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21 Janeiro 2022 | Juliane Albuquerque

Cine Bijou reabre no dia do aniversário de São Paulo

Após 26 anos fechado, o histórico Cine Bijou reinaugura na Praça Roosevelt

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(Foto: Divulgação)

No mesmo espaço em que foi fundado, em 1962, e que ajudou a formar muitas gerações de cinéfilos na capital paulista, o Cine Bijou reabre no dia 25/01, junto com o aniversário de São Paulo – com uma programação especial e gratuita. A data escolhida é para celebrar a importância do espaço para a cidade, um dos poucos cinemas de rua que, ao lado do Cine Marquise reinaugurado em 2021, está voltando ao circuito cinematográfico da capital.

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O Cine Bijou foi um dos primeiros cinemas de arte do país e funcionou até 1997, quando infelizmente não aguentou as pressões econômicas e fechou. Agora, o cinema reabre pelas mãos da dupla à frente da companhia de teatro Os Satyros (que tem sede na mesma praça), Rodolfo Garcia Vázquez e Ivam Cabral.

Eles tomaram à frente do projeto de reabertura do Cine Bijou em 2019, quando o antigo teatro que ali funcionava foi fechado e o ambiente corria risco de virar um bar ou uma igreja. Eles então alugaram o espaço e foram atrás de recursos para os custos de aluguel e reforma por meio de campanha de doações, que recebeu ajuda de artistas (como o autor Walcyr Carrasco e a atriz Patrícia Pillar) e muitos anônimos.

“O Bijou atravessou toda a ditadura, em um momento sombrio da nossa história. Foi ali que as pessoas assistiram toda a filmografia que era censurada. É a preservação da memória e um ato de resistência”, disse Ivam Cabral em uma entrevista ao portal Metrópoles.  As salas do Cine Bijou foram reformadas para se adequarem aos novos padrões de segurança e acessibilidade, mas as cadeiras de couro vermelho da plateia continuam lá, limpas e restauradas.

O cinema terá ainda um café e uma livraria, a Giostri, que já marca presença em outros espaços da Praça Roosevelt, nos teatros dos Satyros e dos Parlapatões.

Sala Patrícia Pillar

Para a sessão inaugural do dia 25, está programada a apresentação às 22h, do filme Zuzu Angel, estrelado por Patrícia Pillar, incentivadora do projeto e que também será homenageada – tendo uma das salas do Cine Bijou batizada com seu nome. A programação de estreia ainda terá a exibição de Um Animal Amarelo, de Felipe Bragança; Filosofia da Alcova, de Rodolfo García Vázquez e Ivam Cabral; Zimba, de Joel Pizzini; 30 Anos Blues, de Andradina Azevedo e Dida Andrade; Riocorrente, de Paulo Sacramento; Hipóteses Para o Amor e a Verdade, de Rodolfo García Vázquez, e Ralé, de Helena Ignez.

Na quinta, dia 27/01, será apresentado o filme Urubus, de Cláudio Borrelli, ainda inédito no circuito comercial, que ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular na Mostra Internacional de Cinema de SP. A apresentação será seguida de um debate o diretor do filme, Cláudio Borrelli, e o artista do picho Cripta Djan. O filme retrata o movimento de pichadores da periferia de SP que interfere em toda a paisagem urbana, tendo invadido a Bienal de quatro anos atrás. 

Gratuidade por dois meses

Todas as sessões serão duplas, com a exibição de um curta-metragem antes da exibição do longa. Nos dois primeiros meses de funcionamento, a entrada será gratuita e somente a partir de março haverá bilheteria, com preço reduzido, como já acontece no teatro da companhia. Nas duas primeiras semanas de fevereiro serão exibidos os filmes, curtas e longas, premiados no Festival Satyricine Bijou, que foi realizado online em setembro de 2021.

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