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25 Agosto 2017 | Fernanda Mendes

Dificuldades e soluções na internacionalização das produções brasileiras

Palestras do MAX debateram alternativas para levar o conteúdo do País a outros mercados

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Apresentação “Coprodução com o Mercado Internacional” (Foto: Flávio Tavares/Divulgação)

Esta quinta-feira, dia 24, segundo dia de apresentações da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo, contou com bastante conteúdo voltado à internacionalização das produções brasileiras.

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Na apresentação “Coprodução com o Mercado Internacional”, Carina Coelho, coordenadora de programas internacionais de cooperação e intercâmbio da ANCINE, mostrou as linhas de apoio da agência que contribuem para a exportação das produções. Desde 2003 a instituição impulsiona a participação de representantes de filmes brasileiros em festivais e workshops (já foram 112 apoios somente neste ano), além de auxílio para participação em eventos do mercado e rodadas de negócios internacionais (em média 150 apoios por ano).

Outras ações citadas pela executiva incluem o programa de apoio ao Oscar, quando concedem aporte financeiro aos selecionados ao prêmio para divulgação da produção internacionalmente, além do Programa Cinema Brasileiro, que traz para o País curadores de festivais internacionais em encontros com produtores nacionais.

No que permeia o mercado internacional, a distribuidora Elo Company, em seu painel com players do mercado, falou sobre suas estratégias para a venda de filmes no exterior. Para 2018 a companhia procura conteúdos principalmente de animação para distribuir em outros países. Segundo Bárbara Sturm, diretora de conteúdo, é difícil encontrar animações com potencial internacional, pois contêm linguagem muito regional e não investem em dublagem em inglês.

Um case de sucesso é o recente O Menino e O Mundo, de Alê Abreu. Distribuído no Brasil pela Espaço Filmes, a produção teve carreira internacional por meio da Elo Company, percorrendo festivais por dois anos e ganhando 51 prêmios, inclusive com indicação ao Oscar de Melhor Animação em 2016.

“É um filme que não há falas, tem um conteúdo para toda a família e é emocionante, triste. No Brasil o que funciona é a comédia, mas nos outros países a emoção é que gera o boca a boca”, comentou.

Animação

No painel “100 anos de animação no Brasil”, Cândida Liberato, acredita, e muito, no potencial da animação brasileira para o exterior. “Todo mundo fala que a animação é o ovo de ouro pela capacidade intelectual que tem e pela capacidade de exportação”, reforçou.

No entanto, a executiva acredita que a classe de animadores ainda não sabe lidar com o potencial que possui. Recentemente, inclusive, a ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) se reuniu com a ANCINE na tentativa de ressaltar o caráter diferencial que a animação possui em relação aos outros gêneros do audiovisual. Uma das necessidades que exigem é que seja permitida a coprodução internacional da animação.

Cenário atual

Apesar dos 100 anos de história no Brasil, o gênero de animação possui apenas 45 longas lançados no País. Recentemente, vem tomando mais espaço no mercado, com o lançamento de O Menino e O Mundo, com 35 mil espectadores, e em breve a estreia de Lino (Fox Film) que está previsto para chegar em 400 salas.

“Mas esses filmes ficam em cartaz de manhã e à tarde. O pai que leva o filho só vai ao cinema à noite. O problema da distribuição em cinema é geral, temos que procurar nossos caminhos para chegar lá também”, reforçou.

A dificuldade de orçamento para divulgação do longa também foi uma das questões ressaltadas durante a palestra. Enquanto as produções americanas investem milhões de dólares, os brasileiros possuem uma renda bem menor para o trabalho de marketing. “Não adianta estar presente nas salas se você não divulga isso”, afirmou Arnaldo Galvão, da Um Filmes.

Um dos lançamentos esperados para este ano que empolga a associação é de Peixonauta – O Filme, que terá distribuição da H2O Films. O conteúdo originário de um programa da TV promete atrair os fãs do personagem, o que pode ajudar bastante na formação de público para as animações brasileiras.

Confira a cobertura do primeiro dia da MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo. O evento termina hoje, dia 25. Em breve confira mais detalhes no Portal Exibidor.

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