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29 Maio 2020 | Fernanda Mendes

Protocolo para retomada das gravações será entregue a autoridades na semana que vem

Diretrizes do documento foram debatidas em webinário ontem (28)

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(Foto: Reprodução)

Nesta quinta-feira, dia 28, entidades do audiovisual apresentaram a uma plateia virtual de 500 espectadores uma prévia do protocolo para gravações após a quarentena do novo Covid-19. O protocolo oficialmente será apresentado às autoridades governamentais no começo da semana que vem.



O documento foi feito a muitas mãos, debates e colaboração de diversos trabalhadores do setor, desde figurinistas, técnicos de luz a diretores. Além disso, o protocolo também é baseado em práticas que já estão sendo tomadas em outros países que já retomaram suas gravações.

“As diárias serão menores e será exaustivo trabalhar com as máscaras e toda a tensão. Um terá que vigiar o outro, para que consigamos resgatar a segurança que não temos. Senão cumprirmos cada fase do protocolo, nós podemos entrar em choque e nós não queremos parar de novo”, afirmou Sonia Santana, presidente do SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual).

O protocolo terá três fases e, além das medidas básicas como higienização e distanciamento social, o documento também coloca a necessidade de profissionais de saúde e segurança dentro dos sets.

José Alexandre,  presidente da ABELE (Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais), lembrou como foram os debates para chegar a um protocolo único de retomada das gravações. Um trabalho exaustivo, segundo ele, mas que foi muito enriquecedor. “Chegar nessa semana e ter um documento único que será usado por toda a classe, isso que eu acho o mais importante desse trabalho todo. Os clientes, os canais, as empresas de streaming também estão fazendo o protocolo deles. Mas então qual será seguido no set? Conseguir unificar um protocolo é a coisa mais importante”.

Uma das questões levantadas durante o webinar foi sobre as medidas voltadas para os atores. Simoni de Mendonça, presidente do SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo), contou que esse quesito ainda está sendo construído com a ajuda da produtora Diane Maia, que está fazendo reuniões e debates virtuais com os trabalhadores dessa classe. A ideia é que eles sugiram o que podem fazer e, mais importante que isso, o que aceitam fazer.

Marianna Souza,  presidente da APRO (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), também contou que o protocolo aborda a mudança nos roteiros para a proteção dos atores. “Sobretudo para as produções de publicidade, que sairão na frente”. A ideia é retirar dos scripts abraços e beijos e até priorizar famílias reais para atuarem.

Sonia ainda explicou que outro cuidado que tomaram no protocolo foi da higienização dos equipamentos. Os fabricantes indicaram quais equipamentos melhores e a maneira de usá-los para não denegrirem.

José ainda aproveitou para ressaltar que a infraestrutura do audiovisual nunca teve nenhum plano de incentivo público para a compra de equipamentos, sendo sempre arcado financeiramente de maneira individual pelos estúdios.

“É um risco esse jogo. Estamos entrando para ganhar, mas o custo é inevitável. Não vejo redução de valores, ao contrário, vejo que as produtoras precisam de apoio dos clientes porque estão descapitalizadas, ajudando a manter profissionais freelancers. Mas sabemos da fragilidade que está o mercado hoje e esperamos que os clientes tenham essa consciência social”, completou Sônia.

Este foi o primeiro webinar de uma série que ainda acontecerá ao longo das próximas semanas. Ontem o debate contou com 1851 inscritos.

Os debates são organizados pela SIAESP, com apoio da FIESP, de Debora Ivanov, ex-diretora da Ancine, e o apoio operacional do Portal Exibidor e do grupo +Mulheres.

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