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05 Fevereiro 2021 | Renata Vomero

Brasil é país com segundo maior faturamento em cinemas da América Latina

Comscore apresentou os números do ano passado da região

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"Sonic: O Filme" foi o filme mais visto pelos latino-americanos (Foto: Paramount)

2020: um ano para não esquecer. Este foi o mote da apresentação da Comscore, na tarde desta quinta-feira (4). Realizado pelo Zoom, a divulgação dos números do ano na América Latina foi comandada por Luis B. Vargas Gomez, presidente da Comscore Latam.

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“Deveríamos sempre recordar o que tivemos que atravessar, principalmente para estar agradecidos com o que temos. Definitivamente estamos vivendo um momento de mudança, mas está servindo de oportunidade para impulsionar as produções locais. Temos um futuro brilhante”, celebrou o executivo.

Os primeiros números apresentados mostraram queda na bilheteria e venda de ingressos na região, valor este que denota diminuição de cerca de 80% para ambos. Este valor está acima da média global, que gira em torno de queda de 72% de bilheteria e 76% de público.  Na região, foram 153 milhões de ingressos vendidos em 2020, diferente dos 800 milhões de 2019.

Mas isso não se mostra como um problema para a Comscore, já que reflete o impacto da pandemia e acompanha as quedas dos mercados exteriores. O que chama a atenção dos analistas da empresa é que a queda geral de bilheteria e audiência é maior do que a apresentada por filme, ou seja, também mostra um reflexo da escassez de títulos programados durante o ano, uma reclamação dos exibidores que sentiram falta de fortes títulos para atrair os espectadores. Talvez as pessoas quisessem ir ao cinema, mas não tinham ao que assistir.

Levando em consideração as diferenças entre os países, o Brasil se destaca. Nós faturamos US$150 milhões, ficando atrás apenas do México, com US$190,7 milhões. Também tivemos a segunda menor queda de público da região, com 77,3% de diminuição, um pouco acima da Bolívia com 77%. Os números estão abaixo da queda média geral da América Latina. Os países com os maiores decréscimos foram Guatemala e Paraguai com 87,4% e 85% respectivamente.

Cinemas

Uma análise interessante da Comscore apontou um crescimento no número de cinemas inaugurados por conta dos cinemas drive-ins. O Brasil, inclusive, lidera a lista de inaugurações com 86 novos cinemas, sendo destes 80 drive-ins. Para se ter uma ideia, o ano fechou com 129 cinemas do tipo no continente, antes eram apenas três.

Entre as redes exibidoras, a Cinépolis contou com o maior faturamento e público da América Latina, com US$180 milhões e 55,5 milhões de pessoas respectivamente. Seguida pela Cinemark e Cinemex. As redes brasileiras Kinoplex e Araújo entraram no TOP 10 Latam. A primeira com arrecadação de US$19,1 milhões e público de 4,7 milhões. Já a segunda faturou US$10,8 milhões com a venda de 3,3 milhões de ingressos.

Conteúdos

Parte do estudo também observou quais foram os filmes de maior sucesso. Para alegria da turma da nostalgia, Sonic: O Filme (Paramount) fez bilheteria de US$44,9 milhões e público de 14,5 milhões de pessoas.

A produção foi seguida por Frozen 2 (10,3 milhões de ingressos) e Bad Boys Para Sempre (9,1 milhões de ingressos). A Comscore destaca nesta lista os filmes El Robo del Siglo (2,1 milhões de ingressos) e Cindy La Regia (1,8 milhão de ingressos), produções locais e que entraram no top 25 de filmes e lideraram o ranking latam. Inclusive, El Robo del Siglo foi um grande destaque entre os filmes nacionais, na Argentina entrou para seu top 5 da história.

Neste ponto, Luís Vargas destacou Minha Mãe é Uma Peça 3 (Downtown/Paris), que arrecadou R$143,5 milhões só no Brasil entre janeiro e março de 2020, segundo informações do Filme B. No entanto, a comédia brasileira não entrou no ranking porque estreou em dezembro de 2019.

Entre as distribuidoras, quem teve o maior faturamento foi a Sony, com US$92,4 milhões e 27,8 mil espectadores.

Produção local

A grande ênfase na apresentação da Comscore foi com relação ao crescimento de interesse pelas produções locais. Em Market Share de venda de ingressos, os peruanos, argentinos e mexicanos foram o que mais foram ao cinema para assistirem a seus próprios filmes. O Market Share destas regiões foi de 28%, 24,9% e 12,5%. Essa fatia de espectadores para filmes nacionais no Brasil foi de 0,5%. 

Comportamento sociodemográfico no México

A Comscore também divulgou números de uma análise do comportamento dos mexicanos durante a pandemia. De acordo com as informações, de forma geral não houve mudanças na quantidade de homens e mulheres que foram aos cinemas no país, se mantendo bem equilibrado, inclusive. Os dados foram analisados em comparação a 2019.

Os analistas notaram um aumento no público maior de 25 anos, no entanto. Essa faixa etária representou 53% dos espectadores de 2020. Em termos de gênero, no ano passado mexicanos viram menos filmes dos Estados Unidos e viram mais locais; além disso, também foram assistidas mais produções originais do que sequências. Caiu a frequência em títulos família e comédia. Luis Vargas explicou que isso se deu pelos adiamentos de Hollywood, já que são filmes com expectativas de grande público e os estúdios não quiseram apostar neles na pandemia. Não houve mudança entre as produções de terror e os chamados filmes de arte.

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