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18 Novembro 2020 | Renata Vomero

“M8 – Quando a Morte Socorre a Vida” reforça atual debate sobre racismo no Brasil

Produtora Iafa Britz fala sobre este lançamento e o cenário atual do cinema brasileiro

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(Foto: Paris Filmes)

Em 3 de dezembro chega aos cinemas o longa M8 – Quando a Morte Socorre a Vida (Paris Filmes). Dirigido por Jeferson De, o filme aborda o racismo, a violência policial e o descaso com os corpos negros. Tudo isso pela ótica do jovem Mauricio, que ingressa na faculdade de medicina, onde a maioria dos estudantes são brancos, mas se depara com corpos negros na aula de anatomia, o que vai levar o jovem ao questionamento sobre pertencimento e desigualdade racial no Brasil.



O longa já rodou o país em festivais, inclusive, venceu como Melhor Filme de Ficção, pelo voto popular no Festival do Rio. Com todos os desafios de lançar filmes nos cinemas por conta da pandemia, M8  estreia no circuito exibidor agora em dezembro e, ao que tudo indica, não havia momento melhor para chegar ao público.

“Acho super importante que esteja saindo justamente agora, é muito doido porque este projeto existe há anos, se lançássemos ano passado não estaria tão sintonizado como está agora, com tudo isso que aconteceu, o movimento Black Lives Matter, a discussão da violência policial contra pessoas negras no Brasil, tudo. O timing é perfeito porque precisamos falar sobre isso e ainda mais no audiovisual que é uma forma poderosíssima, gera empatia no espectador, não tem forma mais potente para debater e transgredir”, exalta Iafa Britz, fundadora da Migdal Filmes, uma das produtoras do longa, em entrevista ao Portal Exibidor.

Além de estar próximo de ser lançado, o filme também está entre os pré-selecionados a representar o Brasil no Oscar 2021, o escolhido deve sair ainda hoje (18). Para a produtora, também não há timing melhor para este filme estar neste espaço. “Tem uma coisa que é identificável nesta história e entrar neste momento, neste ano, faria todo sentido. O filme tem uma sinergia com o que está acontecendo no mundo”, complementa Iafa. Desta forma, seria um bom candidato a nos representar na premiação, que também vem mudando suas diretrizes para abarcar maior diversidade de profissionais e narrativas.

Este não é o primeiro e nem o último projeto a ter a mão de Iafa Britz na produção, responsável por grandes produções, como Nosso Lar e Minha Mãe é Uma Peça. Ela crava que sua busca é sempre por originalidade, por encontrar algo que ninguém está fazendo, “a gente busca o que o público ainda nem sabe que quer ver”, explica.

Essa originalidade e criatividade parece que está sendo essencial diante dos desafios que o audiovisual vêm enfrentando nos últimos dois anos e que foram acelerados por conta das paralisações causadas pelo novo Coronavírus.

Ao que tudo indica este é um momento de renovação e de reinvenção. Os profissionais estão em busca de novos caminhos, tanto para produzir, criar, quanto para financiar novos projetos. Ainda não há uma resposta pronta, mas ela deve chegar rápido, já que o momento está exigindo.

As novas telas e possibilidades de consumo dos nossos conteúdos parecem que chegaram para bagunçar ainda mais esse momento conturbado, no entanto, para Iafa, são apenas mais uma possibilidade de criar, algo que veio para somar e não excluir.

“É responsabilidade minha, não só minha, mas de tantas outras pessoas que se beneficiaram desses bons anos desde a criação da Ancine, de não deixar as coisas morrerem. A gente tem que lutar pelo nosso audiovisual e deixar algo para as pessoas que estão chegando agora. Quem está entrando no mercado tem várias janelas e possibilidades, é muito mais possível que tudo continue existindo, tudo se some, de formas diferentes. No entanto, temos que batalhar e resistir a tudo o que está acontecendo”, finaliza a produtora.

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