Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Cobertura

01 Abril 2019 | Renata Vomero e Thais Lemos, de Las Vegas

Profissionais do mercado enfatizam importância de conteúdos locais para o negócio

Debate na CinemaCon aponta os caminhos para fortalecer produções regionais

Compartilhe:

(Foto: Portal Exibidor)

Este primeiro dia da CinemaCon está sendo marcado por diversas conversas que têm como foco o mercado internacional. O segundo seminário apresentado no dia, intitulado “Don’t Turn a Blin Eye On Local Content and Productions” (em português: Não feche os olhos para conteúdos e produções locais), contou com a presença de profissionais das diversas áreas do mercado, foram eles: Glen Basner, fundador da FilmNation Entertainment; Miguel Mier, COO da Cinépolis; Paul Presburger, CEO da Pantelion Films, e Ray Strache, vice-presidente executivo de aquisições globais e co-produções da 20th Century Fox/Fox Searchlight. O bate-papo foi mediado por Nancy Tartaglione, editora do portal Deadline.



A conversa teve como ponto de partida o sucesso do cinema local em praças como Japão, Coreia do Sul e China, que tiveram em 2018 boa parte de seu market share voltado para as produções locais. Os executivos enfatizaram a importância de trabalhar cada conteúdo individualmente, pois não existe uma forma única de sucesso. “Todas as nossas estratégias são diferentes, mas todos nós temos um interesse comum de olhar para produções locais”, comentou Basner.  Seu comentário foi complementado pelo COO da Cinépolis, Mier: “Talvez um jeito de começar isso, seja valorizar mais os filmes locais, como vimos no café da manhã de hoje com a Comscore. Achar uma estratégia interessante por trás de cada filme. Os exibidores deveriam sair e criar novas oportunidades, parar de esperar que as coisas aconteçam no trabalho”.

Os profissionais exaltaram a diversidade dessas produções e também a importância de trabalhá-las muitas vezes já pensando no público específico que vão alcançar, porque isso gera receita e movimenta o mercado. “Nós fazemos produções locais, temos um grande mercado que estamos indo atrás. De 25 a 28% dos nossos filmes são em espanhol. Você tem que adaptar a produção para a cultura, nós podemos fazer diversas versões adaptadas. Podemos pegar o filme e fazê-lo de diferentes formas em diferentes países”, afirma Presburger.  

Não demorou para a questão do streaming ser colocada à mesa, até porque existem bons exemplos dentro de empresas como a Netflix, que servem de modelo de como o público e o mercado podem ganhar se saírem deste eixo Estados Unidos. Os profissionais exaltaram essas iniciativas. “Acho que o streaming está trabalhando melhor essa questão do conteúdo local. Um exemplo é a série Narcos, que ficou muito famosa nos EUA. Com a Netflix, a audiência pode ficar mais acostumada a assistir a outros conteúdos”, revela o CEO da Pantelion Films.

Apesar de o streaming não ser bem recebido entre os profissionais tradicionais do mercado, todos concordaram que ele pode ajudar nesta questão de abrir as portas para produções de outros lugares. “Os competidores estão abrindo a fronteira, assim como os eventos locais”, acrescenta Strache.

Parece que esse momento de diversidade tanto nas telas, quanto fora delas, com filmes vindo de lugares que antes não contavam com essa visibilidade, é visto pelos profissionais como uma oportunidade e uma prova de que essas narrativas funcionam. “Como exibidor, o que está acontecendo é que os estrangeiros estão provando que há talentos locais que devemos procurar e apoiar, e a Netflix tem feito isso. Também temos que pensar nas nossas estrelas locais”, revela Miguel, que acrescenta: “O mercado é muito grande, temos que olhar além dos que estão liderando”.  

Os players do mercado começam a traçar caminhos para encontrar uma maneira de equilibrar o mercado. “Acredito que trabalhar juntos é a chave certa, mas ainda é um desafio. Os filmes americanos têm o dobro dos orçamentos dos mexicanos”, avalia Presburger. Ray complementa: “Há muitos storytellers, muitos estrangeiros, como o Guillermo Del Toro, que investem muito em artistas locais. A coisa mais importante é assumir riscos e empoderar diretores para que contem suas histórias”.

Confira a cobertura completa do primeiro dia da CinemaCon 2019.

Compartilhe:

  • 0 medalha