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(Foto:Disney)
Especial

Julho: apostas e previsões para os filmes lançados nas férias

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Grandes lançamentos não estão fazendo tanto sucesso no exterior. Será que o resultado será o mesmo no Brasil?

10 Julho 2019 | Thais Lemos

O mês de julho é conhecido por ser o período de férias de inverno escolares, em que muitas pessoas acabam indo mais aos cinemas. A época coincide com as férias de verão da América do Norte, que tem duração de junho a agosto. Por isso, os estúdios de Hollywood aproveitam a ocasião para lançarem seus maiores filmes durante esses meses, movimentando o mercado exibidor.          

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No entanto, as previsões para este ano não são animadoras. Segundo o The Hollywood Reporter, as vendas de ingressos no continente norte-americano caíram cerca de 7,3% em junho deste ano em comparação com o ano anterior, registrando uma queda de 9,4% da receita local. Internacionalmente, os resultados também não trouxeram entusiasmos. Até o início de julho, filmes lançados em mais de 1 mil salas norte-americanas renderam US$ 13,4 bilhões globalmente, uma queda de 5% em relação ao mesmo período de 2018.

Observando as maiores aberturas do verão norte-americano, que começam a ser contabilizadas na primeira sexta-feira de maio até a primeira segunda-feira de setembro, apenas um filme do ano anterior aparece entre o Top 10. A animação da Disney, Os Incríveis 2, está na quarta posição com US$ 182,6 milhões arrecadados no fim de semana de abertura. Todos os outros títulos são de 2016 para trás. As informações são do Box Office Mojo. (Confira a tabela no fim do texto).

O crítico de cinema da Veja, Miguel Barbieri, afirma que o grande problema são os conteúdos. “Dois filmes que eram muito esperados, MIB: Homens de Preto – Internacional (Sony) e X-Men: Fênix Negra (Fox), fracassaram porque não são bons”, disse Barbieri. O filme de X-Men teve um orçamento de US$ 200 milhões e arrecadou até o momento US$ 250 milhões globalmente, sendo que está há mais de um mês em cartaz. Já MIB gastou US$ 110 milhões em produção e arrecadou em quatro semanas nos cinemas do mundo inteiro pouco mais de US$ 230 milhões. Roberto Sadovski, crítico da UOL, também aponta para a importância do conteúdo dos filmes. “As pessoas não estão indo ver porque estão se sentindo enganadas por esses grandes lançamentos. Nem tudo vai ser Vingadores, que vai fazer um barulhão logo de cara. Acho que tem um problema de qualidade de filme, não é um problema de marketing ou de posicionamento”.

Brasil

Em relação ao Brasil, o cenário é diferente. Somente neste fim de semana foram arrecadados R$ 54 milhões com a venda de mais de 3 milhões de ingressos (segundo dados da Comscore). Um aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado que contabilizou R$ 40 milhões com a venda de 2,3 milhões de tickets. Os especialistas também acreditam que a tendência é este sucesso crescer ainda mais. “[O período] começou com Toy Story 4, emendando com Homem-Aranha: Longe de Casa (Sony), continua com Turma da Mônica – Laços (Downtown/Paris), e está vindo O Rei Leão (Disney)”, analisa Sadovski, que afirma serem filmes muito aguardados. “Aqui existe uma tradição de pegar as férias escolares para ver esses filmes, e a oferta de filmes na época ajudou”, completou. Os lançamentos infantis, na percepção de Barbieri, influenciam o forte movimento de julho nos cinemas nacionais. “Os pais vão dar preferência para levar os filhos ao cinema. Esses filmes que têm apelo infantil, as bilheterias não caem”, disse.

Procuradas pelo Portal Exibidor, as distribuidoras dos filmes mencionadas não se pronunciaram sobre o assunto.

Clássicos

Segundo o The Hollywood Reporter, a Disney é a exceção à crise que acontece no exterior. Para este ano, dois clássicos da Disney voltam com força total neste período. A sequência Toy Story 4, que estreou no final de junho, já acumula mais de R$ 62,2 milhões no Brasil e já totaliza US$ 650 milhões mundialmente, mostrando a força da franquia após nove anos depois do último lançamento. Para a próxima semana, O Rei Leão em formato live-action entra em cartaz nos cinemas mundiais. Tanto Barbieri como Sadovski acreditam que esse será o filme mais forte das férias no Brasil.

Mudanças

Analisando o cenário cinematográfico atual do Brasil, algumas coisas devem ser mudadas para que esses números se mantenham e continuem crescendo. Para o jornalista do UOL, o problema dos filmes nacionais começa logo na produção de um longa. “Existe um descuido absurdo com qualidade de texto. Os roteiros desses filmes mais populares são muito ruins. Se o texto é ruim, as pessoas começam a querer algo a mais. Como esse algo a mais está sendo entregue em casa, na forma de séries, eu acho que fica muito grave o cinema competir se não tiver um trabalho para formar novos roteiristas e mudar de fato o pensamento de quem faz cinema no Brasil”.

Já Barbieri menciona os altos preços dos tickets. “Em São Paulo, o preço do ingresso é muito caro. O cinema já foi um entretenimento barato. Para popularizar mais o cinema, deveriam ter mais promoções”. Além disso, na visão do crítico, as novas plataformas também são um desafio. “Acredito que se, por exemplo, o novo Homem-Aranha estivesse no cinema e no streaming ao mesmo tempo, a maioria iria preferir ver em casa”, afirma Miguel, ressaltando que o público dá preferência para o conteúdo. 

As 10 maiores aberturas de verão norte-americano segundo o Box Office Mojo

Jurassic World – O Mundo Dos Dinossauros (2015) –           US$ 208,8 milhões

Os Vingadores (2012) – US$ 207,4 milhões

Vingadores: Era de Ultron (2015) – US$ 191,2 milhões

Os Incríveis 2 (2018) – US$ 191,2 milhões

Capitão América – Guerra Civil (2016) – US$ 179,1 milhões

Homem de Ferro 3 (2013) – US$ 174,1 milhões

Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011) – US$ 169,1 milhões

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) – US$ 160,8 milhões

Batman – O Cavaleiro das Trevas (2008) – US$ 158,4 milhões

Homem-Aranha 3 (2007) – US$ 151,1 milhões

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