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22 Novembro 2021 | Carol Ballan

A Crônica Francesa

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(Foto: Exibidor)

Uma das grandes estreias de novembro foi A Crônica Francesa (Disney), novo filme do aclamado diretor Wes Anderson e que foi aplaudido de pé por 9 minutos no Festival de Cannes de 2021. Com recepção calorosa da crítica, a expectativa do público também é elevada, levando à lotação de diversas sessões ocorridas na 45ª Mostra de Cinema Internacional em São Paulo ocorrida no início do mês na cidade.



O longa-metragem, que estreou no último dia 18, tem como premissa uma carta de amor de Anderson pelo jornalismo, se passando dentro da redação da revista homônima quando seu diretor morre e é necessário produzir uma edição de despedida. Ele se divide então em diversas subtramas que envolvem cada um dos principais escritores, contando com um elenco extremamente diverso e talentoso que vai desde os mais jovens Timothée Chalamet e Léa Seydoux até os mais experientes Owen Wilson, Tilda Swinton, Frances McDormand, Benicio Del Toro e Bill Murray. Este é um de seus principais atrativos, tanto por conta da quantidade de artistas vencedores de Oscar envolvidos quanto pela necessidade de equilíbrio entre drama e comédia que os filmes do diretor apresentam.

Esta é a volta do diretor ao universo de live-actions após o lançamento da animação Ilha dos Cachorros (20th Century Fox) em 2018, e marca também o retorno de sua parceria com a Disney, algo que não ocorria desde A Vida Aquática de Steve Zissou em 2004. Além da presença de muitos dos atores recorrentes em seus longas-metragens, o compositor Alexandre Desplat também reaparece em uma das parcerias mais duradouras do diretor, gerando diversas indicações ao Oscar e uma vitória por O Grande Hotel Budapeste (20th Century Fox) em 2014.

A estética pela qual Wes Anderson é mundialmente conhecido - a simetria de quadros e paletas de cores harmônicas e inesperadas - recebe neste filme sua maior possibilidade de expressão, uma vez que cada uma das histórias presentes possui o próprio universo narrativo com adaptações da linguagem cinematográfica traduzindo cada um dos estilos de escrita que simula. Assim, ele agrada tanto seus fãs recorrentes quanto aqueles que esperam algo mais ousado em termos tanto de construção de narrativa e estética, com um formato que o aproxima de uma antologia.

Além da expressa paixão pelo jornalismo que emana do filme há uma clara influência do cinema francês, historicamente vanguardista, e que reflete a vida pessoal do diretor que apesar de estadunidense decidiu radicar-se em Paris. Não apenas tratando de histórias ocorridas em uma França pós-Segunda Guerra Mundial, ele também foi gravado no país antes da pandemia de Covid-19, e seu lançamento nos cinemas foi adiado para coincidir com o retorno às salas.

Com um consistente retorno positivo de crítica e do público internacional, o filme se mostra uma ótima pedida para a volta ao cinema. Não se esqueça de verificar as restrições sanitárias específicas de sua cidade em função da pandemia de Covid-19.

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