24 Junho 2025 | Redação
Decisões dos governos do Texas e Califórnia demonstram apoio às produções cinematográficas nos EUA
Enquanto Texas aumentou incentivos para US$ 150 milhões por ano, Califórnia aprovou incentivos para 48 novos filmes
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Embora as filmagens tenham caído em Los Angeles, um dos principais polos cinematográficos dos EUA, durante o 1º trimestre de 2025, novas medidas de governos estaduais tentam impulsionar novas produções em diferentes territórios do país. Enquanto o Texas aumentou seu incentivo para filmes para US$ 150 milhões por ano, a Califórnia aprovou um financiamento para 48 filmes que totalizam US$ 94 milhões em créditos fiscais. As informações são do Variety.
As medidas dos estados foram anunciadas pouco depois de a FilmLA, empresa sem fins lucrativos voltada aos negócios de cinema de Los Angeles, renovar por cinco anos o contrato que lhe permite continuar a administrar as licenças de filmagem em Los Angeles. O antigo contrato expiraria em 30 de junho deste ano, mas na última sexta-feira (20) o Conselho de Obras Públicas de Los Angeles votou por 4 a 0 pela prorrogação do contrato da cidade com a FilmLA.
Apesar da renovação do contrato, vale destacar que trabalhadores da indústria não estão contentes com o trabalho da agência, argumentando que a FilmLA poderia trabalhar melhor com os cineastas para reduzir custos e agilizar os processos de licenciamentos. Paul Audley, presidente da FilmLA, inclusive foi vaiado pelo público ao dizer que grande parte do descontentamento se baseia em desinformação.
O conselho da FilmLA, que processa licenças e arrecada taxas de locação em nome de 22 órgãos governamentais em Los Angeles, inclui representantes da Disney, Warner Bros., Netflix e outros estúdios, bem como sindicatos de Hollywood, incluindo o IATSE (Aliança Internacional de Funcionários dos Cinemas) e o SAG-AFTRA (Sindicato dos Atores dos EUA).
Alguns dias depois da licença ter sido renovada, a Califórnia, estado onde fica Los Angeles, aprovou um financiamento de US$ 94 milhões em créditos fiscais. Na segunda-feira (23), a Comissão de Cinema da Califórnia aprovou o valor para a produção de 48 projetos de filmes, sendo cinco filmes de estúdios e 43 longas-metragens independentes.
O maior subsídio do programa de crédito tributário para filmes e TV da Califórnia, no valor de US$ 20 milhões, foi destinado para a produção de um filme ainda sem título da Netflix. Entre os outros filmes, está a sequência de Um Dia Daqueles, produção da Sony produzida por Issa Rae que receberá US$ 8 milhões. Outro filme da Sony, também sem título, receberá US$ 9,4 milhões; a Warner receberá US$ 6,9 milhões para a comédia Blow Up the Chat; e a 20th Century receberá US$ 4,5 milhões por Bell. A lista completa dos projetos está no site da Comissão de Cinema da Califórnia.
Os novos incentivos fiscais, aliás, foram aprovados em um momento em que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, tenta aumentar os incentivos para produções no estado de US$ 330 milhões anuais para US$ 750 milhões. A expectativa, inclusive, é que a Assembleia Legislativa da Califórnia tome uma decisão sobre o possível aumento até o final deste mês.
Além dos financiamentos aprovados na Califórnia, notícias vindas dos Texas também agitaram a indústria cinematográfica. Buscando conseguir competir com estados como Novo México e Geórgia, no domingo (22), o governador Greg Abbott aprovou um projeto de lei que aumenta o programa de incentivos para a produção cinematográfica no Texas para US$ 300 milhões a cada dois anos, em comparação com os US$ 200 milhões anteriores. O projeto também garante o financiamento por uma década inteira, e tem como objetivo fomentar a indústria local e garantir que filmes e programas de TV ambientados no Texas também sejam filmados lá.
Na tentativa de transformar o Texas em uma espécie de "capital cinematográfica dos Estados Unidos", a proposta inicial era de US$ 500 milhões a cada dois anos, mas foi reduzida para US$ 300 milhões pela Câmara. Com US$ 150 milhões por ano, o Texas não estará no mesmo patamar que Califórnia, Nova York e Geórgia, mas ocupará um segundo escalão de estados, incluindo Louisiana e Pensilvânia, onde os subsídios são significativos o suficiente para atrair produções consistentemente.
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