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01 Fevereiro 2016 | Natalí Alencar

Casa Guilherme de Almeida abre sala “Cinematographos”

Local tem capacidade para 40 pessoas

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(Foto: Revista Exibidor)

Foi aberta em São Paulo, neste sábado (30) a sala Cinematographos no anexo da Casa Guilherme de Almeida (Perdizes). Com 80 m² e capacidade para 40 pessoas, o local não possui poltronas fixas e a ideia é que as sessões sejam todas gratuitas seguidas sempre por debates e cursos.

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“Esse espaço era uma garagem e vê-lo agora como um espaço para exibir filmes é uma conquista”, disse o diretor executivo da Poiesis – Organização Social de Cultura, Clóvis Carvalho, organização que gerencia o espaço.

Concordou com ele o Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Mattos Araujo, que esteve na abertura. “É fundamental ter espaços assim em São Paulo para debater sobre cinema”.

Especialmente para a abertura foi exibido o filme São Paulo, Sinfonia da Metrópole (1929), de Rudolf Lustig e Adalberto Kemeny, com trilha sonora ao vivo por Livio Tragtenberg. A exibição foi seguida da leitura da crítica escrita por Guilherme de Almeida, em 1929. A inauguração ainda contou com palestras, debates e a exibição de São Paulo, Sinfonia e Cacofonia, de Jean-Claude Bernardet.

"Cinematographos” é o nome original da coluna que Guilherme de Almeida (1890 - 1969) escrevia diariamente no jornal O Estado de S. Paulo entre os anos 1920 e 1940, pioneira da crítica cinematográfica em nosso país. Durante dezesseis anos ele produziu centenas de críticas de filmes das mais variadas origens e temas.

O novo espaço vem resgatar esse ofício do poeta, propondo a difusão, o debate e a formação sobre o cinema e seus diversos aspectos.

Para fevereiro, o espaço já divulgou a programação, confira:

*Sessão Versátil: Copacabana Mon Amour, de Rogério Sganzerla

19 de Fevereiro, às 19h

Será exibido o clássico marginal de Rogério Sganzerla, Copacabana mon amour (1970), em cópia restaurada e com a presença da cineasta e atriz Helena Ignez (protagonista do filme), que participará de um bate-papo com Fernando Brito, curador da Versátil e com Donny Correia, coordenador da Sala Cinematographos.

*Sessão Matinê: A Trilha Sonora de Marcello Tupynambá

21 de Fevereiro, às 15h

Serão comentadas as participações do compositor modernista Marcello Tupynambá em trilhas de filmes como Coisas Nossas (1931), Honra e Ciúmes (1933) e Angela (1951). O músico, mestre em musicologia e bisneto do compositor, Marcelo Tupinambá Leandro, comentará aspectos do movimento modernista brasileiro e como seus principais representantes consideravam e atuavam no campo da cinematografia.

*CHAPLIN: 80 anos de um tempo moderno

27 de fevereiro, às 15h

Tempos Modernos, filme revolucionário e polêmico de Charles Chaplin, estreou nos Estados Unidos em 25 de fevereiro de 1936. Em 12 de junho do mesmo ano, após assistir à produção, Guilherme de Almeida publicou uma crítica a ela em sua coluna “Cinematographos”, no jornal O Estado de S. Paulo, classificando-a como “uma sátira aos (próprios) tempos modernos”, considerando a grande ousadia do diretor ao fazer um filme mudo numa época em que filmes sem diálogos já eram coisas da “pré-história” do cinema. Para homenagear os 80 anos desta ousadia técnica e estética, a sala convida o público a se vestir com elementos do traje do famoso personagem Carlitos e vir à Sala Cinematographos para ver (ou rever) Tempos Modernos em cópia restaurada. Após a sessão haverá uma discussão em torno do filme, com a leitura da crítica escrita por Guilherme.

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