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11 Junho 2020 | Fernanda Mendes

Protocolo para retomada das produções é assinado hoje em coletiva de imprensa

Documento foi detalhado por entidades do setor

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(Foto: iStock)

As presidentes da APRO (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), do SIAESP (Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo) e do SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual), Marianna Souza, Simoni de Mendonça e Sonia Santana, respectivamente, se reuniram hoje (11) na Fiesp para assinar e apresentar o Protocolo de Segurança e Saúde no Trabalho Audiovisual durante uma coletiva de imprensa virtual.

O documento oficial, que contou com a colaboração de entidades de várias partes do País, foi enviado à Prefeitura de São Paulo para análise das autoridades de segurança e sanitárias, e aguarda liberação. “O objetivo é preparar toda a categoria para o momento de retomada das atividades de forma segura, viável e responsável, tendo como foco a preservação da saúde e a vida dos profissionais”, explicou Simoni de Mendonça.



Quem conduziu o encontro virtual foi André Sturm, empresário do setor. As presidentes das entidades detalharam o processo de construção do documento, os pilares em que se basearam e apresentaram as fases de abertura, de produção e a retomada presencial dos escritórios.

“Estamos falando sobre um documento vivo, que deve passar por constantes alterações para se tornar adequado conforme evolução das fases. Nossa proposta foi muito bem pensada e muito estudada, mas claro que a prefeitura pode sugerir algumas mudanças, por isso não podemos considerar a versão final”, comenta Marianna Souza.

O grupo de trabalho responsável pela elaboração do documento estudou protocolos de países como Estados Unidos, México, Uruguai, Portugal, Espanha e Nova Zelândia, para reunir as melhores práticas no planejamento da retomada. O Sindcine e as associações de técnicos do audiovisual elaboraram procedimentos detalhados para garantir a segurança nos sets de filmagem. Além disso, foram consultados profissionais da área da saúde que orientaram sobre as medidas preventivas e o uso adequado dos equipamentos de proteção de individuais (EPI’s) e dos equipamentos de proteção coletivos (EPC’s). Baseados nas informações e seguindo as orientações das autoridades municipal, estadual e federal, foi estabelecido um plano de retomada gradual, dividido nas fases 1, 2 e 3.

A Fase 1 já está acontecendo agora na maior parte do País, onde são permitidas apenas filmagens remotas, com deslocamento mínimo de equipe. Na Fase 2 serão permitidas gravações em estúdio, mas apenas com 20 pessoas dentro do set e seguindo todas as exigências do protocolo. Essa fase já está acontecendo em algumas cidades do interior de SP, onde a curva de contágio do Covid-19 está baixa. Na capital, ela acontecerá a partir do momento em que a prefeitura aprovar o protocolo oficialmente.

Já a Fase 3 será desenvolvida a partir das experiências da Fase 1 e 2, e será voltada para projetos e gravações de maior porte.

Inclusive, questionada pela imprensa sobre as dificuldades em filmar uma série ou um filme com uma equipe de apenas 20 pessoas, a presidente do Sindcine esclareceu que a equipe da produção pode ser maior, mas dentro do set só será permitido 20 pessoas. Isso vai implicar em desafios e em uma maior assertividade no processo. “Vai ser difícil mudar um móvel de última hora dentro de um set, ou mudar o figurino, porque isso implica em exposição e em mais pessoas dentro do estúdio. A substituição vai gerar atrasos no projeto”.

Sônia esclareceu que a diária de gravação poderá ter no máximo 12 horas, incluindo os processos de higienização e de alimentação. Esse número foi estipulado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). “Estamos priorizando nessa equipe de 20 pessoas os profissionais essenciais para estarem dentro do estúdio. Os demais farão home-office. Inclusive roteiro terá que ser adaptado para esse número de profissionais com 20 pessoas”.

A presidente da APRO deu alguns exemplos de como cada Estado está seguindo as diretrizes. “No Rio  Grande do Sul, em momento algum eles paralisaram as atividades audiovisuais, porque o governo entende que é uma atividade essencial. No dia 27 de maio, as autoridades receberam o protocolo para que as atividades sigam estas diretrizes. Em Santa Catarina, foi publicada uma portaria com todo aparato necessário para a retomada das filmagens não só em locações privadas como em locações públicas também. E em São Paulo estamos aguardando o feedback da prefeitura para poder retomar as atividades. No Rio de Janeiro sabemos que o documento já foi protocolado junto à prefeitura e estamos aguardando a aprovação”.

Para os próximos dias, as entidades vão promover webinars para disseminar as informações que precisam ser seguidas pelos técnicos. Abaixo confira mais detalhes do protocolo:

  • Mapa de risco – foi determinado um mapa de risco para set de filmagem, que visa evitar, controlar e bloquear o contato com as mucosas do rosto e com as secreções humanas.
  • Área A: risco moderado - base de produção, base de alimentação e área de fumantes
  • Área B: risco alto - base de set, base do GMA – gerenciador de mídias digitais
  • Área C: risco iminente - camarins, set de filmagem, área de monitoramento
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  • Triagem dos trabalhadores: será aplicado um formulário com questões de saúde que se façam relevantes para segurança de todos os envolvidos
  • Termo de responsabilidade: deve ser assinado, de preferência online, após preenchimento do formulário de triagem
  • Checagem presencial: submeter a equipe a medição de temperatura antes de entrar no set
  • Plano de contingência: medidas que priorizem a saúde e a segurança de todos, caso alguém da equipe comece a apresentar sintomas da Covid-19 durante o trabalho em qualquer das etapas (pré-produção, filmagem e desprodução)

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