego “Parker” Fernández, ganhou os troféus de Júri Popular e Melhor Filme Estrangeiro.

A produtora comemora, não só pelo reconhecimento, mas também pela felicidade em conseguir ter essa forte presença no festival, o de maior relevância no país, e também de entregar dois filmes desta qualidade em um ano tão difícil e desafiador, principalmente para o cinema nacional.

Com isso, vem um gás maior para o futuro, já com programação para os próximos lançamentos, mas também com a intenção de criar um novo produto para o mercado audiovisual, uma frente de formação e capacitação para os profissionais do setor.

“Estamos estudando pautas e tendências do mercado brasileiro e latino-americano para os profissionais do segmento para construirmos esse caminho da profissionalização e capacitação, não só presencial, mas a distância, para montar uma rede de profissionais diversa. Isso está no forno ainda para o começo do ano que vem, isso é muito importante, com nossa experiência vamos conseguir pautas diferentes do que tem surgido no mercado brasileiro”, finalizou Aletéia.

A produtora conta com oito longas-metragens, 22 médias e 20 curtas, além de seis séries em seu catálogo. Atualmente, a Okna Produções trabalha nos dois longas que participaram do Festival de Gramado, e seus lançamentos em circuito comercial considerando salas de cinema, tv e streaming. E, em breve, entrará em preparação do longa-metragem Uma Carta para Papai Noel, do diretor Gustavo Spolidoro, cujas filmagens estão previstas para o primeiro semestre de 2022. Além disso, conclui o desenvolvimento do terceiro longa de Cristiane Oliveira, chamado Até que a Música Pare, realizado em coprodução com a Itália. Também inicia o desenvolvimento de novo projeto com a roteirista e diretora Rejane Zilles, com título provisório O Povoado de Romeu, um longa de ficção ambientado no sul do Brasil. Para a televisão, a produtora prepara o lançamento da série Tramas da Moda (5 episódios de 26 min) no canal Fashion TV, que deve acontecer ainda esse semestre.

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