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29 Setembro 2021 | Renata Vomero

CEO da WarnerMedia reconhece erros na estratégia de lançamentos e fala sobre planos para o futuro

Jason Kilar foi responsável por decisão de lançamento hibrido na pandemia

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(Foto: Vox Media)

O CEO da WarnerMedia, Jason Kilar, participou de uma conferência nesta terça-feira (28), em que falou não só sobre a decisão de lançamento híbrido definida empresa desde o fim de 2020, mas também sobre o futuro, tanto dele – ainda incerto por conta da fusão com o Discovery -, quanto da Warner, que tem planos de retomar o alto investimento em conteúdo em 2022.

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Parece que foi ontem quando a Warner anunciou que lançaria todos os seus filmes programados para os cinemas ao mesmo tempo na HBO Max nos Estados Unidos, começando por Mulher-Maravilha 1984 e englobando todas as estreias de 2021. Mesmo esclarecendo que a decisão era apenas temporária por conta das dificuldades da pandemia – naquele momento parte dos cinemas estavam fechados e os exibidores reforçavam a necessidade de um blockbuster na programação para atrair o público –, o anúncio pegou a maior parte da indústria de surpresa, deixando muitos profissionais descontentes e temerosos.

Hoje, quase um ano depois, a decisão ainda reverbera nos debates da imprensa e em convenções, principalmente, porque o formato foi seguido por outros estúdios também, gerando polêmicas e até processos entre as partes, como no caso de Viúva Negra, da Disney.

Com a situação mais controlada e esclarecida pelo lado da Warner – que já confirmou a retomada dos lançamentos exclusivos nos cinemas em 2022 -  Jason Kilar ainda sente o peso da decisão tomada há meses, não tanto pela decisão em si, mas pela forma com que foi conduzida.

“Eu serei o primeiro a dizer, e a responsabilidade está sobre meus ombros, que, pensando bem, deveríamos ter levado quase um mês para ter mais de 170 conversas - que é o número de pessoas envolvidas em nosso line-up de 2021. Tentamos fazer isso em um período de tempo reduzido, menos de uma semana, porque é claro que ia haver vazamentos, ia ter todo mundo opinando se devíamos fazer isso ou não fazer”, ressaltou Kilar.

Alguns cineastas, na época, se mostraram bastante descontentes pela estratégia, principalmente, Christopher Nolan, que havia lançado Tenet um pouco antes, o que muitos dizem ter sido o motivo da mudança de estratégia.  O cineasta encerrou sua parceria com a Warner e lançará seu próximo filme na Universal.

Patty Jenkins também não escondeu sua insatisfação, no entanto, flexibilizou depois de negociar um acordo com a Warner, da mesma forma que fez Gal Gadot, para a estreia da super-heroína da DC. Dennis Villeneuve se mostrou – e ainda se mostra – um pouco exasperado com a ideia de lançar Duna neste formato, muito porque o filme foi pensado para ter uma Parte II, que só ganhará sinal verde para ser produzida a depender da performance do longa, que estreia em 21 de outubro no Brasil.

Dentro de tudo isso, veio neste ano a notícia da fusão da Warner com o Discovery, o que deve criar uma nova potência no mercado de mídia e entretenimento. Com ela, o futuro de Kilar se mostra incerto, ou melhor, quase certo de que ele deixe a liderança da empresa, o que não se sabe é que cargo ocupará no futuro, seja ele na Warner ou em outro lugar.

“Eu adoraria seguir nessa aventura pelos próximos 10 ou 20 anos, mas não é assim que a América corporativa funciona”, confessou o executivo, que deve se manter à frente da empresa até o primeiro trimestre de 2022. Enquanto isso, ele deixará “tudo organizado para a WarnerMedia pelos  próximos cem anos”.

E isso envolve a retomada da engrenagem, tanto para o cinema, quanto o streaming, a HBO Max. Tendo em vista a recente notícia de que a Netflix investiria US$18 bilhões em conteúdos, Kilar reforçou que a Warner investirá “mais do que US$18 bilhões” em conteúdos em seus mais diversos negócios no próximo ano. O que volta a esquentar o mercado e prova a demanda, ainda mais evidente agora, do público por filmes e séries.

A Warner tem em mãos para os cinemas nos próximos meses dois dos mais aguardados lançamentos do ano, são eles Duna, que adapta o maior best-seller de ficção científica da história, e Matrix Resurrections, que retoma uma das maiores franquias cinematográficas das últimas décadas e que abriu um novo capítulo da indústria cinematográfica quando lançada em 1999.

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