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04 Junho 2020 | Fernanda Mendes

Profissionais do ensino em audiovisual falam sobre EaD e futuro da formação

Revista Exibidor recebeu três especialistas no assunto para debate ontem (3)

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(Foto: Reprodução)

Ontem (3) aconteceu o nono webinar promovido pela Revista Exibidor que teve como tema “A formação do profissional de audiovisual frente à pandemia”. Para debater o assunto estavam Luciana Rodrigues, coordenadora de pós-graduação em Gestão de Produção e Negócios Audiovisuais da FAAP, Alessandra Meleiro, presidente do FORCINE (Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual), e Minom Pinho, CEO da startup Navega de cursos criativos online.

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Alessandra apresentou os dados de formação em audiovisual no Brasil: atualmente são 118 cursos, sendo 86% de bacharelados e presenciais. 70% dos cursos estão na região sul e sudeste do País. Cursos à distância há apenas dois bacharelados e cinco cursos tecnólogos.

Apesar do EaD proporcionar uma maior democratização do ensino, um problema apontado pela presidente do FORCINE é que os cursos de bacharelado são compostos por 60% de disciplinas práticas. Como transpor isso para o ensino à distância? Com a quarentena, o que se propõe é um modelo híbrido de ensino, que mescla o presencial com à distância. “As universidades em outros países falam que essa proposta é muito enriquecedora. O modelo híbrido traz a redução de custo e também tem a vantagem da customização, no entanto, nas universidades públicas é mais complicado porque às vezes o aluno não tem acesso à banda larga e computador”.

Além disso, há também os desafios legais e políticos, porque pessoas que se matricularam em cursos de graduação presencial não podem se formar em um curso EaD.  

Luciana Rodrigues vive isso na prática, pois a FAAP precisou se adaptar rapidamente a nova realidade, adiantando as matérias teóricas para o momento da quarentena e as práticas serão feitas no segundo semestre, quando se prevê uma flexibilização do distanciamento social. Entre os problemas está a diferente relação dos professores com a tecnologia, a angústia dos alunos e até mesmo a dúvida se realmente já poderão colocar as matérias práticas no segundo semestre.

Desde que a quarentena foi decretada, a Navega teve um aumento de 500% em suas vendas. Para Minom, apesar de um horizonte cheio de incertezas, ela acredita que a nova forma de aprendizado em EaD pode proporcionar um recomeço no setor. “Quem sabe podemos fazer um recomeço onde podemos ter mais equidade. Já é comprovado que as mulheres se formam mais que os homens. Como vamos repensar isso a partir desses desafios e colocar mais vozes que fazem as narrativas. A formação em audiovisual significa também pensar quantas oportunidades fazemos em narrativas para o mundo. Quem sabe vamos formar para um novo mundo, menos desigual onde tem mais espaço”.

Além da maior amplitude que o EaD pode alcançar, Minom também ressaltou que vivemos um momento do audiovisual onde há maior diversidade de janelas que também geram uma maior democratização.

Para Luciana, o Brasil vem de uns anos para cá passando um momento muito positivo no surgimento de mais universidades. “Não olhamos para a molecada da periferia que está fazendo cinema também. O audiovisual acaba refletindo essa realidade do Brasil e do cinema que é muito elitista. Na Argentina, que é um país muito menor, existem muito mais escolas de cinema do que aqui. Esse trabalho de EaD é importante, mas não acho que é a salvação de nada, muitas vezes o Governo tenta enfiar a lógica do EaD, mas para a barateação do ensino no sentido de precarização”.

O próximo webinar da Revista Exibidor acontece no dia 10 de junho às 19h com o tema “A indústria do audiovisual para o pós-isolamento social”. Em breve, mais informações serão anunciadas.

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