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10 Novembro 2017 | Vanessa Vieira

Elo Company promove "Olhando para as Estrelas" com debates e inclusão

Filme conta com audiodescrição e traz a história da única associação do mundo de ballet para deficientes visuais

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Filme retrata vida de bailarinas da Associação de Ballet e Artes para Cegos - Fernanda Bianchi (Foto: Elo Company)

Com a acessibilidade sendo um assunto em voga no mercado de cinema, a Elo Company lançou nesta quinta-feira (09), em circuito que tem entre seis e sete cidades brasileiras, o documentário Olhando para as Estrelas. O filme conta a história de duas bailarinas da única associação de ballet profissional para deficientes visuais no mundo, a Associação de Ballet e Artes para Cegos – Fernanda Bianchi. Hoje a entidade atende 350 pessoas com diversos tipos de deficiências.

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Para promover o lançamento, a Elo realizou nesta quinta-feira de estreia uma sessão seguida de debate no Espaço Itaú de Cinema Augusta, em São Paulo (SP), com participação das duas bailarinas cegas, Geiza e Thalia, da própria Fernanda Bianchi e do diretor, Alexandre Peralta. O Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG) também receberão exibições seguidas de debates na segunda-feira (13) e na quinta-feira (16), respectivamente.

Estratégia de lançamento

“Sempre é um trabalho de guerrilha lançar filme independente e, com muito pouco, conseguimos um circuito legal e até sessões em horários ‘nobres’, à noite”, comentou Bárbara Sturm, diretor de conteúdo da distribuidora, que assumiu também a área de lançamentos em cinema após a saída de Tito Liberato. Em entrevista ao Portal Exibidor, a executiva comentou que um dos principais diferenciais da campanha do documentário foi a concepção de materiais de divulgação em braile. Por exemplo, flyers do longa foram distribuídos durante a Mostra Internacional de SP neste ano. Vale lembrar que o título foi exibido pela primeira vez no País na edição de 2016 desse mesmo festival. “Foi por causa da Mostra que me indicaram o filme”, comentou.

Bárbara também afirmou que o fato de ser um filme emocionante, com temática atual e uma comunidade já formada, foi um pouco mais fácil trabalhar com o longa, que também terá uma carreira internacional. Por ora, três distribuidores locais de três países diferentes já manifestaram interesse, sendo a Alemanha um desses territórios. “O mais legal da Elo é que olhamos um filme horizontalmente, nunca só para o quanto o filme vai fazer no cinema. Esse documentário, por exemplo, vai lucrar no VOD, por isso fizemos um lançamento pequeno. Assim, a TV e o VOD não servirão só para cobrir custos com a distribuição no cinema”, explicou.

Para ela, essa estratégia valoriza o cinema sem tirar as possibilidades de o longa lucrar em outras mídias. Bárbara defendeu ainda que os exibidores são “os donos da programação”, especialmente graça ao conhecimento que eles têm do público que frequenta seus cinemas. Por isso, ela sugeriu ao mercado que avalie a possibilidade de incluir pré-estreias de filmes menores e outros modelos de negócio.

Relevância da acessibilidade

Na sessão de Olhando para as Estrelas em SP, os deficientes visuais presentes puderam assistir ao filme com audiodescrição, graças à presença do filme no app MovieReading.

Assim, a acessibilidade de conteúdo foi defendida no debate. Geixa, bailarina e professora na Associação, disse que a audiodescrição é importante para o deficiente visual porque detalha o que está acontecendo na cena. Já Thalia, também bailarina, contou que é “muito chato ter que ficar perguntando o que acontece no filme”. Ela torce para que cada vez mais cinemas ofereçam acessibilidade para que o deficiente possa se sentir mais incluído e “livre”. O diretor, Peralta, apontou que já na montagem do filme a audiodescrição já foi pensada com cuidado. “Eu assisti com audiodescrição e foi lindo”, disse.

Em entrevista ao Portal Exibidor, o cineasta defendeu também a importância da mídia cinema. Para ele, não é possível reproduzir a experiência cinematográfica em casa e, por isso, o documentário foi feito pensando na telona. Peralta também acredita que a audiodescrição tem que estar em todos os filmes, até porque representa um investimento pequeno dentro do orçamento total de um longa-metragem.

Confira a galeria de fotos do evento!

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