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07 Julho 2021 | Renata Vomero

Após sabatina no Senado, indicados à diretoria da Ancine são aprovados

Alex Braga, Vinicius Clay e Thiago Mafra Santos são diretores indicados para constituir a agência

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(Foto: Agência Senado)

Nesta terça-feira (6), a Comissão de Educação (CE) do Senado sabatinou os nomes indicados à diretoria da Ancine, foram eles Alex Braga, nomeado diretor-presidente; e Vinicius Clay e Tiago Mafra dos Santos, nomeados diretores. Após a sabatina, os nomes foram aprovados.

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Os questionamentos dos parlamentares giraram em torno de temas relevantes à indústria audiovisual e que vem sendo debatidos em grande força pela sociedade civil, como regulação do VOD, recursos do FSA, cota de tela, abertura de editais e apoio ao cinema nacional. As informações são do Tela Viva e da Agência Senado.

O principal assunto foi justamente a questão da regulação do VOD, um tema que está em voga no país, mas também no mundo todo. Sobre o assunto, Tiago Mafra dos Santos destacou a necessidade de pensar em uma regulação pensando no catálogo e não por título.

“Na verdade, o que isso vai fazer é a redução: você vai provocar a redução de catálogos e aumento na assinatura. Eu acho que uma preocupação anterior não é pensar essencialmente na garantia do conteúdo brasileiro nessas plataformas, mas o acesso, a ampliação do acesso a elas, lembrando que são tecnologias de fruição de audiovisual via internet”, comentou Tiago.

Claro que a situação atual da Ancine não ficou de fora da sabatina, inclusive, quando o questionamento foi direcionado à Alex Braga, que ocupa a presidência interina desde 2019, com a saída de Christian de Castro.

“Não era feita uma análise de capacidade operacional para lançamento dos editais, quiçá de disponibilidade financeira. Se eu vou anunciar um edital que objetiva selecionar 100 projetos, dois requisitos mínimos devem existir: eu devo ter capacidade de analisar os 100 projetos e eu tenho que ter recursos para financiar os 100 projetos, sob pena de frustrar expectativas e prestar um desserviço a uma atividade tão relevante. E isso era praticado rotineiramente e reiteradamente na Ancine”, explicou.

Ele ainda complementou sobre a falta de lançamento de novos editais em 2020: “Costuma-se dizer que a Ancine não lançou editais em 2020. A Ancine lançou linhas de crédito de capital de giro para empresas do setor audiovisual. Nos orgulhamos dessas linhas lançadas com o BNDES e que conseguiram, num curto espaço de tempo, colocar à disposição de todos os agentes da atividade, R$ 400 milhões”, reforçou.

O tema cinema como espaço físico e de importância para todo o funcionamento da indústria também foi levantado, ainda mais tendo em vista a importância dos cinemas para garantir o acesso da população ao audiovisual e gerar maior retorno ao cinema nacional.

“As salas de cinema ainda representam considerável fonte de receita para as produções audiovisuais, além de constituírem espaço relevante para a cultura, o entretenimento e a socialização”, ressaltou Viniciu Clay, que ainda espera ter maior abertura de salas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.

Com isso, cota de tela também foi mencionada, esta que vem sido postergada e muitas vezes não repensada com todas as mudanças de mercado que vem acontecendo nestes últimos anos.

“O estudo [da Ancine] mostrou que houve uma evolução tecnológica. Talvez o ponto de partida seja rever esse modo da cota, pois hoje trabalhamos por dia e acho que devemos trabalhar por sessão", afirmou Braga.

Com aprovação da Comissão de Educação, agora os indicados precisam ser aprovados pelo plenário do Senado.

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