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08 Dezembro 2020 | Renata Vomero

Marcelo J. L. Lima traz detalhes de novo curso voltado ao negócio de cinema

Vendas do primeiro lote da capacitação começam em 14 de dezembro

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(Foto: Divulgação)

Está chegando aos profissionais do cinema o curso “O Cinema como Negócio”, que acontecerá entre os dias 13 e 15 de janeiro de 2021. A qualificação será voltada aos três elos do audiovisual com o objetivo de levar compreensão sobre como cada frente pode crescer fortalecendo um olhar mais estratégico para seu negócio. Desta forma, a capacitação será dividida em três dias, justamente para aprofundar cada uma das pontas do audiovisual: exibição, distribuição e produção.

Ministrado por Marcelo J. L. Lima, CEO da Tonks que atua há mais de 20 anos no mercado, o curso foi criado depois do executivo perceber que era sempre procurado por diversos profissionais do mercado para que tirasse dúvidas acerca da integração entre as pontas do audiovisual, integração esta que está sendo cada vez mais trabalhada tanto na Expocine, quanto no Portal e Revista Exibidor.

Tendo em vista a falta de um curso que concentrasse a expertise prática da experiência, foi criado o “O Cinema como Negócio”, voltado tanto a profissionais do mercado, que queiram entender como cada elo funciona, como para estudantes ou pessoas interessadas na área.

As vendas para o primeiro lote estarão disponíveis a partir do dia 14 de dezembro, no valor de R$100. O segundo lote começará a ser vendido em 21 de dezembro no valor de R$200 e o terceiro em 4 de janeiro de 2021, por R$250.

Conversamos com Lima sobre como está sendo desenvolvida a capacitação, quais são suas expectativas e o que os alunos podem esperar das aulas em 2021.

Confira a íntegra da entrevista abaixo:  

Como surgiu a ideia de criar o curso “Cinema como Negócio”?

A ideia surgiu a partir da demanda do mercado de sempre me procurar com dúvidas sobre a integração entre as três pontas do audiovisual. Percebemos que como temos uma boa articulação entre essas três pontas, então, poderíamos ajudar de alguma forma. Na realidade, o que a gente fez foi juntar todo conhecimento que temos dessa integração e colocar isso no papel, montando uma sequência de metodologia. Dessa forma, conseguimos montar um curso que deixa às claras como funciona a integração e a importância, em termos de negócios e de controle econômico, dessas três pontas. Com a pandemia tivemos uma situação mais complicada porque o ecossistema sofreu um grande abalo, desde quando começamos os webinários no primeiro semestre percebemos que poderíamos avançar com esse projeto do curso, então foi questão de tempo para organizarmos.

Como você está preparando o curso, como ele será dividido?

Separamos o conteúdo para ser apresentado em três tardes, partindo do mercado de exibição, que é de onde eu venho. Então, fizemos uma abordagem diferente, saindo do botton e indo para o top. Começaremos a explicar a exibição, os desafios, as dificuldades, as facilidades, como um exibidor pensa para tocar o cinema dele. E vamos subindo a cadeia, depois vamos para distribuição, entender como eles pensam, como organizam, como montam o relacionamento deles cuidando tanto dos interesses do exibidor, como do produtor. E aí depois vamos abordar a produção e suas áreas de atuação, falando da visão do exibidor e distribuidor, como o produtor deve lidar com esses interesses econômicos, porque o produtor é o elo mais criativo da cadeia e, muitas vezes, deixa de pensar no lado econômico, então, tendo essa visão ele consegue enxergar onde ele está situado nesses interesses econômicos que o mercado exige.

Para quem ele é voltado?

Ele é voltado para dois grupos, o primeiro é para aquela pessoa que já trabalha no mercado, mas ainda tem dúvida de toda essa integração, isso vai ser importante para a pessoa organizar seu raciocínio de atuação. É engraçado quando conversamos com um distribuidor e ele reclama de uma decisão tomada por um exibidor e não sabe o motivo, assim como o exibidor tem o mesmo pensamento, e o produtor sempre se preocupa, acha que o filme dele nunca vai para o cinema por conta de uma má vontade da exibição e distribuição e não, há questões econômicas que precisam ser colocadas em prática além da área criativa. E o segundo grupo, entra quem é mais júnior, estudante ou acadêmico que queira, desde já, se profissionalizar. É uma bela de uma porta de entrada para entender a real de como o mercado se comporta.

Como os profissionais podem se beneficiar da capacitação?

Principalmente os pequenos empresários da área de produção e da exibição que estão mais afastados e não participam tanto das decisões do mercado, o curso cairá como uma luva para eles, porque eles vão conseguir entender coisas que sempre ficaram nebulosas, como “por que sou obrigado a ficar com um filme por três ou quatro semanas?”, já o produtor questiona: “por que meu filme foi tirado de forma tão abrupta dos cinemas?”. E se olharmos as grandes empresas, há também os supervisores e gerentes que entendem do mercado, mas ainda têm dúvidas.

Qual a importância de um curso como este no mercado brasileiro?

Tivemos o Ventana Sur na semana passada, que contou com o painel “São Paulo: Oásis do audiovisual da América Latina”, então, por mais que a gente tenha sofrido no audiovisual com as decisões dos últimos governos federais, ainda somos um elo forte no mercado. Saiu o relatório recente da Ancine também que mostra a força do setor para o nosso PIB e há uma carência de cursos voltados para negócios, temos uma imensidão de cursos focados no lado criativo, mas, quando falamos de negócios, praticamente não há. A ideia de trazer o curso é para ajudar. Minha maior inspiração é a imensidão de cursos que tem na UCLA, na Universidade de Nova York (NYU) também. Nosso objetivo é que a gente entre por um lado diferente, de como tentar realizar algo criativo e ele dar certo economicamente. A importância do curso é que o mercado brasileiro está forte, mas há uma ineficiência geral dele, principalmente na dependência de recursos públicos, e a ideia justamente é desmistificar isso, mostrar que há dinheiro em outras formas e precisamos encher os olhos dos exibidores, dos distribuidores e o produtor precisa se organizar para criar soluções melhores economicamente, lógico, atreladas a sua criatividade.

Quais são suas expectativas para a qualificação?

A gente está querendo abrir as portas, abrir o livro das contas do nosso mercado. A expectativa é que consigamos levar os profissionais a entender como a roda do cinema funciona, já que são muitos profissionais que não a compreendem: como são os processos, decisões, como programar um filme, não entendem que temos pouco cinema, que tem que ser cirúrgico na hora de lançar um filme. Queremos criar essa qualificação para crescer, já que o mercado do mundo todo não é fácil, e o Brasil não foge à regra. Se quer ter sucesso criativo e econômico, precisa entender quais desafios precisam ser enfrentados.

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