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11 Março 2024 | Redação

"Oppenheimer" quebra tabu, confirma o favoritismo e é o grande vencedor do Oscar 2024

Filme dirigido por Christopher Nolan conquistou sete prêmios entre as 13 indicações que concorria

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(Foto: Reprodução)

No último domingo (10), foi realizada a cerimônia do Oscar 2024, prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, no Dolby Theatre, em Hollywood. Em uma noite sem grandes surpresas, a premiação consagrou Oppenheimer (Universal) e Christopher Nolan como destaques, assim como já vinha acontecendo em premiações anteriores. No total, a produção levou sete estatuetas para casa, entre elas a de Melhor Filme. As informações são dos portais Hollywood Reporter, IndieWire e Deadline.



O longa já havia liderado o número de indicações para a cerimônia, somando 13 delas. Ontem, além de ter levado a estatueta por Melhor Filme, a produção também ganhou Melhor Direção (Christopher Nolan), Melhor Ator (Cillian Murphy), Melhor Ator Coadjuvante (Robert Downey Jr.), Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora Original.

Algo que também vale a pena destacar é que o filme quebrou um tabu de 20 anos, visto que a última vez que um blockbuster havia vencido o prêmio principal do Oscar foi O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, em 2004. Nesse período, nenhuma produção de grande orçamento - e grande arrecadação - alcançou a vitória na categoria.

Além de Oppenheimer, outra produção que se destacou foi Pobres Criaturas (Disney), que levou quatro prêmios para casa: Melhor Cabelo e Maquiagem, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino e Melhor Atriz (Emma Stone). A estatueta conquistada por Emma Stone, inclusive, era a que gerava uma das maiores expectativas da noite. Apesar de sua atuação brilhante como Bella Baxter, a concorrência era grande, e Lily Gladstone, por exemplo, havia conquistado vários prêmios anteriores por sua atuação em Assassinos da Lua das Flores (Paramount).

Aliás, por falar em Assassinos da Lua das Flores, o filme dirigido por Martin Scorsese repetiu uma marca não muito agradável para o diretor. Em 2020, Scorsese e seu filme O Irlandês receberam dez indicações ao principal prêmio do cinema. Em 2024, Scorsese e Assassinos da Lua das Flores também receberam dez indicações, mas, em ambas as ocasiões, saíram de mãos abanando e sem nenhum prêmio. Scorsese, inclusive, é o diretor vivo com mais indicações ao Oscar (10), mas com apenas uma vitória, com Os Infiltrados.

Além de Oppenheimer e Pobres Criaturas, Zona de Interesse (Diamond Films) foi o único filme que levou mais de um prêmio para casa. A produção que retrata o dia a dia de uma família nazista que vive nas proximidades de Auschwitz foi a vencedora nas categorias Melhor Filme Internacional e Melhor Som. Barbie (Warner), que foi o filme campeão de bilheterias em 2023, com uma arrecadação mundial de US$ 1,445 bilhão, repetiu seu desempenho nas premiações anteriores. Apesar de receber oito indicações, o filme por pouco não saiu de mãos abanando e acabou levando para casa apenas o prêmio de Melhor Canção Original com "What Was I Made For", de Billie Eilish.

Entre as distribuidoras, considerando apenas o Brasil, a Universal (Oppenheimer e Os Rejeitados) foi a grande vencedora da noite com oito estatuetas. Na sequência, aparecem Disney (Pobres Criaturas e A Última Loja de Consertos [este último disponível apenas no streaming Disney+), com cinco; Diamond Films (Zona de Interesse e Anatomia de Uma Queda) com três; Sato Company (O Menino e a Garça e Godzilla) com duas; e Warner, Synapse Distribution e Prime Video, com uma estatueta cada. Ainda houve duas produções premiadas sem distribuição no Brasil.

Curiosidades e destaques na cerimônia

Jonathan Glazer, diretor de Zona de Interesse, fez um importante discurso contra o genocídio cometido por Israel em Gaza. Em sua fala, o diretor agradeceu seus parceiros no filme, que fala sobre Auschwitz e o Holocausto, e depois fez uma declaração abordando seu trabalho e uma referência à relação Israel-Gaza. "Todas as nossas escolhas foram feitas para refletir e nos confrontar no presente, não para dizer: 'Veja o que eles fizeram então'; em vez disso, 'o que fazemos agora'. Nosso filme mostra onde a desumanização leva ao pior. Moldou todo o nosso passado e presente", disse o Glazer.

O diretor, que é judeu, ainda completou. "Neste momento, estamos aqui como homens que refutam o seu judaísmo e o Holocausto sendo sequestrados por uma ocupação que levou ao conflito para tantas pessoas inocentes. Sejam as vítimas do 7 de outubro em Israel ou do ataque em curso a Gaza, todas as vítimas desta desumanização, como podemos resistir?", completou.

