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27 Fevereiro 2023 | Renata Vomero

Festival de Berlim surpreende e dá Urso de Ouro ao documentário "Sur l'Adamant"

Encerramento do festival aconteceu neste sábado (25)

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(Foto: Reuters)

Marcando o início do calendário dos grandes eventos de cinema do mundo, o Festival de Berlim encerrou a sua 73ª edição neste sábado (25) e de forma surpreendente. O documentário francês Sur l'Adamant, de Nicolas Philibert, venceu o Urso de Ouro, principal reconhecimento do Berlinale, como Melhor Filme desta temporada.

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Esta foi a primeira vez que um documentário conseguiu tal feito, o que fez tanto a indústria, quanto os cinéfilos celebrarem a conquista, o que pode dar um novo e melhor reconhecimento ao gênero, que muitas vezes é deixado de lado pelo mercado e circuito comercial.

O filme retrata a rotina de um centro de tratamento e acolhimento para pacientes psiquiátricos, centro este situado em uma base flutuante no Rio Sena, em Paris. As informações são do The Hollywood Reporter, G1 e agências internacionais de notícias.

“Neste filme sobre psiquiatria, sempre fomos [cuidadosos] para nem sempre distinguir muito claramente entre pacientes e cuidadores. Tentei inverter a imagem que sempre temos de pessoas mentalmente adoecidas, imagem que entendo como discriminadora e estigmatizante. Queria que pudéssemos, se não nos identificar com eles, pelo menos reconhecer o que nos une para além das nossas diferenças”, definiu o diretor após a vitória.

Esta não foi a única surpresa da noite de sábado. Sofía Otero, de apenas oito anos, recebeu o prêmio de melhor atuação por 20.000 espécies de abejas. Ela é a atriz mais jovem a receber o Urso de Prata por uma atuação na história dos 73 anos do festival.

O filme conta a história de uma criança que não se identifica com seu gênero biológico e inicia sua transição. O longa é dirigido pela espanhola Estíbaliz Urresola Solaguren.

Favorito ao Urso de Ouro, o longa Roter Himmel, de Christian Petzold, recebeu o Urso de Prata Grande Prêmio do Júri. Já o luso-francês Mal Viver, de João Canijo, recebeu o Urso de Prata Prêmio do Júri.

A Melhor Performance Coadjuvante ficou nas mãos de Thea Ehre, pelo alemão Bis ans Ende der Nacht - Till the End of the night, de Christopher Hochhäusler. Ehre é uma atriz trans e o filme também tem a transexualidade como tema.

Pela direção, o nome consagrado foi Philippe Garrel, responsável pelo longa Le Grand Chariot. Veterano da indústria, Garrel tem uma cinematografia composta por filmes já reconhecidos nos grandes festivais de cinema do mundo.

Como bem foi pontuado em sua abertura, esta edição da Berlinale foi marcado pelo teor político dos convidados e das narrativas. Na ocasião, a presidente do Júri, a atriz Kristen Stewart, comentou que o vencedor do Urso de Ouro deveria ser um filme político e controverso, que mexesse com os espectadores. Ao que tudo indica o corpo de jurados cumpriu com a promessa, entregando um resultado diferenciado e intrigante que promete deixar o ano ainda mais interessante para a indústria e os cinéfilos.

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