24 Setembro 2021 | Renata Vomero

Ancine divulga panorama do setor de exibição durante a pandemia

Material foi apresentado na primeira reunião do Conselho Superior de Cinema

No início de setembro, a Ancine esteve presente na primeira reunião do Conselho Superior de Cinema (CSC), onde apresentou todo o panorama da indústria de audiovisual do Brasil neste um ano e meio de pandemia. Entre os materiais apresentados, claro, estão os do setor de exibição. 

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A agência apresentou os dados que já havia divulgado no início do ano, sobre 2020, reforçando a queda de 60% de público dos filmes nacionais com relação a 2019 e 56% de bilheteria dos nossos filmes. Foram 8,5 milhões de ingressos vendidos e renda de R$130 milhões de arrecadação, reforçando: do cinema nacional. 

Claro que a análise não deixou de fora o parque exibidor por si só. Se 2019 foi um ano com número recorde de telas, mais de 3500, o terceiro trimestre de 2021 fechou com 2699 salas em funcionamento. Uma diminuição significativa, que ainda pode ser atribuída a alguns fechamentos por conta de protocolos, mas que começa a mostrar o tamanho do impacto desta crise no setor. 

No entanto, a análise ainda aponta para a retomada, no fim do terceiro trimestre, das salas em operação no eixo Rio-São Paulo que representam 90% do número de 2019. Por serem as principais praças do Brasil, portanto, este número possivelmente não representa a realidade de todo o parque exibidor do país. 

Quanto à média de público nas salas, os números são animadores por se sustentarem, embora não tenham alcançado os patamares pré-pandêmicos. Segundo a Ancine, entre as duas ondas de reabertura dos complexos, esta última de 2021, acompanhada da aceleração da vacinação, tem sido a mais estável. O primeiro pico de público aconteceu em dezembro de 2020 quando Mulher-Maravilha 1984 foi lançado, ali, pela primeira vez desde o início da pandemia, o ranking brasileiro chegou a um milhão de pagantes, patamar que vem se sustentando próximo a este número desde então. 

Os resultados de bilheteria geral mostram que as melhores performances foram de filmes que estrearam a partir do primeiro trimestre de 2021, com destaque absoluto para Velozes & Furioso 9, que levou mais de três milhões de pessoas aos cinemas do Brasil e, até o momento, é a maior bilheteria da pandemia.

Mesmo com os números ainda distantes do ideal, os resultados apontam para a recuperação, mesmo que mais lenta do que o esperado e se comparada a outros setores. Os próximos meses serão cruciais para entender qual será o cenário a longo prazo e é necessário destacar que a pandemia ainda não acabou, embora os números estejam mais controlados. Com a ameaça da variante Delta ainda vigorando, principalmente nos EUA, o cenário é de incerteza, o que pode impactar toda a indústria por mais algum tempo.