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31 Janeiro 2023 | Yuri Codogno

Oito em cada dez consumidores se sentem sobrecarregados com o alto número de serviços de streaming

88% preferiria que todas as plataformas estivessem unidas em um único app - e parte aceitaria pagar por isso

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(Foto: Divulgação)

A Accenture, empresa especializada em auxiliar grandes companhias a otimizar suas operações, divulgou o relatório "Reinvent for Growth", destacando a forma como os grupos de mídia podem aprimorar experiências de usuários e gerar receita com novos ecossistemas de entretenimento. No recorte nacional, a pesquisa descobriu que o consumidor busca pela simplicidade e que o alto número de plataformas de streaming vai na contramão do que o brasileiro quer.

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A pesquisa revelou que 77% dos consumidores se sentem sobrecarregados com o número de serviços de streaming disponíveis no mercado. Netflix, Prime Video, HBO Max, Globoplay, Disney+, Star+, Lionsgate+, Paramount+, MUBI, Telecine e Apple TV são as principais e, como está cada vez mais raro encontrar o mesmo conteúdo em duas plataformas diferentes, obriga o público a pular de streaming a todo momento - sem contar o alto valor para manter todos as assinaturas.

Desta forma, 37% dos entrevistados disseram ficar frustrados por ter que alternar entre diferentes aplicativos para diferentes serviços. E, por essa razão, 88% estaria interessado em um único aplicativo que possa fornecer todos os serviços, assim como 57% aceitaria pagar um valor extra para que isso acontecesse. 

Complementando esse recorte nacional, 32% dos consumidores passam mais de dez minutos procurando algo que vale a pena assistir, tempo que fica cada vez mais elevado com a necessidade de trocar de plataforma.

"Os serviços de streaming independentes enfrentam alguns problemas simples: existe um limite para o que os consumidores estão dispostos a pagar, além de um nível de complexidade e número de opções com os quais estão preparados para lidar. Está na hora de reinventar os ecossistemas de entretenimento para que as empresas do setor possam alcançar um crescimento lucrativo, ajudando os consumidores a obter tudo que precisam e desejam", explicou John Peters, diretor geral da prática de Mídia e Entretenimento na Accenture. 

A Accenture conduziu o estudo com seis mil consumidores com idade a partir de 18 anos e espalhados por dez países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Espanha, EUA, Itália, Índia, Japão e Reino Unido). O trabalho de campo foi realizado entre outubro e novembro de 2022.

No recorte mundial, os dados mudam um pouco, mas a ideia se mantém: muita complexidade na hora de consumir um conteúdo. Seis a cada sete entrevistados buscam simplicidade nas experiências de entretenimento. Além disso, no cenário global, 41% disse que pagariam pela plataforma unificada.

Interessante também notar que 35% dos consumidores cancelaram ao menos um dos cinco principais serviços de streaming de VoD nos últimos 12 meses e que 26% disseram planejar cortar ao menos mais um nos próximos 12 meses.

As razões apresentadas foram: frustração ao encontrar algo para assistir (76%, seis pontos percentuais a mais do que o registrado em 2021); se sentem sobrecarregados com o número de serviços de streaming disponíveis (55%); e mais de 10 minutos para escolher uma opção de streaming (26%, contra 17% registrado em 2021).

Além disso, 61% dos consumidores também gostariam de poder compartilhar seus perfis de streaming em diversas plataformas para uma maior personalização de conteúdo, como se fosse uma rede social.

O relatório da Accenture aponta, por fim, para três funções emergentes para empresas de entretenimento que estão competindo pelo tempo, atenção e dinheiro dos consumidores: unificação de diversos serviços, incluindo os de entretenimento, em um só lugar; capacidade de monetizar com eficiência o entretenimento em uma ou várias formas; e concentração na criação do melhor conteúdo possível sem precisar gerar receita com o engajamento alcançado por esse conteúdo.

"O futuro do setor de mídia está nas plataformas agregadas. Essas plataformas alcançarão dois resultados cruciais: a criação de serviços e pacotes inclusivos e com menor rotatividade capazes de gerar receita para as empresas de mídia, ao mesmo tempo em que oferecem experiências para que os consumidores encontrem e acessem o conteúdo com facilidade”, concluiu Imran Shah, diretor geral do grupo de Comunicação, Mídia & Tecnologia da Accenture.

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