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14 Fevereiro 2019 | Thaís Lemos

Diretora defende streaming em festival de cinema internacional

Logotipo da Netflix recebeu vaias durante o Festival Internacional de Berlim

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Isabel Coixet, diretora de "Elisa y Marcela" (Foto: AFP)

O Festival Internacional de Berlim, que acontece desde o dia 7 de fevereiro na cidade alemã e vai até dia 17 de fevereiro, trouxe polêmicas ao exibir ontem (13) Elisa y Marcela (ainda sem nome confirmado no Brasil), filme espanhol da Netflix que concorre ao Urso de Ouro, sendo o único longa ibero-americano este ano em disputa pelo prêmio.

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O filme é baseado na história real de duas professoras que se casaram na Espanha em 1901, registrando o primeiro matrimônio homossexual do país. Ao enfrentar calúnias e agressões, o casal foge para Portugal para futuramente seguir até a Argentina.

Assim que o logotipo da Netflix apareceu na tela, as vaias tomaram conta da plateia do festival. Além disso, 160 exibidores independentes enviaram uma carta aberta ao Ministério da Cultura alemã exigindo que Elisa y Marcela fosse retirado da disputa, uma vez que “o festival defende a tela grande, o Netflix defende a tela pequena”, segundo trecho da carta.

Na coletiva de imprensa após a exibição da história, Isabel Coixet, diretora da produção, disse que entende as razões das salas de cinema, “mas não é justo dizer que o filme não merecia estar aqui. O futuro passa pela convivência das várias plataformas”. Este é o nono longa da diretora na Berlinale.

Para Dieter Kosslick, diretor do Festival Internacional de Berlim, os grandes festivais europeus deveriam encontrar um ponto em comum sobre como lidar com as produções de streaming, segundo informações do The Hollywood Reporter.

Coexit acredita que se o filme for bem na Espanha, pode chegar em outros países, “e passe no Brasil, onde estão prestes a banir o casamento gay”, completou a diretora durante a coletiva.

Festivais

Não é a primeira vez que um longa de streaming passa por polêmicas em um festival de cinema. Na Itália, os exibidores se revoltaram no Festival de Veneza com a participação de um filme de streaming e no Festival de Cannes, a plataforma ficou de fora da competição. O alvo foi o longa mexicano Roma (Netflix/Vitrine), que atualmente está ganhando diversos filmes e concorrendo a maior premiação do cinema, o Oscar, em 10 categorias, incluindo a principal de Melhor Filme.

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