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15 Fevereiro 2022 | Renata Vomero

"Batman" tem lançamento liberado na China e reacende discussão sobre estreias de Hollywood no país

Filme do homem-morcego ainda não tem data para estrear na China

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(Foto: Warner)

Uma notícia animadora veio para os fãs de Batman (Warner) do mundo todo: o filme teve lançamento liberado na China. Embora ainda sem data confirmada de estreia no país, a autorização encorajou o setor e também reacendeu a discussão sobre a entrada de Hollywood na China, tendo em vista o número menor de filmes lançados no país em 2021.

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O longa, que estreia no mercado global na primeira semana de março, vem sendo apontado como um dos títulos mais esperados do ano, com expectativa de fazer uma grande bilheteria, à altura dos blockbusters lançados antes da pandemia. Sendo tratado, inclusive, também como o próximo grande lançamento desde Homem-Aranha (Sony).

E isso ganha uma escala ainda maior com a confirmação da liberação do longa da China, que neste ano só liberou, até o momento, a exibição de Morte no Nilo (Disney). No entanto, para entender um pouco mais do que significa essa autorização, precisamos voltar ao ano passado.

2021 foi o ano que consolidou a China como o maior mercado de cinema do mundo. Depois de um 2020 menos castigado pela pandemia do que a maior parte dos territórios, o país teve um início de ano espetacular com o Ano Novo Chinês, somando mais de US$1 bilhão apenas nas duas semanas do feriado, e a partir de então passou a segurar mais os lançamentos de Hollywood.

As especulações em torno disso são diversas, talvez por medida protecionista ao mercado local, também por comemoração do centenário do Partido Comunista, que contou com mais lançamentos com intuito de exaltação da cebebração, a questão é que 2021 contou com menos 20 títulos lançados de Hollywood, sendo que, em 2019, esse valor ultrapassou a casa dos 30 filmes. As informações são do Deadline.

Alguns dos lançamentos do ano passado e que tiveram espaço no mercado chinês foram Godzilla vs. Kong, Velozes & Furiosos 9 (este merece menção especial, já que tem a China como principal mercado internacional para a franquia), Jungle Cruise, 007 – Sem Tempo Para Morrer, Duna, Free Guy, entre outros.

Todos estes títulos contaram com arrecadações que foram impulsionadas pela China, cada vez mais um território central na estratégia dos estúdios, que nos últimos anos passaram a priorizar o lançamento simultâneo no país.

Sabe o que mais todos esses títulos têm em comum? Nenhum deles é do Marvel Studios e isso é algo que vem intrigando o mercado de ponta a ponta. Na análise do Deadline, são levantadas algumas razões, como a própria rusga política entre os EUA e a China.

No entanto, a verdade é que pouco se sabe sobre a razão destes títulos não conseguirem entrar no país desde o ano passado. Alguns especulam que por conta do conteúdo individual de cada um deles, como o posicionamento quanto ao comunismo no filme de Viúva Negra, ou como a própria cultura é retratada em Shang-Chi, por exemplo. Ou até mesmo declarações de talentos do conglomerado, como a diretora chinesa Chloé Zhao, responsável por Eternos.

Alguns analistas ouvidos pelo veículo estadunidense apontam como uma forma da China reforçar que Hollywood precisa mais dela do que ela precisa de Hollywood. No entanto, os mesmos também reforçam que sem estes títulos, por mais que a China se consolide como uma potência cultural, haverá dificuldade de preencher a programação de tantas salas de cinema ao longo do tempo, o que é crucial para manter e fazer crescer sua força no mercado.

Estas são todas especulações, ainda não se sabe como o mercado chinês e seus censores se posicionarão neste ano. Estamos agora no fim do Ano Novo Chinês, responsável por colocar produções locais no topo da bilheteria global e por faturar US$950 milhões no período de duas semanas, valor acima do faturamento de antes da pandemia.

Para além dos lançamentos que entram ou não – importantes para toda a cadeia de cinema dada sua relevância– é essencial ter olhos atentos para a indústria da chinesa para entender seus mecanismos para impulsionar o setor local, bem como tratar os títulos estrangeiros exibidos no país.

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