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21 Março 2018 | Fernanda Mendes

"É um momento muito importante do empoderamento feminino", diz Juliana Ribas, da Universal

Em entrevista para o Portal Exibidor, a gerente de marketing contou como é ter uma equipe composta só por mulheres

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Juliana Ribas durante a Expocine 2017 (Foto: Expocine)

Com experiência no mercado de cinema desde seus 17 anos e nascida em uma família que respira a sétima arte, Juliana Ribas, diretora de marketing da Universal, sabe do que fala. A executiva é filha de Walbercy Ribas, profissional referência na animação brasileira, e irmã de Rafael Ribas, diretor de Lino, longa de animação que percorre diversos países.

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Em entrevista ao Portal Exibidor para o especial de Dia das Mulheres, Juliana contou como foi o seu começo no mercado, quando passou pela produtora do seu pai, a Start Anima e, começou a ganhar destaque quando foi convidada para ser gerente de marketing da Fox Searchlight. Ainda, a profissional teve rápida passagem pela Playarte Filmes e está desde 2014 na Universal.

“O meu grande empurrão veio do meu pai, que tem uma visão muito boa e nunca diferenciou eu do meu irmão, ele deu os mesmos desafios e chances para os dois”, explica.

Hoje, sua equipe na major é composta apenas por mulheres, no total são seis. E segundo Juliana, há muitas vantagens em uma equipe predominantemente do sexo feminino, como uma sensibilidade maior para as questões, o que ajuda a tomar decisões da melhor maneira.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Nos conte a sua trajetória no mercado de cinema

Sou filha do diretor Walbercy Ribas, então nasci dentro do universo da propaganda e do cinema. Foi uma grande influência para mim e inicialmente fui trabalhar com ele, na Start Anima para cuidar do primeiro longa deles O Grilo Feliz. Encontrei a falta de alguém para cuidar dos negócios, porque lá só tinha artista. Então, eu meio que sem querer virei produtora executiva, fui aprendendo e eu tinha 17 anos. Quando tudo isso acabou eu tinha 21 anos e acabei cuidando da campanha de marketing e negociação com os distribuidores.

Quando estava negociando a exibição desse filme com a Fox para os canais de TV, soube que estavam abrindo um departamento para distribuição de produções nacionais para televisão, e eu passei no teste. Fui a primeira pessoa na área de produções locais da Fox. Aprendi muito e fiquei lá por 4 anos. Depois, fiquei mais cinco anos como gerente de marketing da Fox Searchlight. Em seguida, fui contratada pela PlayArte Filmes mas fiquei cerca de oito meses. Foi um upgrade de carreira, fiquei como diretora de marketing lá. Logo eu conheci o Mauricio Duran, VP de vendas da Universal na América Latina, que me contou que tinha planos de abrir uma equipe de marketing da Universal no Brasil. Faz cinco anos já.

Quais os desafios enfrentou ao longo da carreira por ser mulher?

No começo da minha carreira foi mais difícil quando eu era produtora, porque além de ser mulher eu era menina. Eles não acreditavam em mim nas reuniões. A gente tem que se esforçar em dobro para ter a mesma credibilidade do que os homens. Mas isso já melhorou muito. Durante toda a minha carreira não tive grandes dificuldades. O meu grande empurrão veio do meu pai, que tem uma visão muito boa e nunca diferenciou eu do meu irmão, ele deu os mesmos desafios e chances para os dois. Tenho uma equipe com seis mulheres, são muito humanas e comprometidas, dão a alma para o que estão fazendo.

Como você avalia que está o segmento de distribuição hoje em relação ao trabalho das mulheres e a entrada delas no mercado?

A mulher tem um papel muito importante no mercado, não precisamos mais provar que realizamos excelentes trabalhos e somos líderes. Cabe agora a gente manter essa conquista. É um momento muito importante da indústria do empoderamento feminino. Para mim, a coisa mais importante é nós mesmo nos respeitarmos. Quando a mulher se valoriza, ela se faz respeitar, por mais que esteja em um ambiente machista. Nem tudo está conquistado, estamos ainda ganhando espaço e importância, direitos iguais. Mas lógico, ainda acho que não é um mundo igualitário.

Leia também a entrevista com Patrícia Cotta, do Kinoplex. Na próxima semana, o Especial de Dia das Mulheres encerra com o bate-papo com Juliana Soraes, da Gullane Filmes.

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