Após muita luta e insistência dos exibidores e de entidades que representam os profissionais do setor, os cinemas estão muito próximos de voltar ao Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE). A conquista parcial veio ontem (23) após o plenário da Câmara dos Deputados aprovar o projeto de lei sobre as novas regras do PERSE. Com limite de R$ 15 bilhões por ano até dezembro de 2026, o texto contempla 30 setores - incluindo os cinemas - e segue agora para o Senado. 

Para os representantes da indústria cinematográfica, que se dedicaram ao longo dos últimos dias a intensas negociações e articulações para que a atividade voltasse à lista das beneficiadas pelo incentivo, a sensação é de vitória. Semana passada, aliás, o Portal Exibidor noticiou sobre a luta dos exibidores para voltar ao PERSE, após, em março, o CNAE dos cinemas não ter sido incluído nas novas regras. Entenda todo o caso aqui.

"Ter uma aprovação com quase unanimidade, neste momento, é muito relevante para nós. A renúncia fiscal gerada pelo Programa é imprescindível para que possamos continuar a operar e recuperar o fluxo de caixa. O PERSE é, sem dúvida, o instrumento que vem permitindo a recuperação, ainda que lenta, da atividade", disse Marcos Barros, presidente da ABRAPLEX (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex). 

Como ressaltamos semana passada, o setor representa menos de 2% do valor total orçado para o PERSE. Os cinemas ainda não se recuperaram da pandemia e nem das greves de Hollywood, enquanto a exibição de 2023 ficou 36% menor do que o registrado em 2019. De acordo com a ABRAPLEX, cerca de 40 milhões de pessoas ainda não foram nenhuma vez ao cinema após a pandemia. 

Ontem, porta-vozes, executivos, funcionários e entidades que representam o setor de exibição no Brasil estiveram em peso no Congresso Nacional, em Brasília, com o objetivo de reforçar a importância do cinema para a sociedade. A luta, entretanto, continua para aprovação pelo Senado. 

“O cinema é a forma mais democrática de entretenimento para os brasileiros, contemplando todas as classes sociais, e emprega centenas de milhares de pessoas, direta e indiretamente. Além disso, 90% da indústria cinematográfica nacional é composta por empresas familiares de pequeno porte. Mantivemos a operação e os funcionários ao longo da pandemia, mas agora contamos com o incentivo do PERSE para que possamos seguir com a nossa missão de proporcionar cultura e entretenimento para milhões de pessoas em todo o país”, finalizou Lúcio Ottoni, presidente da FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas).