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01 Junho 2021 | Renata Vomero

Coprodução se consolida como principal caminho para futuro do cinema nacional

Produtoras estão cada vez mais se unindo ou buscando parceiros internacionais

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(Foto: Divulgação)

O cinema nacional vem buscando cada vez mais alternativas e caminhos para conseguir ter mais estabilidade para suas produções, principalmente frente às incertezas vindas nas mudanças de governo. Com isso, o modelo de coprodução desponta como a principal forma de tornar o mercado mais sustentável.

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Os dois formatos que cabem nesta solução são os de coproduções nacionais, entre parceiros brasileiros, e as internacionais, que se juntam com players de outro país, alcançando, assim, um novo mercado.

“Dividir a conta é sempre um caminho mais sustentável! Uma coprodução é um casamento. Acho que o primeiro grande desafio é você encontrar no mercado audiovisual, um produtor passível de um ‘match’ (vamos criar um tinder de coprodução? risos). Cada empresa tem a sua cultura, seu jeito de trabalhar, seus valores... desafios não faltam!”, exemplifica Adriane Freitag David, Gerente Executiva do Cinema do Brasil, que junto ao Brazilian Content e o Projeto Paradiso criaram o Show Me The Fund, iniciativa que tem como objetivo conectar produtores brasileiros a parceiros e fundos internacionais.

Inclusive, Adriane falou bastante sobre o modelo de coprodução internacional, um dos mais utilizados e foco tanto do Show Me The Fund, quanto do Cinema do Brasil.

“Entre os benefícios da coprodução internacional, podemos contar que o filme já nasce com a distribuição garantida em ao menos dois mercados. E que justamente por conta das diferentes visões, para se encontrar uma solução criativa ou uma estratégia para ganhar público, as chances são duas vezes maiores. Por fim, conhecer novos profissionais para projetos futuros, dividir a conta e somar esforços”, ressalta a executiva.

Aliás, essa possibilidade de, por meio das parcerias, encontrar mais mercados é algo que vem sendo explorado dentro deste modelo entre empresas nacionais, já que muitas coproduções também incluem contratos que possibilitam o alcance daquele filme em outras janelas.

A Globo Filmes, sem dúvida, aparece entre um dos fortes nomes que abraçam o formato da coprodução entre players brasileiros e também abrangendo a possibilidade de mais espaço em outras mídias.

“A Globo Filmes, ao longo dos seus 22 anos, desenvolveu, apoiou e coproduziu mais de 400 filmes - ficção e documentários, em parceria com mais de 300 produtoras independentes.  Acreditamos muito na importância da diversidade na criação de um cinema plural, que precisa refletir a produção regionalizada de produtoras, talentos, gêneros e temáticas. Nosso foco é a brasilidade, a diversidade e a qualidade artística de conteúdos que valorizam a nossa cultura, maximizando a audiência no cinema e demais janelas. Desta forma, temos certeza da nossa força para o fomento do cinema brasileiro”, Simone Oliveira, Gestora Executiva da Globo Filmes.

 

Recentemente, a produtora anunciou a entrada de Bacurau no catálogo do Globoplay, filme em que entrou como coprodutora, com isso, a empresa divulgou os números da plataforma, evidenciando que dos 20 filmes mais assistidos entre janeiro e abril de 2021, dez são coproduções Globo Filmes, entre eles O Auto da Compadecida, Carandiru, Minha Mãe É Uma Peça 1 e 2 e Cidade de Deus.

Não são poucas as possibilidades e boa parte dos players estão abertos a elas, já que essas parcerias envolvem também a oportunidade para que mais produtos sejam realizados e isso deve incluir, portanto, mais visões brasileiras chegando ao público, seja no cinema, seja no streaming. E com mais visões, há espaço para maior diversidade, como disse Simone anteriormente. Maior visibilidade é uma das grandes vantagens da coprodução.

“O mercado audiovisual, com esta experiência, ganha reconhecimento, se desenvolve, aumenta a chance de chegar em países que não se pensava em fazer distribuição, faz networking. Fora que, durante a produção, tem a oportunidade de realizar parte do projeto fora do Brasil ou de trazer parte da produção para ser feita aqui, gerar empregos, recolher impostos. Para resumir, entendo que com este modelo de produção conjunta o mercado audiovisual aumenta o número de obras produzidas, ganha importância e reconhecimento, dentro e fora do Brasil”, reforçou Adriane.

E não para por aí – e nem deveria mesmo – a partir disso surgem formas semelhantes dentro da distribuição e, atualmente, até em exibição, com formatos híbridos entre plataformas e exibidores.

Outro olhar interessante que surge daí é a possibilidade de atrair, por meio dessas parcerias, players internacionais ao Brasil, que usem dos nossos espaços como cenários dessas produções, impulsionando, além de nosso cinema, nossa economia, por meio também do turismo e de recolhimento de impostos. Entra um novo ator nessa história, que são as Film Commissions, tão importantes para o mercado internacional, olha o sucesso de Hollywood em nosso imaginário e hábitos de consumo.

Os caminhos estão abertos e a maior parte dos players estão dispostos e já entenderam que este é, sim, o futuro. Inclusive, não só do cinema ou do entretenimento, este está sendo o caminho adotado na maior parte dos setores da economia, cada dia mais colaborativa.

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