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16 Fevereiro 2021 | Fernanda Mendes

CineSesc sobrevive à pandemia com streaming, festivais online e podcast

Coordenadora de programação do cinema de rua em SP conversou com o Portal Exibidor

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(Foto: Divulgação)

Tradicional cinema de rua na cidade de São Paulo, localizado na Rua Augusta, o CineSesc, como tantos outros exibidores de rua, teve que se reinventar com a chegada da pandemia.

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A digitalização e a interatividade com o público por meio da internet foram medidas que o cinema tomou e deu bastante certo. Por exemplo, há pouco mais de sete meses a plataforma digital do Sesc passou a disponibilizar exibição de filmes gratuitamente, o Cinema #EmCasaComSesc. Toda semana entram novos títulos. 

A plataforma agora alcançou o primeiro milhão de visualizações e, segundo Graziela Marcheti Gomes, coordenadora de programação, foi a salvação para o cinema durante a pandemia. “O streaming levou nosso trabalho a um alcance diferente do que tínhamos, apesar de ser uma sala de cinema conhecida pelo público de São Paulo, era um acesso mais restrito, e na plataforma não, qualquer pessoa que tenha acesso à internet assiste ao filme de qualquer parte do Brasil. Mudamos então nosso pensamento curatorial, porque os filmes que costumávamos exibir nem todos fazem o mesmo sentido de passar para o grande público, ao mesmo tempo que nossa experiência com cinema de rua traz um diferencial maior, porque trazemos essa curadoria mais diferenciada”.

Após aprendizados e descobertas sobre este novo universo digital, a equipe do Sesc agora passa a utilizar a plataforma também para agregar a outras atividades do cinema, como mostras de filmes e a exibição online do Festival de Melhores Filmes, festival mais antigo de São Paulo e que abriu as votações semana passada. 

Além da plataforma digital, as redes sociais do CineSesc nunca foram tão movimentadas como neste período de - eterna - quarentena. Lives, bate-papos, cursos ao vivo, tudo para aproximar e engajar o público tão fiel do cinema de rua. “Estamos encontrando novos formatos que dialoguem com o digital sem perder o público que já é fiel e que acompanha a curadoria do CineSesc”, contou a programadora.

O formato de podcast também chegou ao CineSesc e o programa “Era Uma Vez... São Paulo - 10 Anos Depois”, com apresentação de Flávia Guerra, resgata o ciclo de encontros com cineastas paulistanos feito em 2010, atualizando suas percepções sobre o setor. Originalmente apresentado pelo jornalista e crítico Christian Petermann, falecido em 2016, o programa é quinzenal e trouxe, na sua estreia, uma entrevista exclusiva com a cineasta Anna Muylaert. A cada episódio, que sempre fica disponível no canal do Youtube do cinema, a plataforma Cinema #EmCasaComSesc traz uma mostra exclusiva do cineasta em questão.

Luz, câmera, ação!

Aberto em meio a idas e vindas das fases do plano de contingência do Covid-19 do Governo de São Paulo, o cinema optou por apresentar apenas uma sessão por dia e, muitas vezes, nem consegue ter público para as sessões. “Percebemos que o público cinéfilo não está aderindo tanto nesse momento, porque talvez a adaptação para os protocolos de segurança não faça sentido para eles, temos recebido um público menor ainda que os 30% de capacidade da sala”.

Para o retorno massivo do público, a Graziela acredita que a programação do cinema deverá contemplar aqueles filmes, principalmente os nacionais, que estrearam na quarentena em outras janelas sem ser a telona. Ela citou como exemplo Três Verões, de Sandra Kogut, que teve lançamento limitado em drive-ins e em plataformas digitais. “Nosso trabalho muitas vezes é reexibir aquele filme que passou despercebido, mas tem um grande potencial. Sempre fizemos debates, trazíamos diretores e atores para conversarem com os espectadores. Isso oferece uma outra experiência”.

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