08 Novembro 2021 | Renata Vomero

"Eternos" tem maior abertura da pandemia no Brasil e "Marighella" é filme nacional mais visto no ano

Este foi um dos melhores fins de semana para os cinemas do país

Eternos (Disney) estreou nos principais territórios do mundo com ótimos números e o Brasil mostrou sua importância como crucial mercado para os filmes da Marvel. Por aqui, o longa teve a maior abertura da pandemia, com mais de um milhão de ingressos vendidos, o que gerou renda de R$19,9 milhões. Os dados são da Comscore.

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Somando os valores de pré-estreia, o filme chega em 1,2 milhão de espectadores, um valor mais do que animador para os cinemas, que, considerando os dez filmes de melhor desempenho no fim de semana, acumularam renda de R$26,7 milhões e 1,43 milhão de ingressos vendidos.

E teve uma outra estreia no Brasil e para o Brasil que fez um grande sucesso no fim de semana. Marighella (Downtown/Paris), de Wagner Moura, estreou finalmente nesta semana e garantiu o quarto lugar no ranking de bilheteria da Comscore.

A produção brasileira levou 69,7 mil pessoas aos cinemas e faturou R$1,4 milhão. Contando com as pré-estreias, o longa, protagonizado por Seu Jorge, chega a 96,3 mil ingressos vendidos. Marighella, portanto, já é o filme brasileiro mais visto no ano, provando o quanto a expectativa para sua estreia se refletiu em sua bilheteria.

Entre os filmes mais vistos pelo público no país, outro nome que segue em evidência é Venom: Tempo de Carnificina (Sony), fazendo uma rara dobradinha entre os filmes do Marvel Studios. O filme do anti-herói faturou R$1,9 milhão com a venda de 110,4 mil ingressos. A produção se aproxima dos 4 milhões de ingressos vendidos e estava dominando a bilheteria brasileira desde sua estreia em 7 de outubro. Aliás, o filme dirigido por Andy Serkis era até o momento a maior abertura da pandemia no Brasil, com mais de 800 mil ingressos vendidos na estreia.

Outro filme que está conquistando os espectadores brasileiros, principalmente os brasileirinhos, é A Família Addams 2: Pé na Estrada (Universal). O filme da família mais encantadoramente assustadora do cinema rendeu R$1,6 milhão aos cinemas com a venda de 94,7 mil ingressos. No total, quase 500 mil pessoas foram conferir o filme na telona.

E fechando o quinteto, vem Duna (Warner). A adaptação do romance de Frank Herbert atraiu 54,4 mil pessoas aos cinemas no fim de semana, o que gerou a arrecadação de R$1,1 milhão. O filme soma  quase 730 mil espectadores no Brasil.

E no ranking da Ingresso.com, Eternos também foi responsável por um fim de semana de recordes. O filme ultrapassou a marca de Velozes e Furiosos 9, até então o lançamento mais visto nas telonas desde a retomada, tendo 40% mais espectadores nos dois primeiros dias em relação a ele. No sábado, dia 6, além de ter um público 80% maior em relação à franquia de ação, o lançamento da Marvel liderou a procura dos fãs na data que agora ficará marcada como a de maior ida às salas desde que foram reabertas, superando o feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro.

O fim de semana também alcançou a marca de mais vendas desde a reabertura das salas, superando os resultados de 8 a 11 de julho de 2021, até então os mais expressivos. Os outros filmes mais procurados neste período foram Marighella, Duna, Venom: Tempo de Carnificina e Família Addams 2.

América do Norte

Foi importante iniciar este texto ressaltando a importância do mercado brasileiro para a Marvel, porque se aqui Eternos foi responsável pela maior abertura da pandemia, na região o longa não conseguiu a mesma marca.

O filme, dirigido pela ganhadora do Oscar, Cholé Zhao, faturou US$71 milhões em sua abertura na América do Norte. Sendo, inclusive, a pior abertura da Marvel no território neste ano. Alguns fatores talvez possam explicar isso, como o fato do filme receber críticas por não seguir a fórmula Marvel e se distanciar do que os fãs estavam acostumados a assistir. O longa chegou a receber aprovação de 66% da crítica no Rotten Tomatoes, pior nota da Marvel na plataforma.

Há quem atribua a resistência por ser um filme que trabalhe com personagens abertamente LGBT e com deficiência, traz a primeira heroína surda da Marvel, além de trazer ao protagonismo mulheres, negros e latinos.  Outros encontraram dificuldades em se identificar com o grupo de dez personagens. De qualquer forma, a estreia do longa liderou a bilheteria norte-americana, trazendo números satisfatórios.

Sua arrecadação é seguida por Duna (Warner) que fez US$7,6 milhões e já soma US$86 milhões na bilheteria total, mesmo estando disponível também na HBO Max. Chama atenção o quão diferente está sendo a trajetória de Duna no mercado global e doméstico, em comparação ao Brasil. Inclusive, mostrando uma resposta do público exatamente invertida com relação a Eternos também. São boas respostas aos analistas e players de mercado.

007 – Sem Tempo Para Morrer (Universal) também é sucesso na América do Norte. O filme faturou US$6,1 milhões e já se aproxima do acumulado de US$150 milhões. É uma das maiores bilheterias globais do ano, mas isso falaremos logo mais.

Global

Eternos liderou a bilheteria global com abertura de US$161 milhões.  A performance se aproxima de títulos da Marvel lançados antes da pandemia, como Guardiões da Galáxia e Homem-Formiga e Vespa. Destes US$161 milhões, US$90 milhões vieram do mercado internacional.

E aí chega James Bond.  O 25º filme do agente secreto arrecadou US$33,4 milhões, o que o levou à soma de US$667,4 milhões.

Ele é seguido por Duna (Warner) que fez US$18,7 milhões e já acumula US$330,4 milhões.  Outra produção de Hollywood com destaque global é Venom, que fez US$15,8 milhões, chegando à soma de US$424,6 milhões.

Mas nenhum deles se aproxima do título chinês The Battle at Lake Changjin. O épico de guerra do país faturou US$8,6 milhões no fim de semana, levando à arrecadação total de US$859,5 milhões. O filme está em cartaz apenas na China.