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31 Agosto 2022 | Renata Vomero

Atenta ao mercado internacional, Floresta fortalece e amplia atuação local: "é para onde todos os players estão olhando"

Produtora da Sony Pictures Television no Brasil tem 12 anos de trajetória no mercado

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(Foto: Divulgação)

Há 12 anos no mercado, a produtora Floresta, de propriedade da Sony Pictures Television no Brasil, vem traçando um caminho de adaptar os formatos internacionais de programas de entretenimento do estúdio para o país, mas também criando produções locais (tanto de entretenimento quanto de ficção) para exportar para o mercado global.



Um exemplo interessante é a recente série Passaporte Para Liberdade, coprodução entre Estúdios Globo, Sony Pictures Television e Floresta, que começou a ser exibida na UKTV, no Reino Unido, onde vem recebendo boas críticas.

“Temos a vantagem de ser uma produtora da Sony Pictures Television, o fato de a gente estar nessa estrutura, nesse backup, faz a diferença em também poder trilhar esse caminho. É importante pontuar que a gente está em um momento do mercado brasileiro em que o conteúdo local de língua nativa é o que a gente tem de maior valor agora, é para onde todos os players estão olhando. A gente tem um conteúdo local e representativo que faz com que o audiovisual saia um pouco do eixo Rio-SP. Isso está muito rico, não deixamos de olhar para isso”, explicou a VP e diretora-geral da Floresta, Dida Silva, em entrevista ao Portal Exibidor.

Essa é uma caminhada que vem se fortalecendo em tempos mais recentes. Antes disso a Floresta cresceu no mercado de entretenimento para TV aberta e à cabo adaptando grandes formatos de sucesso até hoje, como Shark Tank Brasil, Ex on the Beach, Soltos em Floripa, Top Chef e Quem Quer Ser um Milionário?.

Tudo isso pavimentou a jornada para que a Floresta começasse a criar produções próprias que giram em torno desses formatos, conhecendo o paladar do brasileiro para o audiovisual e, mais ainda, conhecendo a qualidade e capacidade dos profissionais nacionais.

Surgiram então realities, séries e programas com o nosso DNA, caso de Se Sobreviver, Case!, Lady Night, Bugados, O Dono do Lar, Túnel do Amor, além do próprio Passaporte Para Liberdade e, agora no forno, Rio Connection. Todas elas de olho também no mercado internacional.

“Estamos olhando mais de uns anos para cá para a ficção, agora sendo uma produtora 100% da Sony, pensando no quanto a gente também pode ser um provedor de grandes séries para o mundo. A Sony tem séries incríveis que performam muito bem no mundo inteiro e, de repente, a gente aqui no Brasil pode ser esse celeiro, então, estamos em um momento muito propício para isso”, exaltou.

Claro, os desafios estão postos, como as dificuldades políticas nestes últimos anos, a burocracia que ainda não abriu totalmente as fronteiras para também atrair produções para cá, além, também, do cenário econômico desfavorecido, embora o real desvalorizado pode ter um peso positivo nesse ângulo.

“Isso abre um olhar sobre nosso mercado muito importante, que além de estarmos em um momento de valorização do conteúdo local, a gente ter a possibilidade de fazer produções internacionais. Isso ajuda muito o nosso audiovisual não depender da instabilidade que é o mercado, porque temos as plataformas chegando e olhando para o Brasil. Na América Latina hoje, Brasil e México é para onde todo mundo está olhando, isso nos dá um caminho próspero muito grande. Não acho que está fácil, mas é uma construção, um caminho”, esclareceu.

Muito disso foi possibilitado, sem dúvida, pela explosão das plataformas de streaming, responsáveis por facilitar o acesso a produções do mundo inteiro, de uma maneira mais simples, menos burocrática, mas que tem um peso em termos de visibilidade de nossa cultura.

E aí uma pergunta importante, já que o Brasil vem sendo apontado como um dos grandes celeiros da produção audiovisual do mundo – especialmente aqui pensando dentro das plataformas digitais, embora nosso cinema seja um bravo sobrevivente: o que há de grande diferencial na nossa produção, que chama tanta atenção do mundo?

“A representatividade, essa riqueza que o Brasil tem. Temos uma riqueza não só cultural, mas também visual. Somos muito ricos em possibilidades de locação, no visual, além do fato de nossa moeda ser muito atraente. Isso se soma à nossa diversidade e ao nosso jeito de trabalhar, que é diferente, somos mais flexíveis, mais receptivos, isso também conta. A gente ainda não está em um nível de fronteiras abertas, estamos produzindo muito mais conteúdo local que chama atenção lá fora. Esse é o grande gol. Não dá para abraçar o mundo. Indo de passo em passo, o grande gol é mostrar o valor do nosso conteúdo local e as produções internacionais são incríveis”, comentou Dida Silva.

E em termos de paixões nacionais, entram eles: o reality show, especialmente os de relacionamento, as sitcom e as séries de ficção. Tudo isso vem sendo trabalhado com olhar no 360º, buscando as audiências onde elas estiverem.

Onde entra o cinema? Embora a Floresta tenha o DNA focado na televisão, Dida reforçou que há, sim, a possiblidade de trabalhar em filmes, especialmente os voltados para a televisão, mas sem descartar, sem dúvida, a tela grande.

“Temos esse interesse, mas é um caminho a trilhar. Estamos há 12 anos focando no entretenimento, levou um tempo. Buscamos força nos formatos internacionais, criando cases de sucesso no Brasil e para mostrar nossa força, qualidade de produção e entrega. Queremos muito”, afirmou a executiva.

A Floresta já produziu 50 programas e mais de 120 temporadas e se consolidou como uma produtora com projetos em todo o Brasil, América Latina e mundo. Pelo sucesso de suas produções, a empresa conquistou o Prêmio de Excelência do Grupo Globo por quatro anos.

Diante disso, é impossível não questionar qual é o olhar e posicionamento da produtora para o presente e, especialmente, no futuro de médio a longo prazo.

“Acho que os próximos dois anos vão ser de muitos ajustes, muito também pelo que aconteceu na pandemia. Está todo mundo meio que brigando por gente no mercado, então, estamos formando profissionais, é necessário, precisamos formar mais profissionais, ser mais inclusivos, este movimento está acontecendo. Temos que ter uma inteligência emocional e profissional muito grande para passar pelas turbulências que estão acontecendo. Nossos objetivos são de colocar o Brasil, nosso conteúdo e nossa cultura para o mundo. Isso é muito importante para a gente e nosso foco daqui pra frente”, finalizou.

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