Na sequência da cerimônia, em um dos prêmios que tinha a vencedora mais incerta, Emma Stone se lembrou de Lily Gladstone durante seu discurso. A atriz reconheceu todas as outras indicadas, mas reservou um momento para falar especificamente sobre Gladstone, que muitos especialistas apontavam como favorita após sair como vencedora em algumas premiações anteriores. "Eu compartilho isso com você. Estou ansiosa por você e foi uma honra fazer tudo isso juntas. Espero que possamos fazer mais juntas", disse.

Vale destacar que essa foi a segunda estatueta da atriz, após uma vitória por sua atuação em La La Land - Cantando Estações (Paris Filmes). Além das vitórias, Stone também já foi indicada por suas atuações em A Favorita (Fox) e Birdman (Fox).

A noite também reservou espaço para alguns acontecimentos inéditos, e um deles foi a primeira vitória da franquia Godzilla no Oscar. Apesar de ter custado apenas US$ 15 milhões para ser produzido, Godzilla Minus One (Sato Company) derrotou quatro grandes orçamentos de Hollywood e também conseguiu pela primeira vez, em décadas, vencer a categoria de Melhores Efeitos Visuais contra um filme de fora dos Estados Unidos. Mais do que isso, pois apesar de sua profunda influência na história dos efeitos visuais no cinema, este ano foi a primeira vez nas sete décadas de história da franquia Godzilla que ela foi indicada ao Oscar. Além disso, o filme arrecadou US$ 56,4 milhões nos EUA e no Canadá para se tornar o filme japonês de maior bilheteria de todos os tempos na região.

E, falando em ineditismo, um Oscar para a Universal não é exatamente uma novidade, mas Oppenheimer se tornou a maior vitória do estúdio em um mesmo filme, com sete estatuetas. De quebra, o filme também conseguiu acabar com uma "maldição" de 20 anos de grandes blockbusters que não levavam o Oscar na sua principal categoria.

Com uma receita de US$ 100 milhões e arrecadação superior a US$ 957 milhões globais, Oppenheimer foi o primeiro blockbuster vencedor na categoria Melhor Filme desde O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei em 2004 (que arrecadou US$ 1,15 bilhão). Além disso, Oppenheimer também é o primeiro vencedor de Melhor Filme em mais de uma década a arrecadar mais de US$ 100 milhões na bilheteria norte-americana desde Argo, que arrecadou US$ 136 milhões no mercado interno e US$ 232,3 milhões no mundo.

Por fim, para encerrar os fatos marcantes desta edição, Billie Eilish fez história ao se tornar a pessoa mais jovem com duas vitórias no Oscar. Aos 22 anos, a cantora levou sua segunda estatueta para casa pela música "What Was I Made For", dois anos após conquistar o Oscar de Melhor Canção Original em 2022 com a música "No Time to Die", música do filme 007 - Sem Tempo para Morrer. Antes de Eilish, a detentora do recorde era a atriz Luise Rainer, que chegou ao feito aos 28 anos.

Confira todos os vencedores:

Melhor Filme

  • - Oppenheimer (Universal)

Melhor Atriz

  • - Emma Stone, por Pobres Criaturas (Disney)

Melhor Ator

  • - Cillian Murphy, por Oppenheimer (Universal)

Melhor Direção

  • - Christopher Nolan, por Oppenheimer (Universal)

Melhor Ator Coadjuvante

  • - Robert Downey Jr., por Oppenheimer (Universal)

Melhor Atriz Coadjuvante

  • - Da'Vine Joy Randolph, por Os Rejeitados (Universal)

Melhor Cabelo e Maquiagem

  • - Pobres Criaturas (Disney)

Melhor Design de Produção

  • - Pobres Criaturas (Disney)

Melhor Figurino

  • - Pobres Criaturas (Disney)

Melhor Animação em Curta-Metragem

  • - War Is Over! Inspired by the Music of John & Yoko (sem distribuição no Brasil)

Melhor Animação

  • - O Menino e a Garça (Sato Company)

Melhor Roteiro Original

  • - Anatomia de uma Queda (Diamond)

Melhor Roteiro Adaptado

  • - Ficção Americana (Prime Video)

Melhor Filme Internacional

  • - Zona de Interesse (Diamond Film)

Melhores Efeitos Visuais

  • - Godzilla Minus One (Sato Company)

Melhor Montagem

  • - Oppenheimer (Universal)

Melhor Documentário de Curta-Metragem

  • - A Última Loja de Consertos (Disney+)

Melhor Documentário de Longa-Metragem

  • - 20 Dias em Mariupol (Synapse Distribution)

Melhor Fotografia

  • - Oppenheimer (Universal)

Melhor Curta-Metragem em Live Action

  • - A Incrível História de Henry Sugar (sem distribuição no Brasil)

Melhor Som

  • - Zona de Interesse (Diamond Films)

Melhor Trilha Sonora Original

  • - Oppenheimer (Universal)

Melhor Canção Original

  • - "What Was I Made For", de "Barbie" (Warner)

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