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11 Maio 2022 | Renata Vomero

Coprodução entre Brasil e Argentina, Águas Selvagens traz ficção policial ambientada na tríplice fronteira

Produção estreia em 12 de maio nos cinemas

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(Foto: Divulgação)

A América Latina está sendo representada nos cinemas nesta semana com a estreia de Águas Selvagens (Imagem) nesta quinta-feira (12). O filme é uma coprodução entre Brasil e Argentina, dirigido por Roly Santos, e com elenco formado por brasileiros, argentinos e uruguaios.

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O filme é do gênero noir, trazendo uma história de investigação cheia de reviravoltas, que se passa na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. O longa conta a história de Lúcio Gualtieri (Roberto Birindelli), um ex-policial que aceita um trabalho como investigador para solucionar um crime na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Enquanto lida com seus problemas pessoais, ele descobre uma organização criminosa atuando na região e se envolve em uma trama de assassinatos, prostituição e tráfico de pessoas.

Ou seja, para além da ficção, o filme tem como tema uma realidade muito comum, infelizmente, ainda ali na região. Algo que foi bastante impactante para a equipe do filme, que tem também as brasileiras Mayana Neiva e Leona Cavalli no elenco.

“É uma realidade social complicada, existe o tráfico de pessoas e crianças, é um contexto duro. Não queríamos que fosse exclusivamente um filme denúncia, a partir disso, trabalhamos com o cinema noir para contrastar com a exuberância da floresta e como os personagens se movem diante da criminalidade. A resolução do crime não é o mais importante, mas como os personagens se relacionam com essa criminalidade”, explicou o diretor Roly Santos ao Portal Exibidor.

A narrativa forte e dura se contrastou portanto com todo o processo de filmagens, que levou cerca de seis semanas em Tijucas do Sul, próximo de Curitiba. Ali, o elenco pode mergulhar de cabeça na história e nos personagens, tendo a chance também da troca entre profissionais uruguaios, argentinos e venezuelanos.

“O mais legal do filme era justamente isso. Como ação no filme, mas também no set. Isso para todos nós contou muito, era muito instigante. Ainda mais nesse momento em que estamos neste movimento natural de fortalecer o cinema latino-americano e a própria América Latina como uma força única”, comentou Leona Cavalli.

A questão da coprodução é algo que realmente precisa ser enaltecido não só por esse enriquecimento cultural da equipe, e que transborda em tela também, mas como questão estratégica, principalmente ao cinema independente.

As produções feitas em parceria entre países se beneficiam mutuamente de público, recursos e, claro, maior alcance, expandindo a presença e espaço que determinado título pode ocupar. No Brasil, por exemplo, esse formato de produção tem ganhado cada vez mais força, especialmente nestes últimos anos de crise.

“Obviamente, a coprodução em cinema, que antes era reservada aos grandes estúdios, é algo que o cinema independente aprendeu, eu aprendi. Nos últimos cinco trabalhos são assim, não é difícil, o mais difícil é vencer a desconfiança com o produtor de outro país. Mas uma vez que você venceu isso, a coprodução flui e funciona. Evidentemente um filme Argentino é difícil de ser colocado no Brasil e vice-versa e aí isso é importante para o produtor independente”, ressaltou o diretor.

Neste ponto é interessante porque se trata de um filme majoritariamente falado em espanhol, o que facilita a sua boa recepção, tendo em vista que é uma das línguas mais faladas no mundo e que tende a encontrar sempre um bom público de cinema, mesmo fora dos países que tem a língua como a principal. Essa, portanto, foi uma das decisões decisivas para a determinação da língua. Além, claro, de ser mais representativo com a realidade daquela região, onde as pessoas tendem a misturar o português e o espanhol.

Essa foi uma questão bem apontada por Roberto Birindelli, uruguaio naturalizado brasileiro. O ator também destacou o quanto – colocando a parte toda a questão da língua e do cinema noir – o filme tem como ponto forte a dramaticidade dos personagens.

“O roteiro te leva a ter conclusões erradas, tinha isso claro que ia para o desconhecido, mas não era neutro, tinha questões já vividas. É como se equilibrar em um vazio. Ele tem uma curva dramática enorme, com a questão da bebida, relação com a vontade ou não de seguir adiante, ele vai reagindo, ele não age, ele reage. Me preparei para reagir ao que encontraria”, explicou o ator.

Mayana e Leona também concordam com essa questão levantado por ele e complementam ressaltando a importância do retrato de suas personagens, duas mulheres, que, embora estejam em pontos diferentes da trama, acabam sendo similarmente impactadas em questão de abuso e violência contra corpos femininos.

“Quando você coloca isso na arte, coloca no campo da reflexão das pessoas, só de contar a história você induz ao questionamento. Vivemos um momento de personagens femininas fortes no cinema e essa força está em também retratar essa repressões”, finalizou Mayana.

Com direção de Roly Santos e roteiro de Óscar Tabernise, Águas Selvagens é uma coprodução entre Brasil e Argentina e chega aos cinemas nacionais nesta quinta-feira, dia 12 de maio de 2022, nas cidades de São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Maceió, Ribeirão Preto, Jundiaí, Campinas, Barueri, Santa Maria, Niterói e Maringá,

Do lado brasileiro, a produção é assinada por Rubens Gennaro e Virgínia Moraes, da Laz Audiovisual. Na Argentina, a produção é assinada pela Cooperativa Romana Audiovisual, de Buenos Aires. A Imagem Filmes é a distribuidora responsável pelo lançamento do longa no Brasil.

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